O que fazer em Florença: Roteiro de 2 ou 3 dias

Não é exatamente fácil decidir o que fazer em Florença, afinal, há infinitas possibilidades de ver obras de arte, joias arquitetônicas e comida de primeira. Poucas cidades no mundo são tão parte do imaginário popular em termos históricos e culturais quanto essa beleza italiana.

Para ajudar no planejamento do seu roteiro pela cidade, preparamos um guia completo com as principais atrações de Florença, dividas num roteiro de 2 dias. Também damos dicas de onde comer e onde ficar ao longo do texto!

Veja também: Seguro viagem Florença: qual contratar?

Quantos dias ficar em Florença?

Você vai precisar de tempo para conseguir absorver tudo o que Florença tem para oferecer. Mais ainda, se quiser fazer da cidade de base para explorar mais a região da Toscana. O ideal é ficar pelo menos 2 dias inteiros em Florença e deixar outros dias para fazer possíveis bate-voltas à lugares como Pisa ou outras cidades da Toscana.

Se você tiver só 1 dia, basta seguir o nosso roteiro do dia primeiro dia, que concentra um geralzão da cidade. E se você tiver mais tempo, aproveite para conhecer mais museus e explorar o outro lado do rio Arno.

Tenha em mente que uma das melhor atrações de Florença é caminhar pelas ruas e ver suas belezas, inclusive, fazer o mesmo passeio de manhã e a noite, quando as cores mudam e a iluminação faz uma diferença no cenário.

O que fazer em Florença: roteiro de 2 ou 3 dias

Dia 1: O essencial de Florença

  • Duomo di Firenze (Catedral Santa Maria del Fiore), Torre de Giotto e o Batistério
  • Piazza della Republica
  • Mercato Nuovo
  • Piazza Signoria
  • Palazzo Vecchio
  • Ponte Vecchio e o Corredor Vasariano
  • Palazzo Pitti e Jardins Bobolli
  • Piazzale Michelangelo

Comece seu passeio no principal cartão postal da cidade: o Duomo di Firenze, ou melhor, a catedral Santa Maria del Fiore. É a maior igreja da cidade e a famosa cúpula, construída por Filippo Brunelleschi, é um grande obra de engenharia – ele se inspirou no Panteão, em Roma. Você pode entrar na Igreja de graça, basta enfrentar a fila.

Saiba mais: Como é a visita ao Duomo, Torre e Batistério da Catedral de Santa Maria del Fiore

Na praça que fica a Igreja também estão a Torre de Giotto e o Batistério (as portas são obras de arte incríveis). Todos são patrimônios mundiais da Unesco. Dá para subir no alto da Torre e do Duomo, comprando um mesmo ticket, por 18 euros. O ingresso inclui, ainda, a entrada no Batistério, no Museo dell’Opera del Duomo e nas criptas da igreja.

Depois dessa visita, siga para a Piazza della Republica, local onde ficava o antigo Fórum Romano. Ali há uma maquete que indica como era Florença naquela época. Após era romana, durante a Idade Média, essa região mudou muito e virou uma área densamente povoada e com grande fluxo de pessoas, onde chegou a funcionar, até o século 16, um importante mercado conhecido como Mercato Vecchio. Mas essas construções medievais foram todas derrubadas a renovação da praça. A obra marcou a proclamação de Florença como capital da Itália. Hoje, o que se encontra lá é um arco enorme, uma coluna e, em volta, vários cafés, artistas de rua e um carrossel.

A 200 metros dali, está o Mercato Nuovo, construído no século 16 para substituir o antigo. Hoje, o lugar é voltado para o comércio de couro. É ali que fica uma curiosa estátua de javali conhecida como Il Porcellino. A superstição do século 18 garante que quem passa a mão no focinho dele voltará a Florença em algum ocasião. E se você colocar uma moeda na boca dele e ela cair dentro da fonte, terá boa sorte. A estátua tem o focinho já desgastado de tanta gente que vai lá passar a mão no bicho. Mas calma, hoje em dia ninguém está estragando uma obra de arte: a estátua original está localizada no Museu Bardini.

Se você não quer pagar para entrar num dos museus, a Piazza Signoria fará o trabalho. Lá fica um réplica perfeita do Davi de Michelangelo. Além disso, também há uma grande coleção de esculturas, de artistas como Giambologna, Donatello, Bandinelli, Cellini, entre outros.

Para a hora do almoço minha sugestão é que você vá comer no maravilhoso I’ Girone De’ Ghiotti. O espaço pequeno faz sanduíches incríveis de produtos locais, diversos sabores a preços muito convidativos. Foi de longe a melhor refeição que fiz em Florença. E não sou só eu que digo isso, o espaço está em um dos primeiros lugares no TripAdvisor. Uma dica: você pode pegar o sanduíche para levar e comer numa praça ou pode subir e tentar uma das mesinhas no andar de cima.

