Como visitar as Pirâmides do Egito e o complexo da Necrópole de Gizé

As Pirâmides do Egito são o lugar que qualquer pessoa que visita o país quer ver. Nesse texto você tira todas as suas dúvidas de como visitar as Pirâmides e a Esfinge, descobre se dá para entrar no monumento e muito mais.

Quando falamos dessas famosas pirâmides de Gizé, estamos falando do complexo da Necrópole de Gizé, uma cidade satélite do Cairo.

Existem outras pirâmides egípcias: são quase cem catalogadas, na verdade. Mas são Queóps, Quéfren, Miquerinos, junto com a Esfinge, que são as mais conhecidas – e fotografadas!

Saiba mais sobre o Egito:
Onde se hospedar no Cairo: dicas de hotéis perto das Pirâmides e em outros lugares
• Turismo no Egito: todas as dicas para viajar pelo país

Como chegar na Necrópole de Gizé

As pirâmides e a necrópole ficam em Gizé, uma cidade a cerca de 20 km do centro do Cairo. Não deixe a curta distância te enganar! O transito no Egito é uma loucura e é possível ficar quase uma hora para fazer esse trajeto, dados os engarrafamentos.

A linha M7 do metrô de Cairo leva do centro da cidade até as Pirâmides em Gizé. Basta descer na parada Mashaal e seguir a pé até o complexo. O trajeto leva cerca de 45 minutos para quem sai da Praça Tahrir.

Há vagões exclusivos para mulheres no metrô do Cairo.

Existe a opção de ir num tour contratado que te busca diretamente no seu hotel e já garante o ingresso para o complexo de Gizé com guia.

Também possível chegar no platô das pirâmides de táxi ou uber, com os ônibus 355 e 357 (saindo próximo ao Museu Egípcio).

A entrada da Grande Pirâmide

Quanto custa para visitar as pirâmides do Egito?

Com um bilhete geral você tem acesso a todo o complexo e pode ver as pirâmides e a esfinge de perto. Para entrar dentro das pirâmides, é preciso comprar um bilhete extra.

  • Entrada no complexo da Necrópole de Gizé: EGP 240 (cerca de R$68,00)
  • Entrada incluíndo Queóps e Museu da Barca: 600 libras egípcias (cerca de R$170,00)
  • Entrada em Miquerinos: 100 libras egípcias (uns R$28,00)

Atenção: somente na entrada para o complexo da Grande Pirâmide é possível comprar os tickets para entrar em Queóps, Miquerinos ou no museu da Barca Solar.

Qual o horário de abertura e a melhor hora para visitar?

O horário de abertura nas pirâmides é das 7h às 17h. Espere gastar entre 3 horas a 6 horas para visitar todo o complexo e ainda tirar fotos no Ponto Panorâmico.

Quem vai no inverno, de outubro a março, que é considerado a alta temporada no Egito, a melhor hora para evitar multidões é entre 10h e 12h, fugindo dos grandes grupos que começam os passeios cedo.

Se você for nos meses de verão, de Abril a Setembro, aí é melhor ir de manhã cedo para evitar o calor.

Se você quiser evitar filas e outros perrengues, vale a pena considerar um tour com um guia egiptólogo, que já incluí as entradas e o transfer.

Como é a visita a Necrópole de Gizé

São duas as entradas para o complexo: uma bem próxima à Grande Pirâmide de Queóps e outra perto da Esfinge.

A entrada pela Grande Pirâmide é mais cheia, mas também é a única que te permite comprar o ingresso para entrar nos monumentos.

Eu fiz o passeio começando por Queóps, passando pelas outras pirâmides e um ponto de observação para fotos e terminando no Templo do Vale e Esfinge.

Dica importante: Não deixe de contratar um bom seguro de viagem para o Egito. Saiba como escolher um seguro bom para países da África e garanta um cupom de desconto

Mapa do complexo das Pirâmides

O mapa do complexo. Crédito: MesserWoland (CC BY 3.0)

Como é dentro da Pirâmide? Dá para entrar?

Sim, dá para entrar em duas pirâmides, Queóps – a maior, ou Miquerinos. Tenha em mente que dentro da pirâmide é muito, mas muito claustrofóbico, e não tem “nada” para ver lá dentro: são dois corredores curtos e estreitos e uma sala vazia.

