O que fazer em Santiago, Chile: guia completo e roteiro de até 5 dias

O que fazer em Santiago, no Chile? Como a capital enorme e cosmopolita que é, há muitas respostas para essa pergunta. Por ali, a arte, a história e a cultura são amplamente valorizados e dividem espaço com os arranha-céus que dão uma cara moderna à cidade.

Bares, baladas, arte de rua e ateliers revelam a faceta jovem e descolada, e os cerros com vista para os Andes se encarregam de criar os mais belos cartões-postais que uma selva de concreto poderia sonhar.

À primeira vista, Santiago se parece muito com qualquer outra metrópole latino-americana: lixo espalhado pelas ruas aqui e ali, aquela pequena sensação de insegurança que dá ao passear por alguns locais, mesmo sendo cheia de vida. Nada com o que nós não estejamos acostumados.

Apesar disso, a capital chilena é considerada uma das melhores cidades da América Latina para se viver. É organizada e bem planejada urbanisticamente, além de ter o sistema de metrô mais moderno do subcontinente e que só perde em tamanho para o metrô da Cidade do México.

Para nós, turistas de plantão, essa é uma mão na roda: praticamente todos os pontos turísticos de Santiago são acessíveis via metrô. Veja agora nosso guia com o que fazer em Santiago, feito com base em diversas viagens ao país. 

Veja também: Onde ficar em Santiago
Onde beber vinho em Santiago
Restaurantes em Santiago: dicas de onde comer
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Seguro viagem Santiago: é obrigatório? Qual o melhor? Seguro Viagem: América do Sul.

O que fazer em Santiago: as principais atrações

  • Passear pela Plaza de República e arredores
  • Almoçar no Mercado Central de Santiago
  • Visitar o indispensável Museu da Memória e dos Direitos Humanos
  • Visitar o Museu Chileno de Arte Pré-Colombiana
  • Aproveitar a entrada gratuita em diversos museus da cidade
  • Ver uma exposição no Centro Cultural La Moneda
  • Visitar o Palácio de La Moneda
  • Tomar um café nas charmosas ruas do bairro Paris-Londres
  • Curtir a vida noturna nos bairros Bellavista e República
  • Apreciar os Andes do alto do Cerro San Cristobál e do Cerro Santa Lúcia
  • Visitar a La Chascona, a casa de Pablo Neruda
  • Ver a cidade do alto do Costanera Center
  • Fazer um passeio a alguma vinícola nos arredores da cidade
  • Esquiar ou só ver a neve no Valle Nevado ou em alguma outra estação de esqui

Plaza de la República

Essa enorme praça é o coração de Santiago. É um lugar alegre e vibrante, cheio de artistas, velhinhos e crianças que vão alimentar os pombos que vivem por lá. De lá, saem algumas ruas repletas de restaurantes e lojas. A Plaza de Armas é perfeita para um descanso ou para começar a explorar a cidade.

Ao redor, ficam a belíssima Catedral Metropolitana (entrada gratuita); o prédio da Agência do Correio Central, de grande valor arquitetônico (também gratuito); a Municipalidade de Santiago, onde você pode conseguir informações turísticas; e o Museu Historico Nacional,  com 15 salas que contam a história do país (grátis outra vez. Abre de terça a domingo).

A dica mais importante desse post: você pode fazer um tour guiado gratuito com um morador local. O passeio dura duas horas, tem nota altíssima e te leva em vários pontos importantes do centro. E não, você não vai pagar nada, embora gorjetas ao guia sejam apreciadas. Reservas aqui.

Quer algo exclusivo? Também dá para reservar um passeio particular por Santiago. Um tour desses, com guia que fala português, duração de quatro horas, transporte e entrada nos Cerros, custa cerca de R$ 600 – lembrando, é um passeio particular. Reservas aqui.

Mercado Central de Santiago

San Pablo, Santiago

Nenhuma visita a Santiago está completa sem incluir um almoço no Mercado Central. O lugar é repleto de restaurantes que vendem comida típica, como frutos do mar e peixes do Pacífico.

No entanto, prepare-se para o assédio na hora de escolher seu restaurantes. Os garçons vão te cercar e tentar convencê-lo a sentar-se à mesa deles, custe o que custar. Eles estão bastante familiarizados com os turistas brasileiros e até arriscam o português. Tudo para ganhar a clientela estrangeira.

