Quanto custa viajar para a China? Preços de 2023/24

Quanto custa viajar para a China? Não existe uma única resposta para essa pergunta. Orçamento de viagem, afinal de contas, depende de uma série de fatores: o período do ano, estilo do viajante, a possibilidade de alguma promoção inacreditável de passagem área e a escolha da hospedagem.

Mas se não dá para falar, centavo por centavo, o valor exato que você vai precisar, pelo menos dá para ter uma ideia da média. Neste texto, mostrarei quanto custa viajar para a China, com preços da viagem atualizados e pensando num roteiro de 14 dias pelo país. 

Pode ser que você gaste bem menos, pode ser que você precise de mais. Depende das suas escolhas.

Qual moeda levar para a China?

A moeda da China é o RMB, cuja unidade básica é o yuan, que acaba sendo o nome popular do dinheiro chinês.

Em 2022, 1 yuan vale em torno de 0,16 dólares dos Estados Unidos – confira a cotação perto da data da sua viagem.

Além do yuan, as duas Regiões Administrativas Especiais da China têm moedas próprias: o dólar de Hong Kong e a Pataca de Macau.

Não vale a pena fazer o cambio pela moeda chinesa no Brasil. Como ela não é muito comercializada aqui, a cotação é sempre desfavorável. Por isso, é mais econômico comprar dólares americanos e fazer a conversão para yuans ao chegar na China.

Hong Kong, China

Quanto dinheiro levar para a China e onde trocar?

Para uma viagem de 14 dias, levei 800 dólares em espécie. Paguei vários gastos maiores – como hotéis e até alguns restaurantes – com cartão. Com isso, acabei voltando com 200 dólares para casa.

O importante é ter uma quantidade de dinheiro em espécie com você, já que nem sempre é possível pagar as contas com cartão.

Os melhores lugares para trocar seus dólares são os bancos, em especial o Bank of China. Não há taxas e a cotação é boa.

Para fazer a troca é preciso levar seu passaporte e assinar uma documentação. Não perca o recibo que eles vão te dar, porque o documento é necessário caso você pretenda trocar os yuans novamente para dólares, se sobrar algum dinheiro no final da viagem.

Nos aeroportos, casas de cambio fazem a troca da moeda, mas algumas delas cobram taxas altas. O Bank of China tem lojas nos aeroportos mais importantes, mas que, apesar de terem horário de funcionamento bem mais amplo que no Brasil, podem estar fechadas na hora que você chegar.

E vale verificar também se seu hotel não faz a conversão da moeda. Em Pequim, descobrimos, no último dia da viagem, que o hotel era autorizado a fazer o cambio pelo Bank of China, usando a mesma cotação do banco e sem cobrar taxas. Mais simples impossível.

Xangai

Passagem para a China: preço das aéreas

As passagens foram compradas numa promoção da Aeromexico, quase um ano antes da data do voo. Custaram R$ 1730, ida e volta, já com as taxas de aeroportos – um baita negócio. E que raramente se repete, ainda mais após tantas crises.

São trechos longos e, por isso mesmo, quase sempre caros. Só a viagem até o México leva 9 horas; de lá é preciso pegar outro voo para Xangai, que dura outras 14 horas.

Não importa a empresa aérea que você escolher, é muito provável que você enfrente dois voos de duração parecida.

Por isso, passagens por até R$ 4 mil continuam num preço excelente – e não estranhe se tiver que pagar mais, principalmente em viagens de última hora.

O quadro abaixo mostra uma seleção de passagens para a China, com preços atualizados em tempo real.

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Quanto custa tirar o visto da China

Só está dispensado do visto quem tiver apenas uma conexão de até 72 horas na China, em cidades como Pequim e Xangai.

Também não há exigência de visto para conhecer Hong Kong e Macau, regiões que têm regras de imigração próprias. Todos os outros turistas precisam pedir o visto previamente, num consulado da China no Brasil.

O custo foi de R$ 460 e o visto vale por cinco anos.

Muralha da China, Pequim

Seguro Viagem

Eu nunca viajo sem um bom seguro. Para a China, comprei um com cobertura de até 55 mil euros, um valor excelente. Custou R$ 211, incluindo a proteção não só no oriente, mas também para os dias de conexão que fizemos no México – foram 19 dias de viagem no total.

É possível gastar menos, caso você não faça questão de uma cobertura tão ampla. Também não se esqueça de comprar um seguro com cobertura covid, o que pode custar mais caro.

Nesse texto aqui eu explico como escolher o melhor seguro viagem para a China.

Seguro Viagem:
Ásia
Intermac I60 Inter (exceto EUA) +Covid-19
Assistência médica USD 60.000
Bagagem extraviada USD 750 (SUPLEMENTAR)
*Valor referente a 7 dias de viagem.
AC 35 MUNDO (Exceto EUA) COVID-19
Assistência médica USD 35.000
Bagagem extraviada USD 1.200
*Valor referente a 7 dias de viagem.
CORIS 60 MUNDO BASIC +COVID19 (EXCETO EUA)
Assistência médica USD 60.000
Bagagem extraviada USD 1.000
*Valor referente a 7 dias de viagem.

Deslocamentos internos na China

Esse gasto varia bastante e depende do seu roteiro e da época que for viajar. O meu foi bem acima do desejável: a viagem foi durante o Ano Novo chinês, período em que ocorre a maior migração do planeta, com centenas de milhões de chineses lotando as estações de trem, rodoviárias e aeroportos. Ou seja, os preços das passagens disparam.

