O que fazer em Barreirinhas, no Maranhão

Se você nunca ouviu falar de Barreirinhas, pode ter certeza que conhece aquilo que faz dessa cidade famosa em todo o mundo: os Lençóis Maranhenses. Mas, afinal de contas, o que tem pra fazer em Barreirinhas?

Um daqueles destinos que já entraram no imaginário coletivo nacional, os lençóis ficam pertinho de Barreirinhas, que é a principal porta de entrada para o Parque Nacional. Um parque que é maior que a cidade de São Paulo.

Eu pouco sabia de Barreirinhas quando planejei uma viagem para lá. E me surpreendi. É que eu esperava encontrar a beleza extraordinária dos Lençóis Maranhenses, claro, mas não sabia que a cidade que serve como base para conhecer a região tem outros atrativos, que rendem facilmente uma semana de viagem.

Vai passar pelo Maranhão? Veja abaixo o que fazer em Barreirinhas. Começando pelo óbvio.

Quando ir para Barreirinhas?

Se quiser ver as lagoas em seu nível mais cheio, o ideal é visitar entre maio e agosto, que é logo após a estação chuvosa. Este período do ano é considerado a alta temporada.

No entanto, se você prefere evitar grandes multidões e não se importa com as lagoas um pouco mais vazias, os meses de setembro a dezembro podem ser uma boa opção. Durante esses meses, o clima é mais seco e quente, e ainda é possível encontrar algumas lagoas com água.

Quanto tempo ficar em Barreirinhas?

O ideal é passar um período de 3 a 4 dias na cidade. Esse tempo costuma ser suficiente para aproveitar as principais atrações dali e do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. Se tiver mais tempo, você pode dividir a estadia com outras cidades ao redor do Parque, como Atins.

Aqui está um exemplo de um itinerário de 3 dias:

  • Dia 1: Chegada e passeio pela cidade de Barreirinhas. Você pode visitar o rio Preguiças, fazer um passeio de barco e aproveitar para conhecer a vida local.
  • Dia 2: Excursão ao Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. Você pode fazer uma excursão de um dia inteiro que geralmente inclui um passeio em veículo 4×4 pelas dunas e tempo para nadar nas lagoas. Algumas excursões também incluem a visita a comunidades locais.
  • Dia 3: Volta ao Parque, fazendo um percurso diferente ao do dia anterior.
  • Dia 4: Considerar uma viagem ao Farol de Mandacaru, um local com uma vista panorâmica maravilhosa da região, ou uma visita à vila de pescadores de Atins, que é mais remota e menos turística.

Lembre-se de que é importante reservar os passeios com antecedência, especialmente durante a alta temporada. Além disso, os passeios estão sujeitos às condições climáticas, por isso, é sempre bom ter um ou dois dias extras, caso seja necessário reagendar algo.

Como chegar em Barreirinhas?

A maior parte das pessoas começa a viagem através da capital do Maranhão, São Luís. Veja abaixo as opções mais comuns:

  1. De avião até São Luís: A maioria dos grandes aeroportos brasileiros tem voos diretos para o Aeroporto Internacional Marechal Cunha Machado em São Luís.
  2. De São Luís a Barreirinhas de ônibus: Existem empresas de ônibus que fazem a viagem entre São Luís e Barreirinhas. O trajeto geralmente leva cerca de 4 a 5 horas.
  3. De São Luís a Barreirinhas de carro: A viagem de carro de São Luís até Barreirinhas leva cerca de 3 a 4 horas, dependendo do tráfego e das condições da estrada. A rota mais comum é pela BR-135, depois MA-402 e por fim MA-225.
  4. De São Luís a Barreirinhas através de transfer ou táxi: Muitos hotéis ou agências de turismo em São Luís oferecem serviços de transfer direto para Barreirinhas. Este pode ser uma opção confortável e sem stress, embora possa ser mais caro que o ônibus.

Ao planejar a viagem, leve em consideração que, especialmente durante a alta temporada, o trânsito pode ser intenso e os ônibus podem estar lotados, por isso é recomendável reservar a passagem de ônibus ou o transfer com antecedência.

Onde ficar em Barreirinhas

A cidade é pequena, então não tem mistério: quanto mais perto do rio e do centro da cidade, melhor a localização.

Abaixo, separamos uma seleção de alguns dos melhores lugares para ficar na cidade:

Caso você não tenha encontrado sua opção favorita, dê uma olhada em todas as opções de hospedagem por lá.

