O que fazer em Viena: roteiro de 3, 4 ou 5 dias

Nesse post você encontra um roteiro completo sobre o que fazer em Viena em 3 dias e mais dicas para quem quer ficar 4 ou 5 dias na cidade.

Viena, capital da Áustria, está frequentemente naquelas listas de melhores lugares para se morar no mundo não é atoa. São tantos museus, palácios, cafés, parques e atrações de todos os tipos que é difícil ir embora sem querer ficar mais.

As entradas nos museus e palácios de Viena são caras. Durante o meu passeio, eu usei o Vienna Pass e foi bastante útil. Pode valer a pena caso você também pretenda entrar em muitas atrações na cidade. Veja se Viena Pass vale a pena para você.

O que fazer em Viena em 3 dias: Roteiro Completo

Nesta lista de o que fazer em Viena estão incluídos não só os principais pontos turísticos da cidade, mas também dicas de restaurantes para esse roteiro de 3 dias em Viena. Ao longo dele, há links para os sites dos ingressos atrações, onde você consegue reservar tudo com antecedência.

Dia 1: Principais pontos turísticos no centro de Viena

  • Ópera de Viena
  • Museu de História da Arte / Museu de História Natural
  • Helderplatz (Praça dos Heróis)
  • Burggarten
  • Museu Albertina
  • Catedral de Santo Estevão
  • Ruas Kärntner e Graben
  • Palácio de Hofburg
  • Rathausplatz

Para começar o roteiro de 3 em Viena, o ideal é que você vá direto para o centrinho onde estão a maioria das atrações, também conhecido como Innere Stadt, circundado pela av. Ringstrasse. Essa avenida foi construída há uns 150 anos!

Desça no metrô quase em frente ao prédio da Ópera de Viena. É possível visitar o prédio da Ópera num tour guiado – que custa 12 euros – e até mesmo comprar bilhetes para assistir a um espetáculo, que podem sair a partir de €10 até valores acima de 200.

Siga caminhando a avenida até o Museu de História da Arte, cujo prédio fica logo em frente ao Museu de História Natural. Ambos lindos, fica a seu critério decidir qual visitar.

Eu escolhi entrar no primeiro museu, que tem artefatos egípcios, gregos, romanos, pinturas medievais e outras obras de arte antigas. A minha visita durou quase duas horas.

Depois, vá para a Helderplatz (Praça dos Heróis), onde fica a estátua do Príncipe Eugênio de Savoia, de frente para o Palácio Neue Burg, onde funciona a Biblioteca Nacional.

Ali também ficam os fundos do Palácio Hofburg e se você quiser circular só pelo lado de fora do palácio, andando pelas passagens e áreas externas gratuitas, ali é um bom começo. Nessa área do palácio também há outros museus e igrejas relacionados à família imperial.

Leia também: A história dos Palácios Imperiais de Viena: Hofburg e Schönbrunn

Logo atrás do prédio da Biblioteca fica um parque agradável, o Burggarten, que é um bom lugar para descansar um pouco antes de seguir pelo roteiro por Viena.

De lá, vá para o Museu Albertina, que tem obras de arte moderna, com trabalhos de artistas impressionistas como Monet, e arte contemporânea. Foi um dos meus museus favoritos na cidade: se fosse escolher apenas um dos museus de Viena, seria esse. Clique aqui para comprar o ingresso sem filas.

É hora de comer. Há uma barraquinha logo em frente ao museu, na Augustinerstrasse. Ali, diversos salsichões (Wurstel) são servidos, com pão ou não. Um clássico da cidade é o Kasekrainer, que é recheado com queijo. Come-se no balcão, mesmo. Foi o que eu fiz, acompanhada com um copo de cerveja – copo de vidro, diga-se de passagem, porque em Viena até comida de rua é fina. Os preços também condizem com isso: meu “pão com linguiça” vienense custou 7,50 euros.

De lá, siga as ruas do centro em direção à Catedral de Santo Estevão. A construção de 1365 está eternamente sendo reparada, visto que o material que foi construída, arenito, é muito frágil. Ou seja, impossível fazer fotos sem andaimes aparecendo. A entrada na igreja é gratuita.

Depois disso, uma boa ideia é seguir por ruas famosas, como a Kärntner e a Graben, cheias de lojas, restaurantes e turistas. Mas boa parte das ruas nos arredores são bem bonitas.

Depois de perder tempo caminhando e tirando fotos, volte a região do Palácio de Hofburg. É hora de conhecer melhor a história da Imperatriz Sissi.

O palácio conta com coleção do tesouro imperial, que consiste em um labirinto sem fim de porcelanas e peças de ouro e prata. Mas a parte mais interessante são os Apartamentos Imperiais.

