Túnis foi um acidente de percurso pra mim, mas foi uma boa surpresa. Eu precisava de um voo barato para o Brasil e acabei comprando dois, tendo a oportunidade de passar alguns dias por lá no meio do caminho. E como a maior parte das pessoas que passa por ali acaba partindo rápido, montei esse roteiro com dicas do que fazer em Túnis por 2, 3 ou 4 dias.
E se sua viagem for maior, não se preocupe: no final tenho também algumas ideias de bate-volta para que você conheça ainda mais esse lugar tão pouco explorado e até meio esquecido.
Afinal, Túnis, na Tunísia, é uma cidade que vai além das expectativas e permanece na memória de quem a visita. Vamos lá?
Eu passei 4 dias na cidade por causa de um stop over que consegui retornando de Londres para o Brasil e no vídeo abaixo mostro um pouquinho do que eu vi por lá:
Principal atração da cidade e ponto de encontro para a vida social em Túnis, a Medina é um lugar história, cultura e aquela vibe animada e meio vintage que só esses antigos mercados conseguem transmitir.
Declarada Patrimônio Mundial da UNESCO, o lugar é um labirinto de vielas estreitas cheio de lojas, restaurantes e pequenos negócios.
Por isso, o melhor jeito de explorar o local é caminhando pelos becos sem rumo. Preste atenção no aroma de especiarias no ar, no burburinho das conversas em árabe e francês, e nos sons de vendedores negociando joias, perfumes e tapetes.
Você vai dar de cara com uma infinidade de pátios internos, pequenas mesquitas e até palácios!
A Medina de Túnis é um verdadeiro labirinto. É fácil se perder, mas isso faz parte da experiência. Caso precise de ajuda para se orientar, pergunte gentilmente aos locais ou use um aplicativo de mapas offline. Não hesite em entrar em lojas para pedir informações; os vendedores são geralmente simpáticos e prontos para ajudar.
Uma boa ideia pode ser fazer um passeio pela Medina acompanhado de um guia local. Assim, você terá a chance de descobrir cantinhos escondidos e aprender sobre a história e a cultura da Tunísia de uma forma bem diferente do convencional. Clique aqui e saiba mais!
Dentro da Medina, os souks são uma coleção de mercados temáticos que vendem produtos específicos. Aqui estão alguns dos mais populares e o que você não pode deixar de conferir:
Também conhecida como a “Mesquita da Oliveira”, essa é uma das construções mais famosas de Túnis. Ela foi fundada no século 8 e ainda é a maior mesquita da cidade, e também a mais antiga, tendo sobrevivido a séculos de história e transformações políticas e culturais.
Ela fica bem no coração da Medina, e é um ponto de referência para a comunidade muçulmana local e um marco arquitetônico que atrai visitantes do mundo inteiro.
Embora a entrada principal ao salão de orações seja restrita a muçulmanos, os visitantes ainda podem explorar o pátio e observar a mesquita de fora. Destaque para a vista panorâmica para a Medina é um dos pontos altos da visita: de alguns ângulos, é possível ver a cidade histórica estendendo-se ao redor, com suas construções de terraços e cúpulas.
A Dar Lasram é uma residência histórica localizada dentro da Medina de Túnis. Construída no século 19, foi o lar de uma das famílias mais importantes da cidade, os Lasram, que eram membros da elite e ocupavam cargos de prestígio no governo otomano.
Hoje o lugar foi transformado em um espaço cultural que oferece uma imersão nas tradições e na arte tunisiana. É ali que fica a sede do Instituto Nacional do Patrimônio da Tunísia, que oferece exposições temporárias de arte, artesanato e história.
Vale a pena chegar a agenda de eventos da Casa, pois sempre há apresentações de música tradicional, palestras e debates.
Bab El Bhar, conhecida também como “Porta da França”, é um portão que funcionava como uma das entradas da Medina de Túnis.
Originalmente, o nome “Bab El Bhar” significa “Porta do Mar,” pois, nos tempos antigos, essa estrutura marcava a proximidade da cidade com o mar Mediterrâneo, que naquela época era visível da porta.
Construída durante o período medieval, a porta hoje representa a linha que separa o antigo e o novo em Túnis, conectando a Medina com a parte moderna da cidade.