Como qualquer lugar feito para turistas, os preços das refeições são mais caros que em outras partes de Santiago. A dica, se você quiser comer ali gastando bem menos, é procurar um dos restaurantes que ficam na parte externa do mercado. No entanto, não espere tanta beleza e charme nos estabelecimentos dessa parte.

Também existe um tour gratuito pelo Mercado. Dura duas horas e pode ser reservado aqui – lembre-se, gorjetas são apreciadas. Reservas aqui.

Museu da Memória e dos Direitos Humanos

Calle Matucana, 501 (Metro Quinta Normal)

Não que eu goste de cagar regra, mas me arriscaria dizer que essa é a atração mais obrigatória de Santiago. O Museo de la Memoria y los Derechos Humanos visa recuperar a história da ditadura militar chilena, comandada por Augusto Pinochet, ao mesmo tempo em que presta uma homenagem às vítimas do regime – considerado um dos mais sangrentos do continente – e alerta para outros casos de violação de direitos humanos na América Latina e no mundo.

Há uma parte, por exemplo, dedicada à ditadura militar brasileira. A coleção reúne objetos, documentos, fotografias, vídeos e arquivos multimídia que juntos contam a história daquela época.

Entrada Gratuita. Abre de terça a domingo, das 10h às 18h.

Se você se interessa pelo tema, leia nosso roteiro pelos passeios e atrações que contam a história da ditadura chilena em Santiago.

Você também pode fazer um tour plea história da ditadura chilena. Essa experiência tem duração de sete horas e guia que fala português. Reservas aqui.

Também dá para contratar um tour guiado apenas pelo Museu da Memória e dos Direitos Humanos. Essa opção custa cerca de R$ 100. Reservas aqui.

Museu Chileno de Arte Pré-colombiana

Um dos mais importantes museus de Santiago foi ampliado em mais de 1000 metros quadrados para exibir quase o dobro das peças que exibia antes. Parece bom, não?

Visitar o lugar é uma excelente forma de conhecer mais sobre a cultura dos povos que viveram aqui antes dos europeus. Saiba mais sobre o museu aqui. A entrada custa 10.000 pesos chilenos (R$60). Estudantes pagam meia. Abre todos os dias.

Dica esperta: O governo do país aprovou uma medida que transforma as instituições que pertencem à “Dirección de Bibliotecas, Archivos y Museos (DIBAM)” em espaços de acesso gratuito. Veja aqui outros museus grátis para visitar em Santiago.

Centro Cultural La Moneda

Outro museu interessante de se visitar é o Centro Cultural La Moneda, que abriga diversas exposições temporárias. Durante a sua visita, vale a pena olhar a programação do Centro e ver se tem algo que te interessa.

Aproveite para comer alguma coisa no café mais antigo da cidade. As exposições estão abertas de segunda à domingo, das 9h às 19:30. Plaza de la Ciudadanía, 26 – Centro. Acesso pelo metrô La Moneda.

Palácio La Moneda

Sede da Presidência da República do Chile e de alguns Ministérios. É possível visitar o lugar em um tour pré-agendado através do email visitas@presidencia.cl.

A cada dois dias, também é possível assistir à troca da guarda, que ocorre entre 10h e 10h45 am.

Bairro Paris-Londres

Esse charmoso bairro com cara de Europa recebe esse nome por causa do seu principal cruzamento: as esquinas nas quais a Calle Paris encontra a Calle Londres.

Com estreitas ruelas de paralelepípedos, nas quais quase não passa um carro, cafés com mesas nas calçada e arquitetura que vai te transportar para um filme parisiense dos anos 1920, esse é uma das regiões mais agradáveis de Santiago, perfeita para quem quer descansar as pernas e perder tempo sem pressa.

Vida noturna em Santiago: Bellavista e República

O que eu mais gostei em Santiago foi, sem dúvidas, a vida noturna. Eu, nascida e criada na capital mundial dos botecos, já sentia falta de me sentar em um bar com o único propósito de beber e jogar conversa fora.

O bairro Bellavista, em Santiago, é o reduto dos artistas e boêmios. Com dezenas de livrarias e restaurantes, também é um ótimo lugar para almoçar ou jantar. No entanto, por ser um lugar cult, espere pagar um pouco mais pela comida ali.