A entrada inclui audioguia, o que é ótimo para conhecer melhor a história da Imperatriz e seu marido, o Franz Joseph, além de ver um pouco do luxo e pompa que era a vida na corte.

Uma boa pedida para o início da noite é ir para o Rathausplatz, que é o prédio da prefeitura. Na praça em frente tem programação o ano inteiro.

Quando estive lá no verão, estava rolando um festival de cinema. Já cansada de toda a maratona do dia, aproveitei o ócio para me sentar num canto e tomar um Spritzter (vinho branco com soda), o drink do verão na Áustria. Acabei jantando por ali também antes de seguir de volta para o meu hotel.

Dia 2: Museus e Palácios em Viena

  • Tour Guiado
  • Michaelerplatz
  • Naschmarkt
  • Palácio de Schonbrunn
  • Riesenrad
  • Leopoldstadt

Comece seu o dia seguinte fazendo um tour guiado para conhecer mais sobre a rica história e cultura da cidade. Uma opção é esse tour Viena: Excursão a Pé pelos Destaques da Cidade ou, se você preferir, há uma opção de bicicleta. 

Caso você não queira pagar um tour, sugiro que faça um Free Walking Tour ou siga os pontos históricos que indico abaixo.

Na Michaelerplatz, logo em frente ao Palácio de Hofburg, ficam ruínas romanas. Na praça também está a Igreja de São Miguel (Kirche St. Michael), onde há partes conservadas de sua construção, em 1220, incluindo afrescos descobertos recentemente. No site oficial da igreja eles contam onde encontrar partes dessa história.

Após o tour, siga para o Naschmarkt, um mercado municipal a céu aberto, onde você encontra de tudo, desde frutas, temperos, carnes e peixes, etc. Se você tiver interesse, pode fazer um tour gastronômico guiado com degustação de produtos locais. 

No mercado há diversos restaurantes. Eu entrei em um deles, com cara de simples e tradicional, para almoçar o famoso Schnitzel vienense. O que é isso? É uma carne de vitela (mas também dá para achar de frango ou porco) amassada até ficar bem fina, frita à milanesa. Acompanha batatas fritas e limão. A refeição ali me custou €12,50.

Depois do almoço, é hora de ir mais longe, ao Palácio de Schonbrunn.

É preciso ficar atento aos horários de abertura do palácio, que variam de acordo com a temporada. Também podem ter muitas filas na entrada, então é recomendável comprar seu ingresso com antecedência (caso você não tenha comprado o Viena Pass).

Fiz o Grand Tour, que te leva a mais locais dentro do palácio, e depois segui para os jardins.

Ali, aproveitei que meu passe incluía e fui ver como era o tal labirinto (o ingresso custa 5 euros). É divertido fazer a brincadeira, mas como eu estava sozinha, não vi tanta graça. Acho que só pagaria se estivesse com crianças.

Muitas fotos pelos jardins depois, siga seu rumo de metrô para o outro lado da cidade.

O Prater é um dos maiores parques de Viena, com uma extensa área verde, um parque de diversões daqueles meio antigões e uma roda-gigante estilo London Eye, só que menos moderna: a Riesenrad.

É legal calcular o horário para chegar lá perto do pôr do sol (no verão, costuma ser por volta de 21h), então a vista foi especialmente bonita.

Leopoldstadt, o bairro nos arredores que fica do outro lado do Danúbio, em relação ao centro, era o distrito judeu e hoje é um bairro que mistura imigrantes e jovens.

Foi onde encontrei os bares e restaurantes mais moderninhos. É uma atmosfera diferente e mais contemporânea de Viena.

Uma dica para jantar é a Falaferia, também conhecido como Pita Box (link para google maps), um local que me foi recomendado no hotel. Lá você encontra diferentes sabores de falafel e hummus, tudo fresquinho. Muito bom e num ótimo preço: €5,90, incluindo o refrigerante.

Dia 3: Roteiro Melhores Atrações em Viena

  • Palácio Belvedere ou Quarteirão dos Museus
  • Karlsplatz
  • Café Central

Para o terceiro dia na cidade, você tem duas opções.

Pode ir até outro palácio, o Belvedere, um local lindíssimo, onde fica a maior parte das obras de Gustav Klint e dizem ser os jardins mais bonitos da cidade. Não deixe de comprar os ingressos com antecedência!

Ou ir até o Quarteirão dos Museus e escolher um (ou mais) dos locais para visitar. Devido a um evento na data que estava lá inviabilizar a ida ao Belvedere. Eu escolhi o Leopold Museum – para ver as obras de Egon Shiele.

Há também opções de museus de arquitetura, arte moderna e contemporânea, além de museus infantis. Saiba mais no nosso Miniguia de Museus em Viena.

