Algumas cidades merecem o título de cenários de contos de fadas. Sintra, em Portugal, sem dúvidas é uma dessas. Talvez seja a combinação de clima de montanha e paisagens belíssimas que inspirou os ricos e a realeza de Lisboa a construir ali seus refúgios de verão. Ou, sei lá, talvez fosse alguma coisa na água que fizesse com que não somente as construções da cidade fossem grandiosas e luxuosas, mas também tivessem um quê de mágicas.
Nós já escrevemos aqui no blog um roteiro do que fazer em um dia em Sintra e eu compartilhei com vocês as belezas mitológicas da Quinta da Regaleira. Faltava então falar um pouco mais sobre o Palácio da Pena, a construção mais mítica da vila, que atrai milhares de visitantes para conhecer esse palácio de cores brilhantes e estilos misturados, que é considerado uma das 7 maravilhas de Portugal, Patrimônio da Humanidade segundo a Unesco e também integra a Rede de Residências Reais Europeias.
A primeira coisa que eu observei ao entrar no parque que circunda o palácio, com jardins cuidadosamente planejados que ocupam uma área de 85 hectares (eu, que sou de humanas, não sei mensurar isso, só sei que é grande pacas), foi que o Palácio da Pena me lembrava outro palácio romântico e cheio das referências simbólicas. Esse seria o o Castelo de Neuschwanstein, aquele pertinho de Munique, que inspirou o Castelo de Cinderela.
Mas a verdade é que o Palácio da Pena foi construído cerca de 30 anos antes da versão alemã. Porém, existem sim ali inspirações de outros castelos alemães. É que o arquiteto da Pena foi um alemão chamado Barão de Eschwege, que se baseou não só nas construções de sua terra, mas também de todo o centro da Europa e ainda do norte da África. O estilo da construção deveria seguir o padrão romântico que andava em voga nessas alturas do século 19, e que era do gosto do rei que encomendou a construção do Palácio, D. Fernando II.
Pórtico do Tritão
Janela inspirada na Janela Manuelina do Convento de Cristo em Tomar
Ali, num dos pontos mais altos da Serra de Sintra, desde 1511 existia um convento de monges Jerônimos. Porém, com a extinção das ordens religiosas em Portugal, em 1834, o lugar estava em ruínas. Em 1838, D. Fernando II comprou a propriedade e usou parte da construção do antigo convento (o claustro, a capela e a torre) como núcleo norte do seu Palácio, conhecido hoje como Palácio Velho, que é a parte pintada de vermelho.
Por volta de 1843, depois de todas as reformas que transformaram o convento, o rei concentrou seus esforços em ampliar o palácio criando uma nova ala, o Palácio Novo que é a parte amarela da Pena, com salas enormes, como o Salão Nobre e a torre circular.
As duas alas são rodeadas por uma terceira estrutura, que o rei e o barão pensaram como um castelo imaginário: ou seja, caminho de ronda, com direito a ameias e torres de vigilância, túnel de acesso e uma ponte levadiça. No final das contas, toda essa área serve para que se tenha uma vista incrível da Serra de Sintra, incluindo o Castelo dos Mouros e todo o parque que circunda o Palácio.
O Parque da Pena reúne jardins românticos, bosques e árvores que D. Fernando mandou trazer dos quatro cantos do mundo, somando então mais de 500 espécies de flora. Para quem estiver com fôlego de caminhada, bem ao norte do parque fica o ponto mais alto de Sintra, a Cruz Alta, que está a 529 metros de altitude.
Além disso, na parte mais ao leste ficavam os domínios da Condessa d’Edla, que foi a segunda esposa do rei, para quem ele deixou o Palácio da Pena de herança. Claro que o povo português não gostou nada da história e a condessa acabou vendendo a propriedade para o Estado Português, mas reservou para si uma parte, onde fica hoje o Chalet da Condessa.
A primeira dica que eu posso dar é que você não fique tentado a subir da Vila de Sintra a pé. Apesar da distância não ser muito longa em quilômetros, o caminho é extremamente ingrime e não é nada amigável para pedestres: são muitas curvas e carros e ônibus disputando espaço. O ônibus (ou autocarro) 434 faz um percurso circular por todos os palácios de Sintra por 5 euros.
Além disso, uma vez dentro do Parque e Palácio da Pena você ainda terá que caminhar bastante tanto para conhecer o parque, quanto para subir e chegar no Palácio. Tem até um minibus que faz o trajeto da entrada principal até o palácio, que custa uns 3 euros. Mas eu só recomendo isso para quem tem dificuldades de mobilidade.
Café e Loja do Palácio
O Palácio da Pena fica aberto de 10h às 18h no inverno e de 9h às 20h no verão e a entrada para adultos custa €14 (com descontos para idosos e jovens). Além disso, é possível pagar €7,50 para visitar somente o parque e os terraços do Palácio. Essa foi a opção que eu escolhi, porque já estava bem cansada e estava mais interessada no Palácio do lado de fora e em sua vista do que os salões internos.
É possível – e recomendável no verão – comprar os bilhetes antecipadamente e com desconto no site oficial.
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Quando dizem que existe desconto nas atrações, passeios, etc, para jovens que estão viajando por Portugal é necessário que tenha algum comprovante em mãos como carteira de estudante, comprovante da faculdade, etc, ou somente a carteira de identidade/passaporte são suficientes para ter acesso as atrações?
Oi Sarah,
Se for um desconto para jovens, é necessário somente o passaporte. Se for um desconto para estudantes, é necessário o comprovante de estudo
Este palácio, com todo mérito, pode ser colocado entre as mais belas construções históricas de Portugal. Além de sua beleza arquitetônico e seu interior requintado, sua localização privilegiada, sobre uma colina da região de Sintra, nos proporciona grandes momentos de pura contemplação. Visitação imperdível....