Além disso, tínhamos um roteiro, digamos, audacioso. Começamos a viagem por Xangai, onde o voo chegava e de onde voltaríamos para o Brasil, duas semanas depois.

De Xangai fomos, de trem, para Hong Kong, percorrendo uma distância de 1200 km. Dessa região seguimos para Guilin, 509 km ao norte, e de lá fomos para Pequim, dessa vez de avião: voamos por quase dois mil quilômetros.

No fim ainda foi necessário pegar mais um trem até Xangai, numa viagem de mais 1100 km.

Percorra quase cinco mil quilômetros em duas semanas, na altíssima temporada, e você perceberá que a brincadeira sairá cara. O gasto total com isso foi R$ 2250 por pessoa – mais caro do que desembarcar na China.

Nessa conta estão três trens de alta velocidade, todos eles em classes intermediárias e com custo total de pouco mais de mil reais, um voo da Air China que sozinho custou outras mil facadas, e uma balsa, que pegamos para ir de Hong Kong para Macau e que saiu por R$ 160, ida e volta.

Acho que é possível gastar a metade disso, mas optando por roteiros menores e viajando em épocas mais baratas.

Já o gasto com os deslocamentos dentro das cidades, seja com táxis, seja com metrô, entrou na cota do dia a dia.

Macau

Hospedagem na China: valores

Ficamos em hotéis e pousadas bem localizadas e com um bom nível de conforto, principalmente em Hong Kong, Xangai e Pequim.

Com isso, o gasto com hotéis também ficou acima do que seria necessário, mas foi, no fim das contas, uma boa escolha para a viagem que queríamos fazer. Em Xangai tínhamos uma vista espetacular do skyline da metrópole, em Hong Kong e Pequim estávamos perto de absolutamente tudo.

Em Guilin e Yangshuo, cidades menores, e em Shenzhen, uma metrópole que não é muito turística, ficamos em pousadas muito boas e relativamente baratas.

Em todo caso, aqui também sentimos efeitos do Ano Novo chinês: tinha estabelecimento que estava cobrando o dobro da diária padrão, para o período que iríamos nos hospedar.

O gasto total com hospedagem foi de R$ 5880; por 14 diárias em quartos duplos. Ou seja, o gasto com hospedagem, por pessoa, foi de R$ 2940, ou R$ 210 por dia. Note que esse valor inclui também os 6,38% do IOF brasileiro, já que todas as diárias foram pagas com cartão.

Repito: mesmo com o Ano Novo chinês, esse gasto poderia ter sido bem menor. Foi uma escolha, já que queríamos ficar em lugares legais e várias vezes topamos pagar a mais pela estrutura do hotel ou pela vista do quarto.

Acho que não seria exagero dizer que o gasto com hospedagem poderia ter sido reduzido pela metade – e ainda assim ficando em hotéis. Os viajantes que estiverem dispostos a ficar em dormitórios de hostels vão economizar ainda mais com hospedagem.

Alimentação, transporte e passeios

Aqui entram os gastos de dia a dia durante a viagem – aqueles que compensa pagar em espécie. Por dia, gastamos uma média de 50 dólares por pessoa – ou 700 USD para todo o período.

Como pegamos uma cotação de R$ 3,32, isso totalizou R$ 2320 – hoje, a conta seria bem mais cara.

Note que nesses gastos estão também passeios caros, como uma visita à Muralha da China, que saiu por 64 dólares por pessoa.

Aqui também estão os custos com a entrada num mirante em Xangai (cerca de 30 dólares), um teleférico em Hong Kong (outros 20 dólares) e um passeio de barco em Yangshuo (30 dólares).

Gastos com táxis, principalmente para ir e voltar de aeroportos, e com metrô, nos deslocamentos em grandes cidades, também estão nessa conta. O mesmo vale para todas as refeições.

E tivemos de tudo um pouco: de comida de rua a pelo menos uma (e muitas vezes duas) refeições por dia em bons restaurantes. Cervejinhas e algumas compras pequenas também entraram aqui. Pelo nível de conforto e vontade de não economizar com comida e bebida, acho que foi um gasto médio razoável.

Quanto custa viajar para a China: preços para 2022 e 2023

Some os R$ 1730 das passagens aéreas, os R$ 460 do visto, os R$ 211 do seguro viagem, os R$ 2250 com deslocamentos internos, os R$ 2940 com hospedagem e os R$ 2320 com comida, transporte, passeios e comprinhas.

O gasto total da minha viagem de duas semanas pela China, por pessoa, foi de R$ 9910.

De novo: dava para ter sido menos. Bastava escolher outro nível de hospedagem ou ter viajado fora da alta temporada chinesa.

Também poderia ter custado mais, principalmente se as passagens para a China não tivessem sido compradas na promoção.

No fim das contas, por ter sido uma das primeiras viagens internacionais da minha vida que não foi feita com dinheiro contadinho e foco em economizar centavos, acho que foi bom.

Com esse orçamento comemos onde queríamos, bebemos quantas cervejas tivemos vontade e não nos preocupamos em economizar no táxi para voltar dos aeroportos ou depois de um dia cansativo de caminhadas.

Também cabe apontar que o meu orçamento, feito com o dólar a 3,32, simplesmente não é praticável num momento em que a moeda norte-americana oscila entre R$ 4,80 e R$ 5. Neste contexto, para uma viagem de mesmo nível, espere gastar 30% a 40% a mais do que eu gastei.

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

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