Onde beber vinho no Chile: bares e vinícolas de Santiago

Neve, vinho e, se sobrar um tempinho, o Oceano Pacífico. Essa é a tríplice vontade de todo brasileiro que visita Santiago pela primeira vez. Se a neve depende da estação do ano e o Pacífico envolve um bate-volta até Valparaíso e Viña del Mar, os vinhos chilenos estão sempre por ali. Neste texto, separei algumas experiências que tive envolvendo vinho no Chile, de vinícolas a bares temáticos. Todas elas nos arredores de Santiago ou mesmo dentro da capital chilena.

Onde beber vinho no Chile: Vinolia

Mesmo as mais próximas das vinícolas estão a cerca de uma hora de estrada de Santiago. Para quem tem pouco tempo ou dificuldade para se deslocar, mas mesmo assim quer conhecer um pouco mais sobre os vinhos chilenos, uma espécie de bar/restaurante propõe levar seus clientes para uma “aventura do vinho”. É o Vinolia, que fica no bairro Vitacura, um dos mais interessantes de Santiago.

A visita começa com a apresentação das principais áreas produtoras de vinhos chilenos, como o Vale do Colchágua. Depois, seguimos para outra área, a Sala dos Sentidos, um dos pontos altos da casa – ali estão vários aromas, separados por tipo. Você percorre a área sentindo os cheiros e tentando adivinhar o que se trata – de pêssego a carvalho. O treinamento ajuda na etapa seguinte, que é a degustação, realizada numa espécie de sala de cinema e acompanhada de (muitos) queijos.

O tour tem horas marcadas (12h30, 18h30 e 20h30). Custa 45 mil pesos chilenos por casal. Depois, ainda dá para terminar o dia com uma refeição – e mais vinhos – no restaurante. Dá para comprar e reservar online. Detalhes no site da Vinolia. O endereço é Alonso de Monroy 2869, Local 5, Vitacura.

Foto: Divulgação

Onde beber vinho no Chile: Emiliana

No meio do caminho tem uma vinícola orgânica – a primeira do país. A Emiliana fica na estrada entre Santiago e Valparaíso, a Ruta 68, um pouco mais próxima da cidade portuária do que da capital chilena. Por isso mesmo, é uma boa parada para quem pretende fazer esse bate-volta (e estiver disposto a provar vinhos pouco depois do café da manhã).

Os vinhos da Emiliana não usam agrotóxico e o controle de pragas é feito de forma natural. Repare nas galinhas que circulam pelos parreirais, que têm a dupla função de arar a terra e eliminar pragas que possam afetar as uvas.

O tour segue o padrão clássico de parreirais, bodega e degustação e bate-papo com enólogos, mas existe uma opção diferente: ao final da aula, o viajante pode determinar os percentuais de três tipos de uva e assim criar seu próprio vinho, misturando os vinhos Carménère, Cabertnet Sauvinon e Merlot. Depois é só engarrafar, rotular e levar para casa.

A Emiliana fica na Ruta 68, km 60,7, em Casablanca. Detalhes e preços no site oficial.

Onde beber vinho no Chile: Concha Y Toro

“Quando o turista brasileiro vem ao Chile, ele quer fazer duas coisas: ver a neve na cordilheira e visitar a Concha Y Toro”, conta Maurício, um guia que me acompanhou na mais recente passagem pelo país. Dada a onipresença de viajantes verde e amarelos por ali, do inverno ao verão, é difícil contestar. Maior vinícola do Chile, com exportação para mais de 100 países, a Concha Y Toro fica a pouco mais de uma hora do centro de Santiago, o que torna possível fazer o tour na metade de um dia.

Veja também: 
Passeio pelas vinícolas do Valle do Colchagua, no Chile 
Concha Y Toro – visita à famosa vinícola de Santiago
Visita e passeio de bicicleta na vinícola Santa Rita, Chile
Onde comer e beber em Santiago – dicas de restaurantes

A visita tradicional passa pelos parreirais, conta a história da vinícola, que foi inaugurada em 1883, vai até as bodegas e termina com uma degustação de vinhos e queijos. A lenda envolvendo o Casillero Del Diablo, linha mais famosa da marca, é contada por uma animação, numa pequena sala de cinema-bodega.

Dá para ir à Concha Y Toro utilizando o transporte público de Santiago. Basta pegar a linha azul do metrô e descer na estação Las Mercedes. De lá, mais 10 minutos de táxi te deixam na vinícola. Também é possível fazer esse trecho final de ônibus. As linhas 73, 80 e 81 param pertinho. Dá para reservar o passeio no site oficial, o que é recomendado na alta temporada. Outra alternativa é contratar um tour de agência. Se preferir essa comodidade, veja as opções no balcão do seu hotel.

Concha y Toro é uma das mais famosas produtoras de vinho no Chile. Por Jess Kraft, Shutterstock.com

Onde beber vinho no Chile: Vinícola Santa Rita

No Brasil, a vinícola Santa Rita é conhecida pelo 120, o vinho mais vendido da casa e cujo nome tem ligação com a história do Chile. Décadas antes de produzir vinhos, o casarão e o terreno da Santa Rita já funcionavam como fazenda. Em 1814, 120 homens do exército que lutava pela independência buscaram abrigo ali. Entre eles estava o General Bernardo O’Higgins, que mais tarde se tornou o primeiro presidente do Chile. E isso é contado de forma criativa no casarão onde os soldados se refugiaram, num esquema parecido com o usado pela vinícola Concha y Toro para apresentar a história do vinho Casillero del Diablo.

A Santa Rita oferece sete tipos de passeios aos visitantes. O tour clássico é, como o nome indica, semelhante ao que existe em qualquer vinícola do mundo. Grupos de até quatro pessoas podem fazer o tour privado, já o tour premium inclui uma caminhada pelos jardins da vinícola, incluindo uma igrejinha simpática e outras dependências da fazenda, além de uma degustação de vinhos e queijos.

Se você estiver de carro, o caminho é pela Autopista 5 Sul. Também é possível ir de transporte público, combinando metrô e ônibus. Veja informações de como chegar no site oficial da Santa Rita.

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

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