O que fazer em Barreirinhas: passeios e excursões

Veja agora as principais atrações de Barreirinhas e o que fazer por lá.

1. O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses

Uma imensidão de areia, dunas e lagoas de cores incríveis. Assim é o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, que ocupa uma área maior que a da nossa maior metrópole. Para chegar até lá, você precisa alcançar uma das cidades que ficam ao redor do parque – Barreirinhas é a opção mais comum e com maior infraestrutura.

A partir daí, ainda é preciso contratar um tour guiado. Só assim a entrada no parque é permitida. Nada de levar comida e bebidas alcoólicas, mas não se esqueça do protetor solar. E esteja preparado para andar. Muito.

O erro mais comum é entrar no parque apenas uma vez. O ideal é reservar pelo menos dois dias aos lençóis, para dar tempo de fazer pelo menos dois percursos diferentes. Os passeios custam entre R$ 130 e R$ 200 por pessoa e duram cerca de quatro horas. Em todos eles, o veículo vai te buscar no seu hotel e te deixa lá, após o fim do programa.

Uma opção muito popular, por exemplo, é a trilha que leva pelas lagoas de Atins (a maior parte é feita em 4×4, fique tranquilo. Custa R$ 170 e pode ser reservado antecipadamente aqui.

Outro percurso muito popular, talvez o mais popular deles, é o que leva à Lagoa do Peixe e Lagoa Azul. Custa R$ 120 e está disponível aqui.

E ainda tem quem sobrevoe o parque, outro passeio oferecido por várias agências da cidade.

Leia também:
Como é a visita ao Parque Nacional dos Lençóis Maranheses
Roteiro completo pela Rota das Emoções
Onde ficar em Barreirinhas

2. Passeio de voadeira pelo rio Preguiças

Eu não tinha te falado que a própria Barreirinhas é um lugar interessante? Para provar o ponto, olha só a vista que a gente tem da janela de grande parte dos hotéis da cidade:

Esse é o rio Preguiças, que corta a cidade e serve de avenida. Moradores usam o rio para ir ao trabalho, crianças entram num barco para ir à escola e turistas entram em lanchas rápidas para ver a imensidão de água, mata e dunas que tornam essa região uma beleza só.

Essa lancha rápida tem nome, ou melhor, apelido: voadeira. Você pode fazer diversos tipos de passeios de voadeira por lá. O mais tradicional, no entanto, envolve os Pequenos Lençóis, a praia de Caburé e as vilas de Vassouras e Mandacaru. O passeio leva o dia inteiro e custa em torno de R$ 120. Você consegue garantir seu lugar nesse link.

Leia também: A Praia de Caburé e o passeio de voadeira

3. Passeio de boia pelo rio Formiga

O quarto elemento dos tours oferecidos em Barreirinhas é um passeio de boia rio abaixo. Quando eu soube disso, logo pensei naqueles passeios comuns no sudeste asiático – e que normalmente envolvem um monte de turistas bêbados e muita confusão. Por sorte o de Barreirinhas é bem mais relaxante. E ajuda a comunidade local, que é muito pobre.

O tal rio Formiga é um riacho pequeno, bonitão e de águas calmas. Na realidade, não fica em Barreirinhas, mas em Cardosa, um povoado minúsculo perto de Barreirinhas. Você entra no rio, sobe na boia e relaxa. Uma guia da comunidade local acompanha o grupo, para evitar que as boias se afastem e para te levar até o destino final. Por fim, você ainda pode almoçar num restaurante local – nós recomendamos. Você pode reservar seu passeio a partir desse link.

Leia também: Passeio de boia pelo Rio Formiga

4. Os atrativos de Barreirinhas

Com pouco mais de 50 mil habitantes, Barreirinhas não é uma cidade que tenha museus, parques ou coisas do tipo. Mas o centro é simpático, incluindo a praça da igreja e toda a orla em frente ao rio. Não faltam bons restaurantes, principalmente no calçadão da Avenida Beira Rio.

Essa é uma ótima atividade para aquelas metades de dia, enquanto você espera um passeio ou depois que você voltou de um: procure um bom restaurante, peça uma cerveja (ou um suco) e relaxe admirando o rio. Eu garanto que será uma experiência agradável.