Eu quis visitar mesmo assim, mas vale a pena pensar nas suas condições físicas e financeiras antes de ir.

Leia mais: As teorias de como as pirâmides foram construídas.

A entrada da Grande Pirâmide de Queóps é chamada de entrada dos ladrões porque foi escavada em 820 d.C., por um califa.

Você sobe alguns metros praticamente de quatro numa escada de madeira precária, com o teto de pedra baixinho (daí a experiência claustrofóbica). Depois, é mais uma subida por um corredor estreito de pedra, conhecido como Grande Galeria.

Por fim, chega-se na Câmara do Rei, uma sala de pedra vazia, com um grande sarcófago em pedra, também vazio. Quando eu estive lá, a luz falhou e tive que dar um jeito de voltar usando a lanterna do celular.

Uma dica interessante é entrar na pirâmide de Miquerinos ao invés da Grande Pirâmide. A visita é bastante semelhante, mas muito mais vazia e mais barata.

Passeio pelas Pirâmides: como circular entre as atrações?

O complexo da Necrópole de Gizé é enorme e circular a pé não é fácil. Por isso, muitas pessoas usam carros com motoristas, vans e ônibus de turismo – ou contratam passeios de cavalo ou camelo.

Eu fiz a visita com outros jornalistas, num ônibus do grupo. Se você não contratar um tour, minha sugestão é que contrate um táxi ou carro com motorista que seu hotel indicar e faça a visita durante uma manhã ou tarde.

Não recomendamos esse tipo de passeio com animais, mas, se você fizer questão, veja as condições dos animais antes de contratar o tour. Leia a experiência da Renata, do Revivendo Viagens, que fez o passeio por conta própria.

Vale a pena fazer a visita guiada?

Eu acredito que vale a pena contratar um guia oficial para explicar melhor a história e as curiosidades do lugar. Essa é a página do Facebook do guia que nos acompanhou – o Omar fala inglês e espanhol.

O guia também serve para te mostrar os melhores lugares para fotos e ajuda a diminuir o assédio de vendedores e golpistas.

Mulher viajando sozinha? Se você se sentir mais confortável, pode contratar um tour com uma guia feminina, que também ao Museu Egípcio e ao Bazar Khan El Khalili.

O passeio pelas pirâmides do Egito também é famoso pela quantidade de homens sendo bastante chatos e insistentes na tentativa de oferecer tours, vender suvenires ou tentar dar algum tipo de golpe para conseguir o seu dinheiro.

Para recusar os avanços, faça não com a cabeça e diga “La, Shucre” (não, obrigado).

Onde se hospedar para visitar as pirâmides do Egito?

Apesar do deserto, essa não é uma área isolada. Pelo contrário, fica bem no miolo da cidade de Gizé, o que justifica o fato de muitas pessoas ficarem hospedadas em Gizé e não no Cairo.

Se você puder gastar um pouquinho mais, minha sugestão de hospedagem é o incrível Marriott Mena House, que é um hotel com vista para as pirâmides, bem do lado do complexo.

Tem diárias a partir de R$420,00. Se não der para se hospedar lá, vale a pena reservar uma mesa para almoçar ou jantar com a vista.

Não é muito caro: uma refeição completa, com entrada, prato principal e bebida sai em torno de uns R$80 por pessoa.

Veja todas as opções de hospedagem em Gizé

Porém, tirando a proximidade com as pirâmides do Egito, Gizé é uma cidade bem feia e empobrecida.

Ficar no Cairo, que tem outras atrações interessantes, me parece uma opção melhor.

Eu fiquei lá, no Intercontinental Semiramis e no Four Seasons Nile Plaza. As diárias nesses hotéis 5 estrelas ficam em torno de R$480 e R$900, respectivamente.

Existem várias opções mais em conta na cidade – você pode conferir todas aqui.

História das Pirâmides: para que elas serviam?

Boa parte da vida de um egípcio, três ou quatro mil anos atrás, era a preparação para a morte. E foi para isso que as pirâmides foram construídas.