Essa praça é onde fica o Palazzo Vecchio, que abriga um museu e a prefeitura da cidade. Lá dentro fica o incrível Salão dos Quinhentos, construído em 1494, com 1200 metros quadrados com esculturas e pinturas. Inicialmente foi encomendado para que Leonardo da Vinci e Michelangelo fizessem painéis no salão, mas nenhum dos dois terminou o trabalho. Dentro do palácio também ficam outros salões ricamente decorados. A visita dura cerca de 1h30, então se você tiver interesse, recomendo entrar. Consulte o site oficial para informações de horários e preço. 

Siga pela Piazzale degli Ufizzi (deixe para visitar o museu, se você quiser, no dia seguinte!) para a Ponte Vecchio, aquela que os nazistas desistiram de destruir durante a Segunda Guerra. A ponte é a mais antiga de Florença e tem lojas que se estendem por todo o caminho, dos dois lados. No inicio, essas lojas eram ocupadas por açougueiros, mas em 1593 a família Medici, incomodada com o mal cheiro do local, proibiu os açougues. No lugar, mercadores de ouro e jóias se instalaram ali. Até hoje são essas as lojas que você encontra por lá.

Ponte Vecchio “por dentro”. As lojas de jóias ao longo do caminho.

Outra coisa interessante na ponte, e que não pode ser visitada por todo mundo, é o Corredor Vasariano, construído por Georgio Vasari a mando de Cosimo I de Medici, em 1565. É uma passagem secreta que liga o Palazzo Vecchio ao Palazzo Pitti, passando pela Galeria Uffizi e, claro, por cima da Ponte Vecchio. O objetivo era permitir que os nobres pudessem cruzar de suas casas até o palácio do governo sem o risco de levarem uma facada de algum cidadão descontente no caminho. Ali dentro fica uma coleção de quadros de grandes artistas. Para visitar o Corredor, é necessário fazer reserva pelo telefone +39 055 294883.

Também é possível, em alguns períodos específicos, visitar o corredor entre o Palazzo Vecchio e a Galeria degli Uffizi. Leia nosso post contando a experiência e como conseguir comprar.

Uma vez do outro lado do Rio Arno, você tem algumas opções de passeio:

Se ainda for cedo e você não estiver cansado, pode visitar o Palazzo Pitti e/ou Giargino di Boboli, que são parte da antiga residência da família Medici. O palácio hoje funciona como uma grande galeria de arte renascentista. E os Jardins Boboli são um complexo que também funciona como uma espécie de museu a céu aberto.

Dica: Caso você pretenda visitar o palácio, os jardins e também a Galeria Uffizi, vale a pena comprar o bilhete combinado dos três, que custa 38 euros e é válido por 3 dias. Confira no site oficial.

A outra opção é especialmente bonita quando anoitece e as luzes se acendem em Florença. Caminhe pelas lojinhas e ruas do outro lado do rio em direção à ponte Santa Trinitá. Dali, você tem uma visão da Ponte Vecchio de frente. Depois de cruzá-la, siga pela Via de Tornabuoni, uma rua cheia de casarões e palácios, que hoje são lojas de luxo como Gucci e Prada. Para quem gosta de moda, inclusive, ali fica o Museu Salvatore Ferragamo.

Siga sua caminhada, em que você pode (ou não) desviar para ver o Duomo e o Batistério com a iluminação noturna. Mas o seu destino é a região do Mercado de São Lorenzo (voltaremos lá amanhã para o almoço!), onde, no segundo andar funciona o Mercato Centrale, um mercado de gastronomia italiana simplesmente maravilhoso. É um ótimo lugar para jantar – ou só beliscar alguma coisa com um vinho. 

Dia 2: Museus e igrejas cheios de história e arte

  • Galeria Uffizi
  • Museu Bargello
  • Galleria dell’Accademia
  • Mercado de San Lorenzo
  • Ruelas do Centro
  • Basílica de San Lorenzo
  • Basilica de Santa Croce
  • Piazzale Michelangelo

O segundo dia tem foco nas artes. Você pode escolher entre um ou vários museus descritos abaixo.

A Galeria Uffizi é um dos maiores museus de arte do mundo e é um passeio que pode tomar algumas horas do seu dia, provavelmente a manhã inteira. É extremamente importante que você compre os bilhetes com antecedência. Os horários de abertura e preço do ingresso variam ao longo do ano. Confira no site oficial e compre por lá (sai mais barato do que com vendedores alternativos).

Se você já conhece ou tem interesse em visitar outro museu em Florença, pode aproveitar o tempo para ir a lugares como o Bargello, que é voltado para esculturas, incluindo trabalhos de Michelangelo e Donatello, entre outros. Ou a Galleria dell’Accademia, cuja principal atração é a estátua original de Davi, de Michelangelo.

