O Reino do Chocolate: a fábrica da Caracol, em Gramado

Gramado combina com chocolate. Um dos destinos turísticos mais procurados do Brasil, a cidade gaúcha conta com várias fábricas de chocolate, lojas temáticas e até opções mais, digamos, audaciosas. É que para atrair clientes, algumas lojas criaram verdadeiros museus, lugares que contam a história do chocolate, te permitem produzir seu próprio doce e, óbvio, oferecem prateleiras cheias de chocolate na saída.

Dentre elas, destaque para O Reino de Chocolate, loja temática da Caracol, fábrica de chocolates artesanais que foi fundada em 1982, em Canela. Na década de 90 a Caracol se mudou para Gramado, se modernizou e, alguns anos mais tarde, criou seu espaço temático, que fica na Avenida das Hortênsias, que liga Gramado e Canela.

Veja também: Roteiro a pé pelas atrações de Gramado

Hoje, a marca de chocolates mais tradicional da Serra Gaúcha tem também lojas no centrinho de Gramado e em Canela. Mas para valer a visita mesmo, nada melhor que conhecer O Reino do Chocolate. Eu fiz isso na minha primeira passagem pela cidade, em 2015. A loja temática chama atenção já da rua.  O galpão ocupa uma área de 1,6 mil metros quadrados.

A entrada é cobrada (R$ 10). Eu acho que poderia não existir a taxa, afinal o objetivo é atrair consumidores para a loja e assim vender mais, mas no fim o preço não atrapalha o orçamento de viagem e o Reino do Chocolate tem sim atrativos interessantes. Começando pelo maior Coelho de Chocolate do Mundo, feito numa Páscoa e que pesa inacreditáveis 1600 kg, peso distribuído em quase três metros de altura.

Em seguida, você passa pela fábrica, onde é possível ver os artistas trabalhando. Desde 2015, quando foi inaugurado o espaço “Faça seu Chocolate”, os visitantes podem encarar a produção da própria sobremesa. Basta escolher a forma, o recheio, juntar tudo e entregar o produto para os funcionários da Caracol, que cuidam do resto.

Além disso, vale a pena passar pelo museu que conta a história da iguaria. Maquetes e réplicas te levam ao período pré-colombiano nas Américas, quando o chocolate, uma bebida quente e amarga, era consumida pelos povos nativos, em especial os maias e os astecas.

Não que o chocolate estivesse sempre disponível nos impérios pré-colombianos: a bebida era usada principalmente para fins cerimoniais. Há indícios de que o chocolate já era consumido na América em 400 d.C, embora a princípio a bebida fosse privilégio dos mais ricos. Mas a produção em larga escala, com direito a plantações de cacau, ocorreu a partir de 1100 d.C.

Quando os europeus desembarcaram em território asteca, sementes de cacau já eram usadas até como dinheiro! O pagamento de impostos e de soldados era feito com chocolate e o controle das áreas produtoras chegou a gerar algumas guerras entre os povos americanos.

Foram os astecas, durante o reinado do Imperador Moctezuma, que apresentaram o chocolate para os primeiros navegadores europeus, em 1519. Foram os europeus que tornaram o chocolate menos amargo e, com o passar do tempo, passaram a consumi-lo não mais apenas em forma líquida.

Em poucas décadas o chocolate se espalhou pela Europa, passou a ser um produto importante no comércio do Velho Continente e, depois de muita pesquisa, deixou de ser monopólio apenas de espanhóis, que foram os primeiros a ter contato com a iguaria do Novo Mundo. Toda essa história – e mais um pouco – é contada no Reino do Chocolate.

Veja também: Onde ficar em Gramado

Como chegar em Gramado

Em seguida corra para o café da loja, que tem poltronas em forma de xícaras e vista para o Vale do Quilombo. Eu tomei um chocolate quente ali e gostei bastante. Depois, é hora de buscar o chocolate que você produziu e, claro, conferir os produtos disponíveis nas prateleiras.

Em cerca de uma hora você conhece toda a loja, faz comprinhas, aproveita o café e ainda dá uma passada no museu. A entrada, como dito antes, custa R$ 10. O Reino do Chocolate fica na Avenida das Hortênsias, 5382, entre Gramado e Canela. O ônibus que liga as duas cidades e sai das rodoviárias dos municípios para na porta. A passagem custa R$ 3.

Também é possível ir de carro – há um estacionamento na frente da loja. Além disso, o ônibus turístico que circula por todas as atrações de Gramado tem um ponto pertinho do Reino do Chocolate, que funciona entre 8h30 e 18h30, entre domingo e sexta; e de 8h30 às 19h30, aos sábados e finais de semana. Mais informações no site oficial.  Por falar nisso, se você resolver alugar um carro em Porto Alegre – eu fiz isso em uma ocasião – nesse texto aqui explicamos como garantir a diária do veículo com melhor custo/benefício.

Outras fábricas de chocolate em Gramado

As outras lojas da Caracol em Gramado estão na Avenida Borges de Medeiros, n° 2935, e na Rua Coberta, n° 30. Além disso, a cidade conta com outras fábricas de chocolate artesanal, como a Planalto, a Lugano e a Florybal.  Por falar na Lugano, a marca também tem uma atração parecida, com museu e espaço temático. É O Mundo do Chocolate, que fica no centro de Gramado.

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

Ver Comentários

  • Oi Rafael, ótimo post. Você apenas esqueceu de mencionar a existência da fabrica da Prawer que é a mais antiga fabrica de chocolate artesanal do Brasil.

  • Oi Rafael, excelente post. Estou com viagem marcada para Gramado no mês de julho, época do frio intenso na cidade. Assim como você, eu sou mineiro e minha cidade tão quente quanto BH. Qual tipo de roupa devo levar? Moletom e jaqueta mais grossa me protegerá do frio?

    • Oi, Igor. Estive em Gramado em Julho do ano passado. Estava frio, mas nada que um agasalho mais grosso não resolvesse. Verifique a previsão do tempo dias antes da sua ida.

      Abraço.

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Rafael Sette Câmara

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