A porta original era parte de uma série de muralhas que protegiam a Medina de invasões e do ambiente externo, mas, com o tempo, as fortificações foram removidas para permitir o crescimento urbano.
Essa área em torno de Bab El Bhar também é um ponto de encontro popular para moradores e visitantes, especialmente devido à sua localização central. É o lugar ideal para começar ou terminar uma visita à Medina, permitindo um acesso fácil a ambas as partes da cidade.
Ao redor da porta, há diversos cafés, lojinhas e vendedores ambulantes.
O Museu do Bardo é o segundo maior museu da África e um dos mais importantes da Tunísia. Localizado em um palácio lindíssimo, o lugar conta com um acervo diverso e abrange milhares de anos de história, desde a pré-história até o período islâmico, passando pelo domínio romano e pela influência fenícia e bizantina no país.
A coleção de mosaicos romanos é uma das maiores do mundo, mas o museu também possui artefatos do período cartaginês, peças do Antigo Egito e uma vasta coleção islâmica.
Entre os destaques do acervo, vale mencionar as estátuas romanas encontradas em escavações de antigas cidades e colônias na Tunísia. Os artefatos cartagineses, como joias, urnas e relíquias de cerâmica, também são bem impressionantes, trazendo à tona o legado de uma das civilizações mais emblemáticas do Mediterrâneo antigo.
Construída em 1897, durante o protetorado francês, a catedral homenageia São Vicente de Paulo, um santo francês que foi escravizado na Tunísia antes de sua canonização.
Ela fica na famosa avenida Habib Bourguiba, na área moderna de Túnis, e é uma das poucas igrejas católicas na cidade, tornando-se o ponto central para a comunidade cristã. Ela é um local de culto ativo, com missas realizadas regularmente, além de ser palco para diversos eventos culturais e concertos ao longo do ano.
O Parque Belvedere é o maior parque público de Túnis. Além de trilhas e um respiro de natureza na cidade, é lá também que fica o Museu de Arte Moderna de Túnis.
Ele abriga obras de artistas tunisianos contemporâneos, e suas exposições exploram temas como identidade cultural, religião, história e as transformações sociais na Tunísia.
O Mercado Central é o mercado de alimentos mais movimentado e colorido de Túnis, um ótimo lugar para conhecer melhor o cotidiano da cidade e entrar em contato com alimentos e aromas locais.
São montanhas de pimentas vermelhas, açafrão, cominho, cúrcuma e outras ervas e temperos que são a base da culinária tunisiana. Os vendedores, com suas bancas vibrantes e organizadas, são uma simpatia e estão sempre dispostos a compartilhar histórias e até mesmo a oferecer amostras para provar.
Outra residência histórica do século 19, o Palácio Dar Ben Abdallah foi transformado em um museu que oferece aos visitantes uma experiência imersiva na cultura e nos costumes da antiga elite tunisiana.
Além da arquitetura do lugar, você poderá ver ainda uma coleção de trajes e joias tradicionais que vestidos bordados, roupas cerimoniais e joias elaboradas em ouro e prata, muitas delas usadas em casamentos e celebrações.
Há ainda um acervo de utensílios e objetos de uso cotidiano da elite tunisiana, como instrumentos musicais, recipientes de chá e narguilés.
Conhecida como o “Champs-Élysées” de Túnis, essa avenida é uma das principais vias da capital e há muitos prédios importantes e atrações ao longo dela.
Marcada pela influência francesa, a Avenida Habib Bourguiba foi projetada durante o período colonial e até hoje mantém o estilo europeu com calçadas amplas, árvores alinhadas e edifícios de fachadas de arquitetura neoclássica e art déco.
Alguns dos cafés mais famosos da cidade ficam por ali, como Café de Paris e o Grand Café du Théâtre, que são estabelecimentos icônicos, onde você pode sentar-se para tomar um café e observar o movimento, como fazem muitos locais.
Além disso, várias instituições importantes estão situadas na Avenida Habib Bourguiba, incluindo o Teatro Municipal de Túnis e a Catedral de São Vicente de Paulo.
Mas talvez, a principal atração de Túnis esteja mesmo fora da cidade. As ruínas de Cartago, que ficam ali nos arredores, são um dos sítios arqueológicos mais importantes da Tunísia.
