Onde ficar em Shenzhen e como ir e voltar de Hong Kong

Neste texto, explicarei onde ficar em Shenzhen, que foi de vila a megalópole em 30 anos e hoje tem 12 milhões de habitantes e a fama de ser uma das cidades mais ricas da China.

Além de dicas de hotéis e as melhores regiões Shenzhen para se hospedar, aqui você também vai descobrir como fazer para se deslocar entre ela e a vizinha Hong Kong.

Por que conhecer Shenzhen

Mesmo que não seja tão famosa quanto Xangai e Pequim, viajantes mais atentos já ouviram falar de Shenzhen.

Na tentativa de alcançar seu lugar no mundo, a cidade tem sido cenário para grandes eventos, incluindo importantes torneios esportivos e encontros comerciais – muita gente vai parar lá por causa deles.

Por ser um dos pilares da economia da China, passar pela cidade já é uma boa ideia em qualquer contexto. Mas a escolha fica ainda mais simples quando o viajante descobre que Shenzhen é vizinha de muro de Hong Kong. As duas cidades são conurbadas e ligadas por metrô.

Devolvida pelo Reino Unido à China em 1997, Hong Kong permanecerá até 2047 com o status de Região Autônoma da China. Isso significa que HK tem leis só dela e moeda própria. Também tem controle de fronteiras. Ou seja, mesmo que ambas sejam China, há imigração quando você passa de um lado para o outro.

Isso também afeta a vida de quem viaja de trem pelo país. Até outro dia não existam ferrovias que fizessem a ligação entre China continental e Hong Kong. Era preciso comprar passagens para ou de Shenzhen.

De lá você pegava o metrô até a fronteira, passava pela imigração e embarcava novamente no metrô, já do outro lado. Agora, o governo chinês inaugurou uma gigantesca estação de trens de alta velocidade no coração de HK. Uma obra que promete facilitar o deslocamento, embora a imigração ainda esteja presente.

Veja também: 120 milhões de habitantes: a cidade sem fim que está nascendo na China
Como o português está renascendo em Macau
Onde ficar em Hong Kong – melhores hotéis e bairros
Das metrópoles à muralha – roteiro de 15 dias pela China

Mesmo assim, quem desembarca em Hong Kong, mas quer conhecer Guilin e Yangshuo e suas montanhas calcárias, pode ainda ter que passar por Shenzhen para pegar um trem que saia de lá.

Se esse trem sair muito cedo, um pernoite em Shenzhen é automaticamente obrigatório – e um convite para conhecer também essa metrópole.

Yangshuo

Onde ficar em Shenzhen: hotéis e regiões

Duas dicas sobre hospedagem na China: lembre-se que é raro que a diária inclua café da manhã. Francamente, não acho que isso seja um problema, já que abre mais uma oportunidade de refeição num lugar legal ao longo do dia.

Além disso, os preços informados no Booking não incluem todos os impostos. Calcule isso para ter a noção exata do valor.

Gigantesca, não faltam opções de onde ficar em Shenzhen. Vou falar de três regiões:

  • Futian (福田区)
  • Overseas Chinese Town (华侨城)
  • Shēnzhèn North Station (深圳北站)

Hotéis em Shenzhen em Futian

Futian (福田区) é o centro econômico e governamental de Shenzhen. É ali que estão os grandes arranha-céus da cidade, assim como vários shoppings e lojas. Não faltam linhas de metrô e a rede hoteleira também é ampla.

  • The Olive Tree Capsule Hostel – Opção barata e bem localizada. Esse hostel tem diárias a 14 dólares.
  • Somerset Grandview – Boa localização, quartos com vista e academia disponível. Diárias a 90 dólares.
  • Sheraton – Três piscinas, muito conforto e diárias a 130 dólares.
  • Four Seasons – Duas piscinas, academia, vista e diárias a 200 dólares.
  • Park Hyatt – Cinco estrelas, localização excelente, vista incrível e diárias a 300 dólares.

Veja mais opções de hotéis no centro comercial de Shenzhen

Hotéis em Shenzhen: Overseas Chinese Town

A Overseas Chinese Town (华侨城) é o coração turístico da cidade. Ali há parques, praças, museus e shoppings.

Veja mais opções no OCT

Hotéis perto da Shenzhen North Station

Uma das mais importantes estações ferroviárias da China e hub de trens de alta velocidade. Se você vai de Shenzhen para outra parte do país, é provável que seu trem parta dali – verifique isso com cuidado no seu bilhete.

