Isfahan é uma cidade que me conquistou à primeira vista. E não só porque suas ruas e palácios são uma aula de história e cultura persa, mas também porque essa é sem sombra de dúvidas a cidade mais bonita do Irã. Neste guia, conto pra você tudo que aprendi: como chegar, onde se hospedar, onde comer e o que fazer em Isfahan, além de dicas de passeios incríveis nos arredores, como o Deserto de Varzaneh.
Se você também está planejando sua viagem pelo Irã, fique agora com esse guia completo, elaborado para garantir que você aproveite ao máximo meu tempo lá. Ah, e não deixe de ler nossos outros guias sobre o país também! Vamos lá?
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Procure por hospedagens no Centro Histórico de Isfahan, próximo à Praça Naqsh-e Jahan ou nas imediações da Avenida Chahar Bagh. Essa é a melhor região para se hospedar em Isfahan.
Eu fiquei mais afastada, na parte moderna da cidade, e me arrependi. Não havia muitas opções para comer por perto e era um bairro mais sem graça. Vale a pena pagar um pouco mais caro para ficar no centro.
Selecionei alguns hotéis que estão entre os mais bem avaliados da cidade para facilitar sua procura. Todos eles podem ser reservados com a 1stQuest.
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Abaixo, listamos todos os passeios e atrações para você saber o que fazer em Isfahan. Mas considere a ideia de conhecer a cidade com um guia local. Assim você otimiza seu tempo e ainda ganha informações exclusivas de um iraniano sobre a história e a cultura do país. Saiba mais aqui.
E para quem busca uma experiência diferente, que tal fazer uma aula de culinária persa em Isfahan? Esse é o tipo de atividade que marca a viagem! Você pode saber mais sobre ela aqui.
Uma praça gigantesca, cercada de alguns dos principais edifícios da cidade e decorada com mosaicos azuis que brilham à luz do sol. A Praça Naqsh-e Jahan, também conhecida como Imam Square, é o principal cartão-postal de Isfahan e também um dos locais mais bonitos, icônicos e históricos de todo o Irã.
Por esse motivo, esse é um ótimo lugar para começar o seu passeio por Isfahan.
A praça foi construída durante o reinado de Shah Abbas I, no início do século 17, e é um excelente exemplo da opulência do império e da arquitetura persa da era Safávida.
O legal é que até hoje ela preserva a função de ser um centro de comércio e interação social em Isfahan, e é utilizada tanto apra encontros pessoais do dia a dia, quanto para grandes eventos da cidade. Veja aqui embaixo quais são os principais edifícios ao redor da praça.
A Mesquita Imam fica na parte mais ao sul da Praça Naqsh-e Jahan e é um grande exemplos da arquitetura islâmica em todo o mundo.
Construída entre 1611 e 1629, a mesquita tem um portal enorme e imponente, coberto por mosaicos de azulejos de cores vibrantes e padrões geométricos complexos.
O minarete e a cúpula azul-turquesa são visíveis de longe e de vários pontos da cidade.
A praça ainda tem outra mesquita, a Sheikh Lotfollah, que fica no lado leste. Esse é outro prédio histórico do século 17. Mas, ao contrário da Mesquita Imam, a Sheikh Lotfollah não tem minaretes ou pátio, pois foi construída como uma mesquita privada para a família real.
O destaque desta mesquita é sua cúpula, decorada com um padrão de arabescos e caligrafia que mudam de cor ao longo do dia devido à luz natural.
O Palácio Ali Qapu fica do lado oposto a Sheikh Lotfollah e foi construído para ser um portal para o complexo de palácios dos safávidas. O lugar era o centro de administração e entretenimento da corte real.
Com seis andares, o palácio oferece vista panorâmica da praça. Destaque também para o salão de música, que fica no último andar. Ele foi projetado para melhorar a acústica e era muito utilizado nas apresentações musicais da realeza.
Eu sempre digo aqui que nenhuma visita a uma cidade iraniana está completa sem passar pelo bazar, e o de Isfahan fica bem ali, entrada norte da Praça Naqsh-e Jahan, e do lado oposto à Mesquita Imam.