E o que foi Cartago, afinal? Trata-se de uma cidade-estado fundada pelos fenícios no século 9 a.C. e que acabou se firmando como um dos centros comerciais e culturais mais poderosos do Mediterrâneo, graças a sua localização estratégica e o seu poderio marítimo que fizeram dela uma verdadeira rival de Roma.
Para melhor aproveitar sua viagem, considere contratar um tour guiado para as ruínas de Cartago, que inclui também transporte de ida e volta a partir de Túnis.
Outra possibilidade é percorrer as ruínas de bicicleta, acompanhado de um guia local. Clique aqui e saiba mais sobre esse passeio!
Com um sítio arqueológico extenso, pode preparar os sapatos se quiser ver as várias áreas de visitação que revelam, cada uma, aspectos diferentes dessa antiga civilização.
Uma das áreas mais impressionantes é o Tophet, um santuário sagrado onde possivelmente eram realizados rituais em honra aos deuses fenícios Baal e Tanit. Nele, foram encontradas artefatos religiosos que dão algumas pistas da fé desse povo.
Outro ponto imperdível é o Anfiteatro de Cartago, uma construção romana que, embrora esteja em ruínas, ainda permite imaginar as apresentações que atraíam multidões na época do Império Romano. Hoje, o local é utilizado para eventos culturais, como o Festival Internacional de Cartago.
Os Banhos de Antonino são outro lugar que merecem uma visita. Localizados à beira-mar, esses banhos públicos eram os maiores da época romana no Norte da África. As ruínas ainda preservam as colunas de mármore e proporcionam vista para o Mediterrâneo. Por isso, uma boa ideia é visitá-las ao pôr do sol.
Mas a visita não fica completa sem passar pelo Museu de Cartago. É ali que você entenderá mais sobre o significado das ruínas e a importância dessa civilização. O museu abriga uma vasta coleção de artefatos encontrados durante as escavações, incluindo cerâmicas, joias, estátuas e mosaicos que datam tanto do período púnico quanto do período romano.
As ruínas de Cartago estão localizadas a cerca de 15 km do centro de Túnis. As opções para chegar lá incluem:
Uma excursão ao Deserto Saara é provavelmente uma das experiências mais incríveis que a Tunísia tem a oferecer. Várias agências da cidade oferecem esse tipo de passeio, você pode contratar o seu aqui.
Para aproveitar ao máximo essa aventura, veja algumas dicas:
Localizada ao sul de Túnis, essa é uma cidadezinha charmosa e tranquila que fica rodeada pelas montanhas de mesmo nome, as Zaghouan.
Ela é conhecida principalmente pelos aquedutos romanos, uma obra gigantesca que revela a importância que a cidade teve durante o Império Romano e que foi projetado para captar e canalizar a água das fontes nas montanhas, aproveitando a gravidade para levá-la até Cartago.
O sistema incluía várias pontes e canais, que atravessavam montanhas e vales, fazendo dele um dos maiores aquedutos romanos do mundo.
Além deles, Zaghouan é um charme só! São ruas estreitas, casas de arquitetura tradicional e uma bela vista das montanhas ao redor. A vila é pequena e fácil de explorar a pé. E, em algumas épocas do ano, as casas são decoradas com flores!
Ali perto também fica o Templo das Águas, uma homenagem às divindades da água para celebrar a abundância das fontes naturais da região.
Uma boa maneira de conhecer Zaghouan é através de um tour guiado com transporte a partir de Túnis. Dessa forma você terá um bom panorama histórico para aprender ainda mais sobre o lugar e aproveitar melhor a visita!
Para aproveitar ao máximo sua estadia e explorar a cidade de forma tranquila, é essencial conhecer algumas dicas práticas sobre transporte, câmbio e etiqueta local.
A moeda oficial na Tunísia é o dinar tunisiano (TND), e é importante saber onde fazer câmbio e o que esperar em termos de preços.
A Tunísia é um país de maioria muçulmana, e conhecer as regras de etiqueta local é essencial para interagir respeitosamente com os tunisianos.
Em áreas turísticas e mais modernas, como a Avenida Habib Bourguiba e Sidi Bou Said, você pode se vestir de forma mais casual, sem restrições. No entanto, é recomendável vestir-se de maneira mais conservadora em locais religiosos, como mesquitas, e na Medina.
