Parque da Serra do Curral: passeio de natureza em Belo Horizonte

Se Belo Horizonte foi batizada assim, isso é porque ela nasceu aos pés do Parque da Serra do Curral. O conjunto de serras emoldura o panorama da cidade e é uma verdadeira referência para os belo-horizontinos. Veja agora como visitar e o que fazer no Parque da Serra do Curral.

Para outras experiências incríveis e autênticas em Belo Horizonte, clique aqui

O Parque da Serra do Curral e o início de Belo Horizonte

Toda a área entre a Serra dos Congonhas e a Lagoinha. Esses eram os limites do arraial comandado pelo bandeirante João Leite da Silva Ortiz, que veio para essa região do Brasil no começo do século 18. Muito tempo depois, quando o país já era independente e tinha acabado de trocar o Império pela República, a área entre a Serra dos Congonhas e a Lagoinha deixou de ser um arraial e virou uma cidade: ali foi planejada e erguida Belo Horizonte, que nasceu para substituir Ouro Preto como capital de Minas.

A Serra dos Congonhas continua no mesmo lugar, agora como o limite máximo de BH, embora hoje atenda pelo nome de Serra do Curral, muito prazer. Com altitude média variando entre 1100 e 1390 metros, a serra parece engolir a metrópole a partir de qualquer ponto que você a observe, principalmente da região central.

A onipresença das montanhas teve consequências – a serra foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1960. E em 1995, um plebiscito definiu a Serra do Curral como símbolo da cidade, ficando na frente da Lagoa da Pampulha e da Igrejinha de São Francisco. Eu não votei, mas não poderia concordar mais com a escolha. E aprendi, aos poucos, a amar a Serra que todas as manhãs me dá bom dia assim que coloco a cara para fora da janela. 

Veja também:
O que fazer em Belo Horizonte
Onde ficar em Belo Horizonte
12 lugares para conhecer em BH

Centro de BH e, no fundo, a Serra do Curral

Como muitos belo-horizontinos, eu cansei de ir à Praça do Papa, ao Parque das Mangabeiras e ao Mirante do Mangabeiras, algumas das atrações da região – lugares onde é possível observar BH de outro ângulo. Mas até hoje, sei lá por que, eu não conhecia o Parque da Serra do Curral, um passeio gratuito (e fantástico) para quem mora ou visita Belo Horizonte.

Criado em 2002 e inaugurado quase uma década depois, o Parque da Serra do Curral tem 400 mil metros quadrados. Além de um bom lugar para fazer um piquenique, principalmente na praça logo depois da portaria 1, o parque conta com trilhas de diferentes níveis de dificuldade, muita vida animal (125 espécies de aves foram identificadas ali) e 10 mirantes que permitem vistas como essa de BH, ó:

Vista de BH a partir do Parque da Serra do Curral

Mas vamos passo a passo: chegar na portaria do parque é fácil. Basta pegar o ônibus 4103, que passa no centro, na Avenida Afonso Pena. Desça no primeiro ponto depois de passar a Praça do Papa. À sua esquerda, na direção que o ônibus continuará seguindo, está o Parque das Mangabeiras. À direita está o Parque da Serra do Curral, identificado em algumas placas como Parque do Paredão.

Passamos pela portaria, reabastecemos nossas garrafas e começamos a subir a trilha, e Essa primeira etapa tem 1700 metros, em terreno regular e morro acima, mas é bem tranquila. Demoramos 40 minutos para chegar ao topo, contando as paradas para fotos. E, olha, tem muita coisa para fotografar pelo caminho, viu. Aos poucos a cidade vai aparecendo por trás da vegetação.

No meio do caminho, à esquerda, fica uma trilha para um posto de vigilância e para o Mirante 1. Preferimos subir direto para os Mirantes 2 e 3, que ficam na Praça do Encontro. Além da fiscalização da guarda municipal num quiosque, passarelas de metal levam aos mirantes.

