Quanto custa viajar para o México?

Pode ser bastante, mas pode também ser menos do que você imaginaria.  E isso pensando numa viagem relativamente confortável, com vários restaurantes e bares no roteiro. Passei 16 dias no México, em junho de 2017. Neste texto você encontra o orçamento da minha viagem, que incluiu Cidade do México, Puebla, San Cristóbal de las Casas, Playa del Carmém, Akumal e Chichén Itzá. Claro, responder quando custa viajar para o México não é tarefa simples. Isso depende do seu estilo de viagem, das suas escolhas, roteiro e até da época do ano que você vai cair na estrada . Apesar das ressalvas, acho que dá para ter uma noção com base nos meus gastos lá.

Antes de destrinchar, real a real, meus gastos no México, vamos focar em duas perguntas importantes envolvendo dinheiro?

Veja também: A comida mexicana e os pratos típicos do país
Quatro dias de turismo na Cidade do México
Cancún, Playa del Carmen e Riviera Maya: como planejar sua viagem
E veja todos os textos que já publicamos sobre o México

Qual moeda levar para o México? Dólares ou pesos?

Eu cheguei a fazer a cotação de pesos mexicanos, numa casa de câmbio do Brasil, mas logo ficou claro que não compensava comprar a moeda do México em solo verde e amarelo. Como não se trata de uma moeda muito comercializada por aqui, a cotação dela não é boa para o viajante. Por isso, é melhor comprar dólares no Brasil e fazer a troca por pesos quando você chegar ao México. A economia quase chegou em 20%.

Chichen itza

Quanto levar e onde trocar?

Eu levei, em espécie, cerca de 400 dólares, o que dava mais ou menos R$ 1300. A ideia era concentrar nesse valor os gastos corriqueiros, para uma viagem de 16 dias. Os gastos maiores, como hospedagem e passagens internas, ficariam nos cartões de crédito. Foi pouco, tanto é que tivemos que sacar outros 200 dólares perto do fim da viagem – e mesmo assim faltou dinheiro vivo nos últimos dias.

O problema é que nem sempre dá para pagar as contas maiores com cartão, mesmo em lugares muito turísticos. Na região de Cancún, por exemplo, não achamos postos de gasolina que aceitassem cartão, então tivemos que pagar com dinheiro vivo. Além disso, quase todos os cenotes, formações geológicas típicas dessa parte do México e que chegam a cobrar 90 dólares de entrada, não aceitavam cartões. Também tivemos esse problema com um hotel, que só aceitava pagamento em dinheiro. Por isso, se um dia eu voltar ao México, levaria uma quantidade um pouco maior de dólares. É bom destacar também que o valor informado foi só para mim – se viajar acompanhado, o valor em espécie sobe de acordo com a quantidade de viajantes.

Akumal

Ao chegar na Cidade do México, troque seus dólares nas casas de câmbio do aeroporto. Ao contrário do senso comum, as melhores cotações que encontramos no país estavam nas lojas do aeroporto, principalmente nas que não ficam muito perto da entrada/saída – procure por casas de câmbio nos andares superiores. Há lojas no centro da cidade, mas elas não costumam funcionar em feriados e finais de semana. Além de oferecerem, na minha experiência, uma cotação ligeiramente pior.

É comum que hotéis e restaurantes aceitem pagamentos em dólares, devolvendo o troco em pesos. Se optar por fazer isso, pergunte antes qual a cotação que o estabelecimento oferece naquele dia. Às vezes pode ser um bom negócio, mas na maioria das situações não é

Passagem para o México

Ok, está aqui uma parte do orçamento que nem sempre vai ser igual. Paguei R$ 705, com taxas, para voar de Porto Alegre e com conexão em São Paulo, para a Cidade do México. Os voos eram da Aeroméxico, mas a LATAM também opera esse trecho.

Eu sei que esse não é o preço padrão, mas já vi essa mesma promoção ocorrer de novo, tanto a partir de Porto Alegre como do Rio de Janeiro. Para o México, qualquer valor igual ou abaixo de mil reais é fantástico – estamos falando de um voo de quase nove horas. Passagens por até R$ 1500, pensando em saídas de São Paulo, também estão com preços muito bons, e mesmo voos por cerca de R$ 2000 não chegam a ser caros, embora não sejam também promocionais.