O Mercado Qeysarieh é um dos bazares mais antigos do país e é um verdadeiro labirinto de corredores estreitos repletos de lojas que vendem de tudo, desde tapetes persas feitos à mão e artesanato tradicional até especiarias exóticas e tecidos finos.
O mercado é um excelente lugar para experimentar a cultura local, negociar com os vendedores e comprar suas lembranças de viagem. É um dos maiores que eu visitei e também um dos meus favoritos.
Se bater a fome, uma boa pedida é almoçar a autêntica comida iraniana em um dos restaurantes ali dentro!
Dica: Em cima da entrada mais ao norte da praça, onde fica uma loja de tapete, há um café-museu que tem uma vista lindíssima da praça. Peça um suco e um bolo e se prepare para tirar as melhores fotos do local, com direito à mesquita ao fundo e tudo!
Considerada outra obra-prima da arquitetura islâmica, a Mesquita Jameh foi construída ao longo de várias dinastias, incluindo os seljúcidas, os mongóis, os ilcânidas, os muçulmanos e os safávidas.
Por esse motivo, sua arquitetura combina diferentes estilos e técnicas desenvolvidas ao longo dos séculos. Desde 2012, o local é reconhecido como Patrimônio Mundial da UNESCO devido a sua importância histórica e arquitetônica.
Não deixe de notar os quatro iwans, que são grandes portais abertos em volta do pátio principal. Eles são decorados com mosaicos de azulejos, inscrições caligráficas e elementos geométricos lindos de doer.
Outro ponto importante é o mihrab da mesquita, que indica a direção de Meca, e é decorado com azulejos e inscrições do Alcorão.
Em farsi, o nome desse palácio significa “Palácio das Quarenta Colunas”. Construído por ordem de Shah Abbas II no século 17, ele foi inicialmente projetado como local para recepções e entretenimento da corte real e embaixadores estrangeiros.
Mas por que Quarenta Colunas? Bom, isso pode ser um enigma maior do que aparenta, já que o pavilhão frontal possui apenas vinte colunas de madeira.
A pegadinha está na piscina construída em frente ao palácio. Quando refletidas na água, as colunas parecem dobrar em número, criando a ilusão de serem quarenta. Engraçadinhos, esses persas, hein?
Ali dentro você também encontrará jardins ao estilo persa, construídos para simbolizar o paraíso. Já do lado de dentro, há exposição de obras de arte que decoram as paredes e tetos, murais e afrescos que retratam cenas históricas, batalhas épicas, festas e celebrações da corte safávida.
Não deixe de conferir também a Sala de Espelhos, decorada com pedaços de espelho em padrões geométricos para criar uma deslumbrante exibição de luz e reflexo. De longe um dos elementos da arte iraniana que eu acho mais mágicos e que também está presente nas mesquitas de Shiraz.
Também conhecida como Ponte dos 33 Arcos, esse é outro grande cartão-postal de Isfahan. Ela foi construída no século 17, sobre o rio Zayandeh, que corta a cidade.
Ela é formada por 33 arcos que se estendem em uma linha contínua e mede cerca de 300m no comprimento e 14m na largura, sendo um das maiores da cidade. Originalmente, foi projetada não apenas como uma via de passagem e ligação entre os dois lados do rio, mas também como um aqueduto para transportar água e como um local para eventos públicos e cerimônias.
Infelizmente, na minha visita, o rio estava seco. Fiquei imaginando como deve ficar bonito durante a temporada de chuvas, quando os arcos se refletem na água.
Dica: programe sua visita à ponte durante o pôr-do-sol. Esse ainda é um lugar popular para passeios noturnos, tanto para moradores locais quanto para turistas e você poderá sentir um pouco da atmosfera da cidade ao caminhar por ali. Quando o sol cai completamente, a ponte se ilumina e fica ainda mais bonita.
Isfahan tem outras 10 pontes ao longo do rio Zayandeh. Outra que vale a pena a visita, caso você esteja com tempo, é a Ponte Khaju.
O Palácio Hasht Behesht, traduzido como “Palácio dos Oito Paraísos,” é uma das pérolas arquitetônicas de Isfahan e um exemplo magnífico da arquitetura palaciana persa. Construído durante o reinado do xá Solimão I, em 1669, o palácio é um testemunho da elegância e do luxo da era Safávida.