O primeiro lugar que identifiquei foi a Praça do Papa, logo abaixo. Também foi fácil achar o Independência, o Mineirão, a Avenida Afonso Pena, o Parque Municipal e a Lagoa da Pampulha.

Se de um lado a Serra abraça Belo Horizonte, do outro está Nova Lima e o Pico do Itabirito. E Contagem e Sabará também podem ser vistas lá de cima.

As trilhas pelo Parque da Serra do Curral continuam, mas o restante do trecho – que termina no Parque das Mangabeiras – está fechada para reforma. A expectativa é que o resto da trilha seja reaberto em outubro. Mesmo assim, para seguir adiante é preciso ir acompanhado com guias credenciados pelo parque.

O nível 2 da trilha tem mais quatro mirantes, 984 metros e dificuldade moderada. Já as duas etapas seguintes, em direção ao Parque das Mangabeiras, são complicadas, com terreno irregular, pedras soltas pelo caminho e cerca de 1,2 km. Mirantes permitem ver BH e Nova Lima durante todo o percurso, que dura em torno de 3h30, caso você faça o roteiro completo. Assim que a trilha for totalmente reaberta, voltarei ao parque para fazê-la e atualizar este post.

Serviço: Parque Serra do Curral

O endereço é Avenida José do Patrocínio, 1701. A entrada é gratuita. O parque abre de terça a domingo, das 8h às 17h, com a última entrada às 16h. São admitidos no máximo 700 visitantes por dia. Não há bares e nem restaurantes por lá, por isso leve algo para comer. Há bebedouros e banheiros, tanto na portaria como no topo do mirante 3. Para informações ou para agendar as trilhas guiadas, que também são gratuitas, ligue para 31 3277 8120 ou 31 3277 8100. Mais informações no site da Prefeitura de BH.

Dicas de onde ficar em Belo Horizonte

Se você vem a turismo, alguns dos bairros mais recomendados para hospedagem são:

  • Savassi
  • Lourdes
  • Centro
  • Pampulha
  • Floresta e Santa Tereza

Tirando a Pampulha, todos os outros são bairros relativamente centrais. Todos contam com boa infraestrutura gastronômica e hoteleira e você terá fácil acesso a diversas atrações turísticas.

Recomendamos o Hotel Holiday Inn, de onde saem vans diárias para o Inhotim.  Vivenzo Savassi e Ibis BH Savassi, são outras opções. O Hostel Savassi é a opção econômica/mochileira mais próxima.

Na Pampulha, o Bristol Pampulha Liel e vira e mexe recebe times de futebol.

Inscreva-se na nossa newsletter

Avalie este post
Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

Ver Comentários

Compartilhar
Publicado por
Rafael Sette Câmara

Posts Recentes

Viagem de carro na Toscana, Itália: como alugar o veículo

Poucas regiões do mundo combinam tanto com uma viagem de carro como a Toscana. Habitada…

3 semanas atrás

Kashan, Irã: o que fazer e onde ficar na cidade do deserto

Kashan foi uma das cidades que mais me surpreendeu no Irã. Pequena, charmosa e repleta…

4 semanas atrás

O Que Fazer em Füssen, Alemanha: 1 ou 2 dias na Vila dos Castelos

Fussen é um bate-volta comum para quem visita Munique e uma parada estratégica para quem…

1 mês atrás

O que fazer em Washington DC em 1 ou 2 dias

Se você gosta de história e curte cidades com muitas atrações de graça, você vai…

1 mês atrás

Qeshm e Hormuz: as fantásticas ilhas do golfo pérsico no Irã

Alguns lugares que a gente visita parecem nem pertencer a esse planeta. Foi bem assim…

2 meses atrás

O que fazer em Hong Kong: roteiro de 1, 2, 3 e 4 dias

O que fazer em Hong Kong? A metrópole asiática é um daqueles umbigos do mundo…

2 meses atrás