Mulheres devem evitar roupas muito curtas ou decotadas fora das zonas turísticas, optando por roupas leves que cubram os ombros e joelhos.
Homens também devem evitar bermudas curtas nesses locais. Em mesquitas, as mulheres podem precisar cobrir os cabelos.
Durante toda minha estadia na cidade, me senti muito segura, tanto em termos de segurança pública geral quanto do ponto de vista de ser uma mulher viajante.
Como em qualquer outro lugar, podem ocorrer situações desagradáveis, como homens inconvenientes ou mesmo situações de assédio. Quero deixar claro que essa não é a regra, mas que estamos sujeiras a isso em qualquer lugar do mundo.
Os tunisianos, de modo geral, são acolhedores e educados com turistas, e a maioria das interações com os locais é amigável e respeitosa.
A melhor época para visitar Túnis é durante as estações de primavera (março a maio) e outono (setembro a novembro). Nessas épocas, o clima é mais ameno e confortável, com temperaturas agradáveis e menos turistas, o que torna a experiência mais agradável.
O verão em Túnis pode ser muito quente, com temperaturas que chegam a 40°C, especialmente em julho e agosto. Se você planeja visitar o litoral e aproveitar as praias, o verão é perfeito para isso. No entanto, a cidade pode estar mais cheia, com turistas locais e internacionais, e o calor pode tornar os passeios menos confortáveis.
Os invernos são geralmente amenos, com temperaturas variando entre 10°C e 15°C. Embora seja possível explorar Túnis nessa época, alguns dias podem ser chuvosos, e as noites são mais frias
Recomenda-se ficar de três a cinco dias na cidade para conhecê-la com calma.
A melhor época para visitar Túnis é na primavera (março a maio) e no outono (setembro a novembro), quando as temperaturas são mais amenas e os locais turísticos estão menos lotados. O verão pode ser muito quente, mas é ideal para quem deseja aproveitar as praias próximas à cidade.
Para explorar os principais pontos turísticos de Túnis, recomenda-se uma estadia de três a cinco dias. Esse período é suficiente para visitar a Medina, o Museu do Bardo, Cartago, Sidi Bou Said e ainda experimentar a culinária local com calma.
Em Túnis, você pode se locomover de táxi, ônibus e metrô leve (Metro Léger). Os táxis são uma opção prática e acessível, mas lembre-se de confirmar se o taxímetro está ligado. Para trajetos mais longos, como até Sidi Bou Said e La Marsa, o trem TGM é uma alternativa econômica e eficiente.
Você pode trocar moeda estrangeira em bancos, casas de câmbio e em alguns hotéis. O aeroporto também oferece câmbio, mas com taxas um pouco mais altas. É recomendável trocar uma quantidade moderada, pois o dinar tunisiano não pode ser trocado fora do país.
Os destaques de Túnis incluem a Medina, com suas ruelas e mercados, o Museu do Bardo, famoso por sua coleção de mosaicos romanos, as ruínas de Cartago, a encantadora vila de Sidi Bou Said e a Avenida Habib Bourguiba, com sua atmosfera vibrante e cafés tradicionais.
Em Túnis, é recomendável vestir-se de maneira respeitosa, especialmente ao visitar locais religiosos e áreas mais tradicionais. Mulheres devem evitar roupas curtas ou decotadas na Medina e em mesquitas. Em áreas turísticas e praias, a vestimenta pode ser mais casual e descontraída.
Sim, Túnis é considerada uma cidade segura para turistas. Como em qualquer grande cidade, é importante tomar precauções básicas, como cuidar dos pertences e evitar exibir objetos de valor. No geral, os tunisianos são acolhedores e amigáveis, e você provavelmente se sentirá muito bem recebido.
Não deixe de provar o cuscuz tunisiano, o tajine, o brik (um tipo de pastel recheado), além do famoso chá de menta com pinhões. Túnis oferece uma rica variedade de sabores, e experimentar a comida local é uma parte essencial da experiência.
A maioria dos tunisianos fala árabe e francês, mas em áreas turísticas você encontrará pessoas que falam inglês. Ter algumas frases básicas em francês ou árabe pode facilitar a comunicação e ser visto de maneira simpática pelos locais.
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