Os melhores dias para visitar são de quarta a sábado, quando os bares ficam mais cheios. Aproveite para dar uma passada no Pátio Bellavista, uma feirinha legal de antiguidades e livros usados. A rua de referência do bairro é a Pio Nono.

Está sozinho? Há um tour de quatro horas pelos bares de Santiago, no melhor stilo pub crawl. Reservas aqui.

Outro lugar bastante boêmio é o bairro República. Como muitas faculdades estão instaladas por ali, o lugar também virou refúgio de muitos  bares universitários. Caminhe pela Avenida Brasil e escolha o seu preferido.

Cerro San Cristóbal

Com mais de 800 metros, o Cerro San Cristóban é um dos pontos mais altos de Santiago. De lá o turista tem uma ótima vista da região, com a cordilheira dos Andes incluída no pacote.

Isso é, se a camada de poluição assustadora que paira sobre Santiago não atrapalhar a vista – nesse caso use a imaginação para lembrar que há montanhas enormes e até picos nevados ao fundo da cidade.

Há duas formas de chegar até o topo: uma é pela estrada que contorna o morro e permite o acesso de carro até determinado nível. De lá, é preciso completar a caminhada a pé ou de bicicleta.

Sedentários que somos, nós preferimos subir de funicular, uma espécie de trem que sobe a montanha a cada 30 minutos. Em funcionamento desde a década de 1920, o funicular é uma atração por si só, apesar dos solavancos assustarem turistas mais medrosos.

Veja também: Passeios em Santiago, Chile: Cerro San Cristóbal

No alto do Cerro fica o Santuário da Imaculada Conceição, onde os católicos realizam missas e de onde o Papa João Paulo II abençoou a cidade, em 1987 (ele também poupou o esforço e subiu de funicular).

No santuário fica um dos símbolos da cidade: uma estátua de quase 10 metros de altura da Virgem Imaculada Conceição.


Cerro Santa Lúcia

Outro morro, esse na região central da cidade e com pouco mais de 600 metros de altura. Para chegar até o topo é necessário encarar uma enorme escadaria. No meio do caminho ficam praças, jardins e até uma fonte ligeiramente inspirada na Fontana de Trevi, em Roma (a fonte é bonita, mas foque na palavra “ligeiramente”).

Tem esse nome porque foi conquistado pelos espanhóis no dia de Santa Lúcia, em 13 de dezembro de 1540.

Inclusive, os espanhóis fundaram Santiago justamente no Cerro Santa Lúcia, cerca de dois meses depois da conquista. A entrada é de graça – e dali a gente até conseguiu ver uma parte da cordilheira.

Quer ver Santiago do alto? Há pelo menos dois passeios muito interessantes:

La Chascona: a casa de Pablo Neruda

Pablo Neruda ganhou fama mundial com a literatura, mas o poeta chileno não seria um mau arquiteto. Prova disso é que as três casas que ele construiu e morou são hoje museus.

La Chascona foi a casa do escritor em Santiago, e fica pertinho do Cerro San Cristobán. A casa, feita em forma de navio, foi construída em 1953 em homenagem a Matilde Urrutia, que foi a terceira mulher do escritor e chamava atenção por causa dos cabelos volumosos. Daí o nome da casa: la Chascona significa descabelada.

Por falar no Neruda, você também pode fazer uma excursão para a casa favorita do poeta, que fica à beira-mar. O roteiro, que dura um dia completo, inclui transporte, guia e ingresso. Reservas aqui.

Costanera Center

Avenida Andres Bello 2425 

Ver uma cidade do alto é sempre fascinante. Em Santiago, o melhor lugar para isso é do Sky Costanera, no alto do Costanera Center, um dos principais shoppings da capital chilena.

A 300 metros de altura, esse é o mirante mais alto da América Latina e proporciona uma vista 360 da cidade. O local abre todos os dias das 10h às 22h e a entrada é salgada custa 18.000 pesos chilenos, ou cerca de R$110.

O que fazer em Santiago no verão: passeio às vinícolas

E, antes de terminar, um adendo: Eu sei que a maioria dos brasileiros vai a Santiago em busca das tão sonhadas montanhas nevadas e, por isso, o local é basicamente um destino de inverno para nós. Foi nessa estação que desembarcamos por lá pela primeira vez.