Compensa dormir perto da estação se você tem um trem muito cedo ou chega de viagem muito tarde. Eu fiz isso. Fiquei no Ramada Plaza, que tem quartos gigantescos e diárias que cabem no bolso (70 dólares) – foi o melhor custo/benefício no quesito hospedagem em toda a viagem pela China.

Não fica colado com a estação de trem, mas perto o bastante para táxis se recusarem a levar passageiros pelo taxímetro. Dá para ir a pé, mas a forma mais simples acaba sendo se oferecer para pagar a corrida em dobro – ainda é um deslocamento muito barato.

Outro hotel, esse ainda mais próximo da Shenzhen North, é o Pullman – são apenas 250 metros, melhor localização possível para ir a pé. Diárias a 110 dólares.

Foto: Por gui jun peng, Shutterstock.com

Como se deslocar entre Hong Kong e Shenzhen

Os postos de imigração são atendidos por metrô, dos dois lados da fronteira, mas ficam longe dos centros de HK e de Shenzhen. Pense nisso na hora de calcular o tempo de viagem, principalmente se você tiver um trem para pegar.

De metrô normal

Da região de Kowloon, onde ficam muitos dos hotéis de HK, até Lo Wu Station, o principal ponto de imigração para pedestres, você vai gastar 1h10 no metrô. Ir de táxi pode ser caro e complicado.

Já do lado chinês o metrô também é amplo e os táxis são mais baratos. Eu fui de metrô de HK até a fronteira, mas de táxi dela para meu hotel em Shenzhen, já que era madrugada. Gastamos mais de duas horas em todo o processo, mas não tivemos problemas.

Também preste atenção no tempo que você vai gastar na imigração em si, que dependendo do dia pode ser demorada – muita gente que vive numa cidade e trabalha na outra cruza a fronteira todos os dias, por isso há horários de pico típicos de ida e volta para casa. Por fim, consulte os horários de funcionamento dos postos de imigração.

Além de Lo Wu, que funciona de 06:30 até meia-noite, outro ponto muito usado por turistas para cruzar a fronteira é Lok Ma Chau / Huanggang, justamente por conta da proximidade com hotéis. Esse posto funciona 24h e tem fama de ser mais movimentado (e com filas maiores).

Nesse site você encontra uma lista com todos os pontos de entrada e saída de HK, não só para Shenzhen, mas também para outros destinos. Escolha seu caminho pensando no seu destino e objetivo – um hotel específico ou uma estação de trem – e o horário que você vai fazer a travessia.

E vale lembrar que Hong Kong dispensa o visto para brasileiros por até 90 dias, mas a China continental não.

Você também vai precisar preencher um formulário, caso esteja cruzando essa fronteira pela primeira vez. E, claro, as moedas das duas cidades são diferentes. Para pegar o metrô ou um táxi você vai precisar trocar alguma quantidade de dinheiro ou sacar num caixa eletrônico.

Veja também: Como tirar o visto da China e preencher o formulário

Por Hit1912, Shutterstock.com

No novo trem de alta velocidade

O novo trem-bala liga Hong Kong a Pequim em apenas nove horas. Já a ligação de HK com Shenzhen é feita em pouco mais de 20 minutos. A passagem para a cidade vizinha custa em torno de 11 dólares americanos (90 dólares de Hong Kong), o que é bem mais caro que o metrô, mas também não chega a assustar.

Os trens partem da estação Hong Kong West Kowloon, que fica em Tsim Sha Tsui e pertinho do Kowloon Park – esse é o coração turístico de Hong Kong e o endereço de muitos dos hotéis da cidade. São quatro trens a cada hora para Futian e Shenzhen North, já do outro lado da fronteira.

Os trens viajam a uma velocidade que vai dos 200 km/h e pode alcançar mais de 300 km/h. É certamente o jeito mais prático de se deslocar entre as cidades. Para viajantes que não tem problemas com orçamento, o custo/benefício vale a pena. E isso sem falar que viajar num trem de alta velocidade já é uma atração turística pro si só.

Vai também para Hong Kong?

Cinco opções de hospedagem por lá:

Preciso de um seguro viagem para a China?

O seguro viagem não é obrigatório para passar pela imigração, mas é altamente recomendado. Imagina se você tiver um problema de saúde enquanto estiver na China e precisar de um hospital?

A parte boa é que o seguro não é caro e não ocupa de forma significativa seu orçamento de viagem. Sobre isso, leia o texto com dicas de seguro viagem para a Ásia.

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

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