O nome Hasht Behesht refere-se aos Oito Paraísos do islã, uma metáfora poética que sugere um lugar de grande beleza e paz. E era bem isso que a realeza safávida queria ao construir esse lugar. Bom, acho que podemos dizer que conseguiram.
O palácio tem um layout octogonal, pensado para representar os tais oito paraísos. Antigamente, fazia parte de um complexo de jardins ainda maior, mas ele acabou sendo reduzido ao longo dos séculos.
O Museu de Arte Contemporânea de Isfahan abriga uma vasta coleção de obras que abrangem diversas mídias e estilos, tanto de artistas iranianos quanto internacionais.
Ali você encontrará pinturas, esculturas, instalações e fotografias que exploram temas variados, como identidade cultural, questões sociais e até obras de arte abstratas e experimentais.
Além das exposições permanentes, o museu organiza mostras temporárias de artistas específicos ou temáticas, focando em movimentos artísticos, técnicas ou temas. Vale a pena conferir o cronograma durante a sua visita!
A Catedral de Vank é um dos principais marcos da herança cultural armênia em Isfahan. Ela fica no bairro de Jolfa, que foi estabelecido por Shah Abbas I para abrigar a comunidade armênia que ele transferiu da cidade de Jolfa, no Azerbaijão iraniano.
Aproveite que está por ali para dar uma volta pelo bairro. Essa é uma das áreas mais pitorescas de Isfahan, com ruas estreitas repletas de lojas, cafés e residências tradicionais da comunidade armênia.
Anexo à Catedral há ainda um museu que exibe artefatos históricos e culturais deste povo e inclui manuscritos antigos, livros raros, vestes litúrgicas, utensílios e uma coleção de Bíblias ilustradas e manuscritos religiosos decorados com iluminuras e caligrafia armênia.
Pra quem se interessa por história, o museu também apresenta documentos e fotografias que narram a história da diáspora armênia no Irã, incluindo registros da construção da catedral e da vida na comunidade de Jolfa.
A Montanha Sofeh fica nos arredores de Isfahan e é bastante popular entre viajantes que querem escapar da confusão da cidade para conhecer as belezas das montanhas iranianas.
Ali há diversas trilhas demarcadas que variam em dificuldade, além de mirantes e locais para apreciação da vista de Isfahan e da natureza ao redor. Em dias claros, é possível ver toda a cidade, incluindo marcos históricos e o rio Zayandeh.
Além das trilhas, o local também conta com um parque bem repleto de atividades recreativas e áreas de lazer. Dá para programar um piquenique por ali ou simplesmente descansar nas sombras das árvores.
Para os mais aventureiros, há ainda instalações para escalada, tirolesa e passeios a cavalo. Essa pode ser uma boa opção de passeio se você viaja durante o verão. É uma forma de escapar do calor escaldante da cidade durante o dia.
Chahar Bagh Boulevard, ou Chahar Bagh-e Abbasi, é um boulevard largo e bonito localizado no centro de Isfahan, próximo à praça Praça Naqsh-e Jahan.
Chahar Bagh significa “Quatro Jardins” em persa, e remete ao layout tradicional dos jardins persas, com quatro seções que representam a ordem, harmonia e a conexão entre o homem e a natureza. Não à toa, há um jardim de mesmo nome ao longo do boulevard que leva esse desenho tradicional.
Além dele, há diversas madrassas (escolas teológicas islâmicas), palácios, mesquitas, cafés e lojas ao longo do boulevard. Vale a pena parar por ali e tomar um chá.
Na época de sua construção, a ideia era criar um espaço onde a realeza e os cidadãos pudessem passear lado a lado. Hoje, esse ainda é um importante ponto de encontro da cidade. Mas o mais legal mesmo é caminhar pelo boulevard no fim da tarde, quando ele se enche de gente.
Aliás, essa é uma característica inusitada das cidades do Irã: as pessoas só saem de casa quando o sol cai. Dizem que o costume vem de uma forma de enfrentar o calor do verão – é insuportável estar do lado de fora nessa época. Mas acabou se transportando para todas as épocas do ano e, mesmo em clima ameno, só espere ver gente na rua quando começa a anoitecer.