No entanto, a cidade também tem muito a oferecer em dias quentes, quando a frequência de chuvas é maior, a inversão térmica é menor e as montanhas ficam mais visíveis atrás da grossa camada de poluição. Se você vai desembarcar por lá nessa época, não deixe de ler o nosso guia Vale a pena viajar para o Chile no verão?.

Essa também é a melhor época para fazer os passeios nas vinícolas chilenas, já que no verão é possível provar das uvas que, um dia, se tornarão os famosos vinhos chilenos que aquecem nossos corações no inverno.

Há várias opções de passeios pelas vinícolas. Destaco os dois mais concorridos (já fizemos ambos e gostamos):

  • Excursão à Vinícola Concha y Toro – O passeio dura quatro horas e inclui transporte, guia, degustação e uma lembrança. Reservas aqui.
  • Visita às adegas de Santa Rita – A outra grande vinícola da região. O passeio funciona no mesmo esquema (transporte, guia, ingresso, degustação). Reservas aqui.

O que fazer em Santiago no inverno: esqui e neve nos Andes

É inegável que essa é a principal atração para os brasileiros na hora de escolher o que fazer em Santiago. A neve nos fascina e poder ter um gostinho dela tão perto de casa é uma vantagem e tanto.

Com algumas das melhores estações de esqui da América do Sul a cerca de uma hora da capital, Santiago se torna, ao lado de Bariloche, um dos nossos destinos favoritos na hora de experimentar o inverno de verdade.

Embora a estação mais famosa seja de longe o Valle Nevado, há outras opções para quem quer curtir a neve em Santiago. El Colarado tem fama de ser uma boa estação para quem nunca viu um par de esquis na vida, além de ter um passe mais em conta.

As estações de esqui ficam perto de Santiago, mas esse não é o tipo de deslocamento fácil de fazer sozinho. Uma opção é contratar um transfer ou passeio. Esse aqui custa cerca de R$ 200 e dura oito horas. Atenção: não inclui gastos como roupas impermeáveis, lift da estação de esqui ou equipamento.

Saiba mais sobre esquiar em Santiago:
Como esquiar no Valle Nevado
Dicas para esquiar no chile
Esquiando em El Colorado, no Chile

Dicas de hotéis em Santiago

Quando ir a Santiago: melhor época

Como a metrópole que é, Santiago pode ser visitada o ano inteiro. Já viajamos em março, junho e julho. Cada época tem suas características.

O verão é quente, seco e de férias escolares. Quem vai no inverno (julho a setembro) encontra as estações de esqui abertas – e com neve. Em junho e em outubro também pode ter neve nas estações, mas é menos garantido.

Caso vá no inverno, invista nos agasalhos e reserve os passeios de neve com antecedência.

Quantos dias ficar em Santiago?

Com tanto o que fazer em Santiago, considere reserver entre quatro dias a uma semana, em especial se você também quer usar a cidade como base para conhecer a cordilheira e as vinícolas mais próximas.

Dá pra ficar menos tempo? Sim. Eu já fiquei menos tempo e até com um final de semana dá para aproveitar bastante.

Devo alugar um carro em Santiago?

Não é necessário – tanto é que não alugamos em nenhuma das nossas passagens por Santiago. O metrô da capital do Chile é eficiente e dá para se locomover facilmente com aplicativos de transporte.

O carro só seria útil para sair da cidade – Valparaíso, Viña del Mar, Valle Nevado ou alguma vinícolas, por exemplo. E mesmo nesses casos podeser mais cômodo contratar o transporte com alguma agência.

Se você optar por dirigir, o ideal é que reserve seu carro com antecedência para garantir bons preços. Para isso, recomendamos a RentCars, um comparador online e seguro que te mostra o melhor custo-benefício entre os modelos e locadoras disponíveis.

A CNH brasileira é válida no Chile, desde que para viagens de turismo e de até 90 dias.

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Natália Becattini

Sou jornalista, escritora e nômade. Viajo o mundo contando histórias e provando cervejas locais desde 2010. Além do 360meridianos, também falo de viagens na newsletter Migraciones e no Youtube. Vem trocar uma ideia comigo no Instagram. Você encontra tudo isso e mais um pouco no meu Site Oficial.

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Natália Becattini

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