Vale lembrar, para conseguir preços realmente bons é preciso se planejar e garantir os voos meses antes. Deixe para a última hora e o valor tende a triplicar.

Gasto com passagens para o México: R$ 705 (é muito provável que o seu gasto seja maior).

Cidade do México

Seguro viagem

Não é obrigatório ter um seguro de viagem para ir ao México, mas eu recomendo fortemente que você faça um –  é um gasto baixo e pode te salvar em caso de urgência. Paguei R$ 136 num com boa cobertura. Nesse texto aqui explicamos como garantir um seguro com melhor custo/benefício.

Gasto com seguro: R$ 136.

Passagens internas

Você pode ficar só numa região e dá para gastar todos os seus dias nos arredores de Cancún ou da Cidade do México, por exemplo. Mas, caso você queria fazer um roteiro mais amplo pelo país, não tem jeito – prepare-se para gastar com deslocamentos internos. O México é um dos maiores países do mundo, por isso as distâncias podem ser grandes. Da Cidade do México para Cancún, por exemplo, são quase 1700 km.

Pegamos três voos dentro do México, com três companhias aéreas diferentes: Viva Aerobus, Volaris e Interjet. A passagem (só de ida) da Cidade do México para Tuxtla Gutiérrez, cidade vizinha de San Cristóbal de Las Casas, custou R$ 394. Esse trecho saiu mais caro porque foi comprado de última hora, quando a viagem já tinha começado. Já o trecho de Tuxtla para Cancún custou R$ 163, enquanto a passagem de Cancún para a Cidade do México custou R$ 219. Antes que você me pergunte, as empresas aéreas do país permitem o despacho de bagagem sem custo adicional, respeitando limites definidos na hora da compra.

Além disso, houve uma viagem de ônibus, ida e volta, entre a Cidade do México e Puebla.  O gasto total foi de R$ 154. Inclusive, ir de ônibus para outras cidades é uma forma de economizar, caso você tenha tempo para isso e não faça questão de voar.

Os deslocamentos urbanos, seja com táxi, uber ou transporte público, estão num tópico abaixo.

Gasto com passagens internas: R$ 394 + R$ 163 + R$ 219 + R$ 154 = R$ 930.

Puebla

Hospedagem

Reservamos 15 diárias no México, em sete hotéis diferentes. Os hotéis da Cidade do México e em Cancún/Riveira Maya são bem mais caros que no restante do país. Só ficamos em quartos privativos, sempre em pousadas ou hotéis três estrelas, todos bem avaliados no Booking. Três das diárias foram num estabelecimento com pensão completa, em Playa del Carmén. O gasto total com hospedagem foi de R$ 4055, mas isso para duas pessoas. O gasto por pessoa foi de R$ 2027, ou R$ 135 por dia.

Dava para gastar bem menos. Só o hotel com pensão completa, em Playa del Carmen, custou R$ 1600 (R$ 800 por pessoa). Mochileiros podem ficar em quartos coletivos de hostels, algo que não queríamos fazer. Por outro lado, quem viaja sozinho e faz questão de ficar em hotéis vai gastar mais, já que não dividirá o valor do quarto duplo.

Ao calcular seu gasto, saiba que em geral a reserva do Booking no México não inclui 19% de impostos. Além disso, faça a simulação do preço em pesos mexicanos, afinal a cotação muda. E lembre-se que pagamentos em cartão envolvem um adicional de 6,38% de IOF. Os gastos que listei aqui já incluem tudo isso – as taxas do governo mexicano e o IOF brasileiro, quando optamos por fazer o pagamento com cartão.

Gasto total com hospedagem:  R$ 2027 com hospedagem, ou R$ 135 por dia.

San Cristóbal de las Casas

Alimentação (bares e restaurantes)

É muito barato comer bem no México. Embora os preços variem dependendo da região e do restaurante (espere gastar mais em Cancún e na Riviera Maya), em geral é possível comer bem com entre R$ 20 e R$ 40, incluindo comidas e bebidas. Com duas refeições por dia, numa média de R$ 30 por refeição, meu gasto com comida foi de cerca de R$ 900. Isso, repito, poderia ter sido menor. Foi uma escolha nossa que restaurantes e bares fossem o foco central da viagem.