Depois da visita, a dica é ir para a região da  Karlsplatz, lá fica uma igreja chamada Karlskirche (São Carlos), uma construção barroca meio diferente. Logo em frente há um espaço onde rola uma feira de música e cinema no verão e uma feira de natal no inverno.

Também vale dizer que é nessa região que fica o Museu de História de Viena.

Depois, volte para a região do centro, onde há boas opções de almoço. Escolhemos o Le Bol, na Neuer Markt (link para google maps). Há diversas opções de comidas leves, como sanduíches, saladas, cafés, etc. O prato que eu comi foi uma salada maravilhosa com queijo de cabra, mel, uvas e figos – chamada Monsieur Seguin. A salada e uma limonada custaram 12 euros.

Na hora da sobremesa, é hora de conhecer um dos dos cafés tradicionais da cidade. O Café Central foi uma instituição frequentada por Trotsky, Freud e companhia limitada.

Lá, comi uma torta e tomei um café com leite, que me custaram 9 euros. Valeu muito a pena. Aproveite para apreciar a atmosfera do café sem pressa.

Leia também: O Café Central de Viena e a cultura dos cafés na cidade

Nessa região, uma excelente opção para um Spritzer ou cerveja é o excelente e intimista Needle Vinyl Bar (Färbergasse 8), que tem uma carta de drinks muito boas com preços por volta de €5 a taça.

O que fazer em Viena em 4 ou 5 dias

Se você tem mais dias em Viena, consegue visitar todas as atrações que eu listei acima com calma e ainda pode acrescentar:

  • Outros museus e palácios da cidade.
  • Visitar o Brunnenmarket, um mercado bem menos turístico, que fica ao longo da rua Brunnengassee.
  • Visitar mais cafés tradicionais da cidade.
  • Conhecer a ONU: eles fazem três tours diários que explica o trabalho das Nações Unidas, me pareceu interessante.
  • Fazer um tour histórico temático.
  • Visitar um dos bairros mais residenciais, como Landstrasse, que tem boas opções de restaurantes e parques (um deles tem um bunker da Segunda Guerra).

Veja também: A Viena de Hitler: Excursão Histórica a Pé

Dicas de Hospedagem em Viena com bom custo/benefício

Se você procura uma opção de hotel é moderno e com boas opções de quartos privados por um preço considerado econômico para padrões austríacos, dê uma olhada no MEININGER Hotel Wien Downtown Franz, no distrito de Leopoldstadt.

Eu fiquei num quarto privado por 45 euros a noite, mas o local também oferece camas em dormitórios, no esquema hostel. Além disso, o  bairro no qual está localizado tem restaurante mais baratas em relação a outras regiões, vida noturna animada e fácil acesso ao transporte público.

Outra opção que testei e adorei foi o Apartment Erdberg, que fica no distrito 3 (Landstraße), que é uma área residencial muito fofa e relativamente perto do centro. O prédio é muito bonito e eles tem vários tamanhos de apartamentos, de studios para 2 pessoas a apartamentos de 3 quartos para grupos de até 12 pessoas.

Outras dicas de acomodação em Viena para outros perfis:

Para decidir quais os melhores bairros para encontrar hospedagem, leia o guia de onde ficar em Viena.

Entenda a história e a importância cultural de Viena

Parte do que torna Viena tão atrativa para mim é sua história e importância cultural.

Centro de disputas políticas e territoriais desde o início da Idade Média, a cidade foi capital Sacro Império Romano-Germânico e dois dois outros impérios que o sucederam, o Austríaco e Austro-Húngaro.

Ao mesmo tempo que tudo isso acontecia, o status de cidade imperial permitiu florescer em Viena muita cultura.

Sua tradição de óperas e orquestras fez com que músicos como Mozart, Beethoven, Schubert, Brahms e Strauss trabalhassem na cidade. As coleções de arte, pinturas, esculturas e artefatos históricos coletados ao longo dos séculos pela família real ou artistas financiados pela corte hoje estão expostas nos museus da cidade.

No final do século 19 e o início do século 20 a cultura dos cafés atraiu pensadores e figuras políticas importantes para que vivessem e produzissem obras por ali: Freud, Trotsky, Stalin, Tito, Hitler, todos passaram em Viena.

E mesmo as duas guerras mundiais, nas quais a Áustria esteve do lado perdedor e a temporária divisão da cidade, até 1955, entre quatro poderes (como em Berlim, mas menos drástica), não tiraram de Viena o seu potencial para estimular a cultura e os pensamentos modernistas. Tanto que nos anos 1970 a cidade foi uma das escolhidas para sediar a ONU.

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Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

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