Também há locais de exibição menos disputados, mas muito interessantes, como o Museu Galilei, sobre a obra do artista e outras exibições sobre a história da ciência. Ou a Museu Casa de Dante, que é o local onde supostamente o poeta Dante Alighieri teria vivido – vale a pena também só ver pelo lado de fora!

Para o almoço, vá ao Mercado de San Lorenzo. No entorno dele fica uma enorme feira de artesanato e peças de couro, um bom lugar para quem gosta de compras. Mesmo que você tenha ido na noite anterior, no andar debaixo é onde funciona o mercado tradicional, em que ficam os vendedores de produtos típicos. Procure a Il Salumeria, onde dá para provar os queijos e salames da região – e comprar no pedaço. Para almoçar, nós fomos ao Nerbone, que vende massa fresca bem baratinha, por volta de 4 a 6 euros o prato. Se você não tiver ido na noite anterior, também pode subir e comer no Mercato Centrale.

Caso você já tenha esgotado os museus, agora é uma boa hora para caminhar pelas ruas de Florença e apreciar o que encontrar pelo caminho.

Por exemplo, para quem quiser tirar fotos diferentes do Duomo, a via dello Studio dá uma visão da catedral entre as casinhas fiorentinas. Outro lugar muito especial, que também vale uma parada para um café, é o último andar da Biblioteca Oblate (entrada gratuita).

Também vale a pena caminhar por ruas charmosas: tomar um café no Chiaroescuro na Via del Corso, ver (ou comprar) nas lojas da Via Calzaiuoli e Via Calimala, tomar um gelato na Grom na Via dei Campanile.

Ainda, quem gosta pode visitar outras igrejas, como a Basílica di San Lorenzo, que era uma igreja privada dos Medici e tem obras de Donatello, ou a Basílica di Santa Croce, onde estão enterradas várias das celebridades fiorentinas, como Michelangelo, Maquiavel e Galileu Galilei.

Quando estiver perto do horário do pôr do sol, recomendo que você pegue um ônibus, táxi ou uber até a Piazzale Michelangelo. Além de gratuito, dali você tem uma vista panorâmica da cidade. Vale a pena comprar comidinhas e fazer um piquenique por lá.

Para quem quiser jantar e ter um gostinho da noite em Florença, na Via dei Neri e arredores há diversas opções de bares e restaurantes. Outra opção para jantar é o Eataly Firenze.

Melhores bate-voltas a partir de Florença

Ruela de San Gimignano, na Toscana

Leia também o nosso post com ideias de roteiros de 7 dias pela Toscana ou o com 12 ideias de roteiro pela Itália.

Onde ficar em Florença: sugestões de hotéis

Já estivemos em Florença algumas vezes, experimentamos ficar perto e longe do centro histórico. Em primeiro lugar, recomendo que você leia o nosso guia de bairros de onde ficar em Florença. Aqui, listei opções de acomodações bem localizadas – algumas já testamos, outras não – pensando em todos tipos de viajantes, dos mais econômicos aos que prezam por uma excelente acomodação:

Conheça as celebridades históricas de Florença veja.

Para entender a cidade: um pouco da história de Florença

Florença é uma cidade como poucas no mundo. Sua relação com a história e arte foram essenciais para a cultura ocidental. Foram os banqueiros florentinos que financiaram as navegações espanholas e portuguesas e, graças a elas, o continente Americano foi descoberto.

Fundada por soldados romanos, Florença cresceu devido à sua posição estratégica, próxima a rios. Na Idade Média, já era uma das mais importantes do mundo por cousa do próspero comércio desenvolvido ali. Por volta do ano 1000 d.C., começou sua ascensão no mundo das artes, impulsionada pelo grande investimento em arquitetura. Em 1300, o papa Bonifácio VIII chegou a dizer que o mundo não tinha quatro, mas cinco elementos: Terra, Fogo, Água, Ar e os Florentinos.

Planeje sua viagem:
Como ir do aeroporto de Florença para o centro

Quando os Medici tomaram o poder, no século 15, Florença já era uma das maiores cidades da Europa. A família era composta por banqueiros, que financiavam, entre outros, o próprio Papa – ou seja, gente poderosa até dizer chega. Eles também foram grandes patrocinadores das artes. Lorenzo di Medici, ou Lorenzo, o Magnífico, foi um grande patrono de artistas como Michelangelo, Leonardo da Vinci e Botticelli. A família Medici ficou no poder por um longo período, até o século 17. Para saber mais sobre essas figuras famosas da história da cidade, leia post inteiro sobre as celebridades histricas florentinas.

Durante a Segunda Guerra, Florença foi ocupada por um ano pelo exército alemão. Em 1944, quando estavam batendo em retirada por causa da aproximação dos ingleses, decidiram bombardear todas as pontes para dificultar a passagem dos aliados. Felizmente, tiveram o bom senso de não destruir a Ponte Vecchio, devido à sua beleza e valor histórico e ainda hoje podemos apreciá-la cruzando o rio Arno, um dos principais cartões postais da cidade.

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Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

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