Gasto com alimentação: R$ 900

Transporte

O metrô na Cidade do México custa apenas cinco pesos, o equivalente a R$ 1. Nas cidades do interior, como Puebla e San Cris, é possível fazer muita coisa a pé. E existem aplicativos de transporte, como Uber e Cabify, em várias partes do México. Além de um valor pequeno com o metrô, gastamos R$ 480 com uber, nos 16 dias no México, ou R$ 240 por pessoa.

Foram 18 corridas usando o aplicativo, incluindo quatro deslocamentos para o aeroporto da Cidade do México e duas viagens longas, ida e volta, para Teotihuacan, ruínas pré-colombianas que estão a 50 km da capital. Também usamos o aplicativo para ir para bares e restaurantes, para ir e voltar de rodoviárias e até na viagem entre Puebla e Cholula, cidades que estão a 15 km uma da outra. O uso dos aplicativos de transporte é igual ao que você faria no Brasil. Basta abrir e chamar o carro. O valor aparecerá em pesos e será convertido para reais pelo seu cartão, com cobrança de IOF. O valor total de gastos que informei já inclui o imposto brasileiro.

Além disso, alugamos, por três dias, um carro em Playa de Carmen. O veículo foi útil para conhecermos os arredores e até para um bate-volta para Chichen Itza, que está a 200 km da Riviera Maya. O gasto com as diárias do veículo foi de R$ 393, mais R$ 200 de gasolina, valores que também foram divididos por duas pessoas.

Houve ainda gastos com táxi/vans em Cancún, onde o serviço é caro, e San Cristóbal de las Casas, nesse caso para ir e voltar ao aeroporto, que está a 80 km da cidade. Esses gastos foram de R$ 160 por pessoa. O restante foram deslocamentos curtos e que somados não chegaram a 100 pesos (ou R$ 20) por pessoa.

Gasto total com transporte urbano, incluindo aluguel de carro e gasolina: R$ 690 por pessoa.

Lazer

Aqui entram os passeios: museus, visita a ruínas pré-colombianas, uma noite de lucha libre, cenotes da Riviera Maya, aluguel de equipamento para snorkeling em Akumal  – e por aí vai. Em geral, o custo desse tipo de programa não foi alto. A entrada no Museu de Antropologia, por exemplo, custou 70 pesos (cerca de R$ 14). A entrada nas ruínas de Chichén Itzá custou o equivalente a R$ 50, enquanto a Lucha livre saiu por cerca de R$ 30. Já a Casa Museu Frida Kahlo cobrou o equivalente a R$ 44 de entrada. Esses são só exemplos – estivemos em outros museus e fizemos outros passeios durante nossa viagem.

Como fizemos todos os passeios por conta própria, sem agências, boa parte do gasto que deveria estar aqui acabou incorporada aos valores em deslocamento urbano – no aluguel do carro em Playa del Carmen ou nas idas de Uber para as ruínas, por exemplo.

Gasto total com passeios: R$ 250.

Compras

Uma almofada em forma de caveira, uma camiseta e uma máscara maia. Foi basicamente isso que eu trouxe do México, gastos que não chegaram a R$ 100. Acrescente aqui o valor que desejar, caso você pretenda levar lembrancinhas de viagem.

Gasto total com compras: R$ 100.

Cholula

Quanto custa viajar para o México: meu gasto total

O valor total da viagem de 16 dias pelo México foi de R$ 5738 reais por pessoa. Como você notou pelo texto, dava para o gasto ter sido bem menor. Bastava uma economia maior com hospedagem, por exemplo – era possível gastar menos se ficássemos em hostels ou apartamentos, sobretudo na Cidade do México. O gasto também poderia ter sido menor com alimentação e com transporte urbano – era só não alugar um carro em Cancún ou não andarmos tanto de Uber.  Mesmo os deslocamentos entre cidades poderiam ter custado menos.

Por outro lado, também poderíamos ter gastado bem mais, principalmente na passagem aérea para o México, que foi muito, muito barata. E o gasto com compras foi praticamente irrelevante. Como dito antes, o quanto você vai gastar depende das suas escolhas, planejamento e do seu estilo de viagem.