Avó, pai e filho, os Faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos, (ou seus nomes egípcios: Khufu, Khafre e Menkaure) mandaram construir as pirâmides de Gizé enquanto ainda viviam, em 2560, 2530 e 2510 a.C., respectivamente.

Pelas datas a gente vê que a vida deles aqui na Terra não era longa. O complexo da Necrópole de Gizé é, como o nome diz, uma cidade dos mortos, que também conta com as pirâmides menores, dedicadas às rainhas. E com a Esfinge, templos funerários e várias tumbas e cemitérios.

O que mais me chamou a atenção quando entramos no planalto da Necrópole de Gize e nos deparamos com as pirâmides do Egito foi o que o Omar, nosso guia, disse.

“Vocês sabem por que nunca encontramos nenhum palácio faraônico do Egito Antigo?”, ele perguntou.

“É de se imaginar que poderosos governantes como eles viveriam em lugares luxuosos. Mas não, só encontramos pirâmides, tumbas e templos. Os palácios provavelmente devem ter sido construídos com tijolos como esse aqui” – e apontou para uma construção simples, daquelas de lama e terra batida.

“Isso é porque a casa que eles viviam na Terra não era tão importante quando a casa na vida eterna”.

Ainda durante a vida, os faraós mandavam construir não só a pirâmide, mas também os respectivos templos, chamados de templos do Vale, além do templo funerário. As esfinges, em duplas, guardavam a porta desses templos.

A Esfinge que hoje ainda está de pé em Gizé dizem ter sido construída com o rosto de Quefren.

Templo do Vale ou Templo da Esfinge

Mumificação no Egito Antigo

Após a morte do faraó, explicou o guia, “eles traziam o corpo até o templo, de barco. Então, todo o processo de embalsamento e mumificação durava 70 dias, por causa do ciclo da estrela Sirius, que ficava ausente do céu por esse período. Seu retorno marcava a inundação anual do rio Nilo e o solstício de verão”.

A crença na vida após a morte e a necessidade de preparação para a vida eterna perduraram por todas as fases do Antigo Egito, pelos Impérios Antigo – quando as pirâmides foram construídas -, Médio e Novo, quando os templos em Luxor, do Vale dos Reis, foram erguidos.

Saiba mais: A arte de construir Obeliscos no Egito Antigo

E não era só entre os faraós que o embalsamamento e a mumificação dos corpos aconteciam. Todas as práticas e rituais funerários eram levados a sério por todos, já que ali se acreditava que a morte não era o fim da vida.

O processo do embalsamamento, segundo os textos do historiador Heródoto, da Grécia Antiga, variava de complexidade e preço dependendo da riqueza da família.

Família de um rico (e anão) cidadão egípcio

Saiba mais curiosidades das Pirâmides

*A viagem pelo Egito foi feita a convite da AmCham Egypt.

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Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

Ver Comentários

  • Excelente suas narrativas, vou aproveita-las na minha viagem pelo Egito de Alexandria a Abu Simbel.
    Viajamos pela Europa como turistas, por trinta dias, sem agências e/ou Guias, por 4 paises e varias cidades ( Liverpool/Beatles, por ex. ), sem usar taxis ou uber, vivendo como os europeus e foi o melhor passeio de nossas vidas, graças a ajuda de pessoas como você. Se puder ajudar-nos precisamos saber como comprar aqui no brasil todos os ingressos para visitas aos templos.

    Atnciosamente,

  • Olá Luiza, existe um "código" de vestimenta para mulheres no Egito? Do, fora o bom senso, né? Por exemplo, no Vaticano não se pode estar com pernas de fora... obrigada, abraços e Boas Festas.

  • Achei interessante sua matéria. Estou planejando uma viagem ao Egito, talvez por comodidade eu faça a viagem em um tour coletivo. Boas viagens.

  • Talvez seja interessante atualizar o post: já existe a linha de metrô da Giza e de lá é possível pegar uma minivan (transporte público) até as pirâmides, entrada da esfinge. Custou 14egp e demorou menos de 30 minutos (em uma sexta ao meio dial.

  • amei todas essas informações eu tenho um sonho conhecer as pirâmides de Gize.Sou professora de Historia trabalho com 6 Anos e 8 anos.

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Publicado por
Luiza Antunes

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