O Acre não apenas existe, mas também rende ótimas férias. E tem muita história para contar: Rio Branco é a capital de um estado que já fez parte da Bolívia, lutou pela própria Independência e foi nação soberana até ser anexado pelo Brasil, no Tratado de Petrópolis. É uma cidade bem cuidada e com um bom número de atrações turísticas, além de servir de porta de entrada para a Amazônia e, por que não, para nações vizinhas. Este texto é um guia do que fazer em Rio Branco, com dicas de passeios, hotéis e outras informações importantes.
O 360meridianos esteve no Acre por conta do projeto Origens BR, que investiga a história – e a pré-história – do Brasil. Do período imediatamente anterior ao desembarque dos conquistadores até milhares de anos atrás. O Origens BR conta com o patrocínio da Seguros Promo e da Passagens Promo, empresas que tornaram essa investigação possível.
As principais atrações ficam perto umas das outras, dos dois lados do Rio Acre. É possível visitar a maior parte delas num único dia. Se tiver dois dias inteiros para gastar, concentre o primeiro no centro e deixe o segundo para atrações mais afastadas, como o Parque Chico Mendes, o Quixadá ou os geoglifos – falaremos de todos esses lugares a seguir.
Foto: Fellipe Abreu
Foto: Fellipe Abreu
Foto: Fellipe Abreu
O Acre é um dos mais importantes destinos para o turismo religioso no Brasil, atraindo todos os anos uma multidão de gringos. A busca é pela ayahuasca, bebida alucinógena de origem amazônica, feita da mistura do cipó mariri com outras folhas.
Ela é tomada pelas populações locais há milhares de anos, em cerimônias religiosas. Em cultos não-indígenas a bebida tem outro nome, também mundialmente famoso: Daime. A Folha de São Paulo fez um especial sobre a ayahuasca, com fotos de ninguém menos que Sebastião Salgado.
Mais de 800 sítios arqueológicos já foram catalogados no Acre. São os geoglifos, figuras feitas no solo pelo ser humano, algumas delas há mais de mil anos. Descobertos na década de 1970, os geoglifos só começaram a ser profundamente estudados 20 anos depois.
Com formas geométricas variadas, os geoglifos provam que a Floresta Amazônica é habitada pelo ser humano há milênios – e que essa região era casa para grandes grupos humanos muito antes da chegada dos conquistadores europeus. Obviamente, é preciso sair do solo para conseguir observá-los. Para isso, o jeito é fazer um voo panorâmico de táxi aéreo ou, uma escolha melhor, de balão, numa das únicas atividades do tipo na Amazônia. A empresa que faz o passeio é a Eme Amazônia. O tour começa às 4h da manhã, quando os viajantes são buscados em seus hotéis, e termina com um café da manhã, após o voo de 40 minutos.
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Foto: Fellipe Abreu
Dá para visitar Rio Branco durante todo o ano, mas tenha em mente que a cidade tem o típico clima equatorial/amazônico: a época das chuvas vai de novembro a abril, com janeiro e fevereiro sendo os meses mais chuvosos. Já o período de seca vai de maio a setembro, com junho e julho registrando os menores índices de precipitação.
Como é comum ao norte do país, faz calor – a temperatura média máxima fica acima de 30°C durante todo o ano, com os termômetros chegando perto dos 40°C em alguns períodos. Mas o inverno também registra, digamos, um friozinho amazônico, com temperaturas agradáveis, na casa dos 20°C – e até abaixo de 10°C, em ocasiões mais especiais.
A não ser que você vá na época seca, leve guarda-chuva. E roupas leves mesmo no inverno – no máximo acrescente um agasalho na bagagem, para saídas noturnas.
O mais provável é que você chegue de avião. Os voos são longos e nada baratinhos – há ligação direta com Brasília, que está a três mil quilômetros de Rio Branco, e com São Paulo. Os voos restantes são para outros destinos na Amazônia: Manaus, Porto Velho e Cruzeiro do Sul.
Para economizar na viagem é fundamental garantir suas passagens com certa antecedência. Eu paguei cerca de R$ 500, o trecho, no voo saindo de Brasília.
Foto: Fellipe Abreu
Com cerca de 400 mil habitantes e boa parte das atrações concentradas na mesma região, não é tarefa das mais difíceis escolher hospedagem: fique nos arredores do Palácio Rio Branco, sede do governo estadual.
Foto: Fellipe Abreu
Se for só por Rio Branco, não. A cidade é pequena e dá para fazer muita coisa a pé. Quando não for possível, aplicativos de transporte, como Uber e 99, funcionam na cidade, que também tem uma boa frota de táxis e, claro, rede de transporte público. A corrida mais cara é a do Aeroporto Plácido de Castro, que está a 20 km do centro: uma corrida de táxi custa cerca de R$ 90, enquanto os aplicativos cobram em torno de R$ 40.
Alugar um veículo compensa se você pretende ir de Rio Branco para outras partes do estado. Se resolver fazer isso, saiba como garantir o melhor custo/benefício.
A viagem de carro mais comum é para Xapuri, terra do Chico Mendes e coração seringueiro da Amazônia. São 189 km pela BR-317, que está em bom estado: dirigir neste trecho é uma experiência tranquila, com estradas retas, razoavelmente bem conservadas e sem movimento intenso de caminhões. Ali é possível ver a casa onde Chico Mendes viveu e morreu, além do túmulo do seringueiro. Infelizmente, a cidade anda meio mal cuidada e mesmo os locais ligados ao legado do Chico estão fechados. Vale a viagem mesmo assim, de preferência com tempo para conhecer (e passar uns dias) na Reserva Extrativista Chico Mendes.
Foto: Fellipe Abreu
Além de Rio Branco e Xapuri, a outra região bastante procurada do Acre é a Serra do Divisor, que fica em Cruzeiro do Sul, a segunda maior cidade do estado. Aí já compensa ir de avião, já que os 700 quilômetros exigem mais de 10 horas dos viajantes. A Gol opera um voo diário entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul – é a mesma aeronave que vem de Brasília, que segue viagem após parada na capital do estado. As passagens, se compradas com antecedência, não costumam ser caras. O Parque Nacional é um dos cantos de maior biodiversidade da Amazônia, e a Serra do Divisor é uma viagem para quem pretende mergulhar na maior floresta tropical do mundo. Neste vídeo você consegue saber mais sobre a região. Uma boa época para visitar essa parte do Acre é o mês de agosto, quando o povo Yawanawá celebra o festival Mariri.
Bastam algumas horas de estrada, a partir de Rio Branco, para alcançar os países vizinhos. No turismo, a rota tradicional envolve a Rodovia Interoceânica, que segue até Cusco e Machu Picchu, no Peru. É um percurso muito procurado por quem gosta de viagens de moto, mas há relatos de quem fez o trecho de ônibus, passando por Brasileia e Assis Brasil. Lembre-se que as locadoras costumam ter restrições para quem pretende cruzar a fronteira com um carro alugado.
Jornalismo de qualidade tem um custo – e isso é sempre um desafio, ainda mais para um veículo independente como o 360meridianos. É por isso que agradecemos, e muito, aos patrocinadores da série Origens BR: a Seguros Promo e a Passagens Promo. Duas empresas que auxiliam viajantes em busca das férias perfeitas e que investem na cultura e no conhecimento. Vamos conhecer mais o Brasil?
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