Se você preferir, pode pegar um barco e almoçar num dos muitos restaurantes que existem do outro lado do rio. Lembre-se de levar dinheiro vivo, pois esses estabelecimentos não costumam aceitar cartões. Por falar nisso, há agências bancárias em Barreirinhas (eu vi Banco do Brasil, Bradesco e Banco do Nordeste).

5. Atins e Santo Amaro, os outros vilarejos

Praia de Caburé – MA

Tem mais tempo? Aproveite para conhecer dois vilarejos que também servem de base para os Lençóis. Atins é um passeio tradicional – nós só não passamos lá porque as chuvas tinham impedido o percurso, segundo nos contaram moradores locais. De todo modo, 1h30 de voadeira e você estará lá. Dica: é caminho de Caburé, então pode ser uma boa ideia combinar um noite em Atins depois de conhecer essa praia

Além dos lençóis e da Lagoa Verde, Atins ganha fama por ter o famoso Camarão da Luzia. E bota famoso nisso – todo mundo fala desse restaurante. Numa pesquisa rápida, descobri que a fama veio de uma coluna da Revista Época, escrita pelo Ricardo Freire. Ele garante que o camarão da Luzia é o melhor que você vai comer na vida.  Se você passar por lá, volta aqui e me conta se concordou com ele.

Tem um transfer de lanche da Barreirinhas pra Atins nesse link.

Já em Santo Amaro, vilarejo chamado de porta dos fundos dos Lençóis, você consegue acesso rápido a outras lagoas lindíssimas do Parque Nacional, como a da Gaivota. Dá pra ir de 4×4, saindo de Barreirinhas.

A Rota das Emoções

Chegar nos lençóis não é fácil. Primeiro você precisa chegar até São Luís. Tarefa alcançada? Ótimo, mas agora pegue um ônibus até Barreirinhas, numa viagem que dura 4h. Se você quiser conhecer Atins e Santo Amaro, ixi, aí complicou: vai ter que continuar viagem. E, para chegar até o parque, prepare-se para caminhar.

Dito isso, deixo claro que vale a pena. Cada real investido. E que, se você tiver tempo e disponibilidade, pode juntar os Lençóis Maranheses com outros dois destinos fantásticos: Jericoacoara, no Ceara, e Delta do Parnaíba, no Piauí.

Você tem um roteiro de mochilão pronto, passando pelos três estados e que tem até um nome pomposo, pensado pela galera do marketing: Rota das Emoções. Jericoacoara e o Delta estão a 210 km de distância uma da outra, enquanto Barreirinhas fica a 179 km do Delta.

Várias agências de viagem fazem o trecho. O passeio não é dos mais baratos, mas vale a pena. Para os mochileiros e viajantes econômicos, o Viaje na Viagem explica como fazer esse trecho de transporte público.  Se optar por fazer isso, compre uma passagem área multi-destinos, com chegada por Fortaleza e volta por São Luís. E tenha tempo de sobra. Nós explicamos como comprar a passagem nesse texto aqui.

Vale a pena fazer um bate-volta de São Luís

Olha, eu não recomendo não. As tradicionais viagens de bate-volta – em que você vai e volta no mesmo dia – funcionam melhor para destinos mais próximos.

Fora que é um desperdício: os Lençóis merecem dias inteiros, não poucas horas intercaladas entre duas viagens de van.

Onde comer em Barreirinhas-MA

  • Restaurante Bela Vista: fica na Rua Anacleto Carvalho, uma das principais da cidade, de frente para o local de onde saem os ônibus da Cisne Branco (n° 617). Não faltam opções, – também com vistas parecidas e decks que entram no rio – por ali.
  • Barlavento: um restaurante e pizzaria com preços bons e comida ótima. Fica na Avenida Beira Rio.
  • Bambu: apontado pelo TripAdvisor como o melhor restaurante de Barreirinhas. Serve de tudo, de comida regional, frutos do mar e até comida oriental. Pratos entre 60 e 80 reais.

Não deixe de comer também nas casas dos moradores ou restaurantes de comida caseira que ficam nas margens do Rio Preguiças ou nas comunidades próximas. O preço é bom, a comida é boa e de quebra você conhece uma parte diferente da comunidade local.

Você terá a chance de provar pratos deliciosos com galinha caipira e carne de sol, entre outras coisas preparadas com o que o dono tem na geladeira no dia. Esses locais normalmente não aceitam cartão, por isso leve dinheiro vivo. Leia mais dicas de onde comer em Barreirinhas.

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

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