As Termas de Ali Gholi Agha mostram um pouquinho da cultura dos banhos no Irã antigo. no passado, esses lugares eram um importante espaço de socialização e de vida comunitária. Por isso, são divididas em várias seções, incluindo áreas de banho quente e frio, uma sala de descanso e espaços para massagens.
Os habitantes se reuniam ali para conversar, relaxar e realizar atividades recreativas. Hoje, são uma atração turística e um monumento histórico importante em Isfahan.
O Atashgah de Isfahan, um antigo templo do fogo zoroastra, está situado no alto de uma colina nos arredores da cidade. O lugar era usado para cultos religiosos, onde o fogo sagrado era mantido continuamente aceso, simbolizando a pureza e a eternidade.
Para chegar lá, pegue um ônibus ou táxi até a base da colina. A maioria dos motoristas de táxi conhece bem o local e pode levá-lo até lá facilmente. E prepare-se para uma caminhada moderada até o topo.
Ali você encontrará as ruínas do antigo templo, com direito a vista da cidade lá embaixo.
Esses são alguns dos cafés e restaurantes onde eu comi em Isfahan e indico:
Uma das minhas atividades favoritas no Irã foi o passeio até o povoado e Deserto de Varzaneh. Localizado a cerca de 100 km a sudeste de Isfahan, o lugar é famoso pelas dunas de areia que podem alcançar até 100 metros de altura e por um dos pores do sol mais bonitos que você vai ver.
Dá para chegar ao Deserto de Varzaneh de carro particular ou táxi, o que leva aproximadamente 1,5 a 2 horas. Você pode contratar um motorista ou alugar um carro em Isfahan.
No entanto, eu aconselho fazer o passeio com agências de turismo locais, uma vez que a experiência completa envolve várias paradas e atividades, como uma mina de sal, pequenas propriedades rurais na região, restaurantes locais e também um jantar à luz de velas no deserto.
Como essas coisas são mais complicadas de organizar sozinho (e nem sempre conseguimos esse acesso), recomendo já reservar seu passeio aqui com a 1stQuest.
Para aproveitar ao máximo Isfahan, recomendo passar pelo menos três dias na cidade.
Se tiver mais tempo, aproveite para fazer o passeio para o Deserto de Varzeneh.
A melhor época para visitar Isfahan é na primavera, de março a maio, e no outono, de setembro a novembro, quando as temperaturas são amenas, variando entre 10°C e 25°C, proporcionando um clima ideal para explorar a cidade.
Na primavera, o clima é agradável, os jardins estão floridos e há celebrações do Nowruz, o Ano Novo Persa. No outono, as temperaturas continuam confortáveis, as folhagens se transformam em belas cores e há menos turistas, tornando a experiência mais tranquila.
Evite o verão, quando as temperaturas frequentemente ultrapassam os 35°C, e o inverno, que pode ser bastante frio, com temperaturas entre 0°C e 10°C.
O visto do Irã é obrigatório para quase todas as nacionalidades (brasileiros e portugueses inclusos). Ele custa cerca de €85 e vale para 30 dias.
Para obter o documento, basta preencher um formulário no site oficial do governo com no mínimo 2 dias de antecedência da sua viagem (mas pessoalmente, recomendo fazer com um prazo maior).
Para evitar dor de cabeça, recomendo o serviço que usei, da 1stQuest, que cuida de toda a parte burocrática. Você só precisará ir retirar o visto no lugar escolhido. Para mais informações, leia o post abaixo.
O seguro de viagem também é obrigatório na chegada ao país e costuma ser exigido na hora da imigração.
O problema é que, por causa dos embargos, não são todas as empresas que operam por lá. Por isso, também contratei meu seguro pela 1stQuest. Em 2022, paguei €60 pela cobertura para 30 dias.
A melhor época é na primavera (março a maio) e no outono (setembro a novembro), com temperaturas amenas.
No Centro Histórico, perto da Praça Naqsh-e Jahan ou na Avenida Chahar Bagh.
Três dias são ideais para explorar as principais atrações.
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