O Parque das Aves, em Foz do Iguaçu

Você viu isso no filme “Rio”, mas o tráfico de animais é um problema que vai muito além da ficção.  Só para você ter uma ideia, a atividade já tirou pelo menos 38 milhões de animais da natureza brasileira e isso segundo uma das poucas pesquisas feitas sobre o assunto, que foi publicada no distante ano de 2002, pela Rede de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres. Dentre todos os animais silvestres que são traficados do Brasil, as aves – em especial  papagaios e araras – são as que mais sofrem.

Mas qual o destino dos animais que são recuperados? Isso acontece com muitas aves, muitas delas encontradas pelo Ibama bastante feridas e sem condições de voltar ao seu habitat. Nesses casos, a saída é encaminhar as aves para locais apropriados. Um deles é o Parque das Aves, que fica em Foz do Iguaçu, pertinho da entrada da reserva ambiental onde estão as cataratas.

Veja também: Compras no Paraguai – dicas úteis

Onde ficar em Foz do Iguaçu: dicas de hospedagem

A história do Parque das Aves

O Parque das Aves de Foz do Iguaçu foi criado em 1994, quando o casal Dennis e Anna Croukamp deixaram a Namíbia, na África, para morar em Foz. A ideia era criar um parque para proteger aves. Meses depois que eles chegaram ao Brasil, o projeto saiu do papel. Hoje, o Parque das Aves é uma das maiores atrações de Foz: são 500 mil visitantes por ano, gente que passa por lá para conhecer os mais de 800 animais de 200 espécies diferentes. 

Sim, são muitos pássaros, a ponto do parque ser a maior colonia de exibição de espécies como jacutingas e ararajubas no mundo. A quantidade de araras também impressiona: é a maior da América do sul.

Mas o legal mesmo é que 50% das aves que vivem no Parque foram resgatadas das mãos do tráfico ou estavam em situação degradante e já em cativeiro. Entregues ao Parque pelo Ibama e pela Polícia do Meio Ambiente, as aves recebem tratamento adequado e podem viver num ambiente próximo do natural, já que elas não poderiam ser reinseridas no meio ambiente, por questões legais e também, óbvio, por que isso representaria um risco grande de sobrevivência para esses animais.

O parque conta até com um hospital para as aves, além de veterinários, biólogos e tratadores. Muitas das aves chegam ao parque com as asas cortadas e sem condições de voar. Outras tiveram bicos e membros amputados ou estão cegas. No parque, os bichos conseguem se reproduzir.

Como é a visita

Ao chegar ao parque, o visitante encontra várias trilhas, tudo sinalizando e levando aos viveiros. Além das aves, o parque tem outros animais. O covil dos répteis, por exemplo, está ali para mostrar que aves, jacarés e jiboias são parentes distantes, pelo mesmo do ponto de vista da evolução.  Além disso, também há um borboletário e alguns mamíferos.

Assim que entramos no Parque, passamos a seguir a trilha, indo de viveiro em viveiro. Em alguns momentos você entra dentro da área das aves, que ficam voando acima dos visitantes.

Outras até arriscam chegar pertinho dos turistas. O tempo de visita depende de você – nós fizemos o percurso em cerca de duas horas. Depois de entrar em viveiros e ver de perto corujas e araras, no final todo visitante tem a oportunidade de tirar uma foto com as principais atrações do parque.

Informações úteis

O Parque das Aves funciona de 8h30 às 17h. Os preços variam: moradores de Foz pagam apenas R$ 10, com comprovante de residência, enquanto outros brasileiros pagam R$ 40. O Parque fica no quilômetro 17 da Rodovia das Cataratas, em frente ao Parque Nacional das Cataratas do Iguaçu. A linha de ônibus 401 faz o trajeto entre o Parque Nacional e o Centro de Foz. A Loumar Turismo, que apoiou nossa viagem com a hospedagem e o deslocamento pela cidade, também oferece o serviço de transporte até lá.

Se resolver alugar um carro, nesse texto aqui explicamos como garantir a diária do veículo com melhor custo/benefício. E não se esqueça que é preciso contratar outro seguro, o Carta Verde, para cruzar a fronteira, caso você vá para Argentina ou Paraguai.

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

Ver Comentários

  • Show! Rafael, realmente o parque das aves é uma das atracoes turisticas em Foz do iguaçu mais interessante. O contato direto com a natureza nos deixa mais calmos, mais pensativos... posso ate dizer que é a confirmação do quando Deus tem cuidado de todos os detalhes. Parabens pelo post!

  • Muito bom, eu amo Foz do Iguaçu, e não é porque moro aqui não, realmente tem muitos lugares bonitos para conhecer, eu também comecei a escrever algumas coisas sobre foz, mas os de vcs são top, parabéns. Abraço.

  • Ola Rafael

    Você saberia me indicar blogs/sites/contatos de pessoas que vivem viajando, dando a volta ao mundo trabalhando nos países para ir "sobrevivendo", pagando s despesas básicas?

    Ja pesquisei varias vezes na net, mas não achei ninguém que vive do tipo, se puder me ajudar agradeço.

  • Concordo que vale a visita. O borboletário é simplesmente lindo!
    Só uma informação adicional: eles aceitam carteirinha de estudante (quando eu fui eu não sabia, e não levei).

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Publicado por
Rafael Sette Câmara

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