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

Ver Comentários

  • Rafael boa tarde, estou de viagem marcada para Cancun e achei sua postagem muito interessante, li artigo por artigo e gostei muito, por isso, vou seguir as suas dicas, ainda estou confuso no que diz respeito a seguro viagem, não sei qual é melhor e mais em conta , ou seja banco ou seguradora especializada, ainda tenho que ver isso, de qq forma parabéns pelas informações, muito relevantes.

  • Olá, gostei muito das informações estou indo para a cidade do México em fevereiro, já tenho hospedagem e passeios vou ficar 12 dias quanto em média seria bom eu levar?

    • Oi, Marta. Isso depende muito do seu estilo de viagem. Mas com hotel e passeios comprados, é basicamente alimentação/bebidas, comprinhas e transporte. Veja o orçamento para esses três itens, neste texto. Mas dá pra gastar mais ou economizar bem!

  • Rafael, estamos programando uma viagem para o México, no próximo ano. Em qual mês você foi? Fazia frio? A preço de hoje, quanto você acha que gastarei com alimentação/dia? Em qual site vc encontrou a promoção das passagens? Obrigada.

    • Foi em Junho, não estava frio não. Essa viagem tem dois anos. Francamente, acho que pouco mudou, os preços seriam um pouco acima disso que está aí.

      A grande variação pode ser na passagem, já que eu comprei numa promoção muito boa, da Aeromexico. Vale ficar de olho.

  • Rafael, quando vc menciona os valores de passeios e de passagens aviao/onibus, é para duas pessoas ou apenas uma?

  • Rafael, bom dia!
    Vou fazer uma viagem ao Canadá mas terei uma escala de 9h na Cidade do México.
    Pretendo ir apenas na Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe e comprar alguma lembrança simples do México.
    Quanto você acha que devo levar para passar apenas algumas horas?
    (Alimentação, transporte e lembrancinhas)
    Obrigada
    Fernanda

    • Oi, Fernanda. Olha, não muito. Dá pra você ir pra Basílica de uber, pagando no cartão (tem uma rede de wifi por meia hora, na saída do aeroporto). A Basílica é de graça e eles aceitam cartão na loja de lembranças. É bom ter algum dinheiro em espécie para o caso de necessidade ou se você quiser comprar artesanato, coisas assim. Mas a maioria dos restaurantes aceita cartão também. Eu levaria pouco, o equivalente a uns 20 dólares, por precaução. E é fácil achar lugares que aceitem dólares, no caso de uma urgência, mas eles vão te devolver o troco em pesos, então não compensa com notas grandes.

      Estive há um mês lá novamente, numa conexão de seis horas, e não gastei um peso sequer. Paguei tudo com cartão - uber, restaurantes, etc. É bom ter dinheiro para caso de necessidade. Se não tiver nada você fica refém de lugares que aceitem cartão e precisará de internet para chamar um uber pra voltar ao aeroporto, por exemplo.

      Abraço.

  • Olá, boa tarde!

    Gostaria de parabenizá-los pelo blog e tirar uma dúvida sobre a minha primeira viagem para o exterior que será para o México. Tirei o meu passaporte em 2013, mas acabou não dando certo viajar naquele período. Agora pretendo viajar em Fevereiro/Março de 2018 e estou preocupada sobre o passaporte que vence em Setembro de 2018. De acordo com o Consulado: "É recomendável que o passaporte tenha, pelo menos seis meses, de validade (não obstante o fato de que, a rigor, as autoridades mexicanas exigem que o documento de viagem esteja válido apenas pelo prazo da viagem)". Será que eu corro risco em viajar com o passaporte com os 06 meses fechado de validade?
    Ansiedade de principiante, tenho receio de não trocar o passaporte e acabar dando algum problema. rs

    Sempre acompanho o blog e pretendo seguir todas as dicas de roteiro no México, esse país que tanto me encanta.

    Obrigada!!

    • Oi, Rebeca. Se é isso que está no site do consulado, então não acho que tenha risco algum. Fora que o prazo de seis meses costuma ser respeitado - o problema é quando é menos.

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Publicado por
Rafael Sette Câmara

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