Você já ouviu falar da Rota das Amendoeiras em Flor?
O Rio Douro cruza boa parte da região norte de Portugal em paisagens lindíssimas. Muita gente conhece a produção de vinho e azeite que vem de lá, mas nem todo sabe que as amêndoas também fazem parte da produção típica de Trás-os-Montes. E são as amendoeiras as responsáveis por um espetáculo rosa, quando, no inverno no Vale do Douro, se transformam numa das árvores floridas mais lindas do mundo.
Nesse post, você descobre tudo sobre a Rota das Amendoeiras em flor, um passeio organizado pela CP – Comboios de Portugal, realizado todo ano no mês de março, além de informações para quem prefere fazer a viagem por conta própria.
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O passeio custa a partir de 36 euros, um valor que pode afastar algumas pessoas a primeira vista. Mas, afinal, o trajeto incluí diversas paradas, acompanhamento de guia, viagem num trem histórico.
Na minha avaliação, sim, vale a pena. Em primeiro lugar, é a chance de conhecer uma região mais distante do Douro. Além disso, o mesmo passeio com uma agência de turismo sairia bem mais caro.
A Rota das Amendoeiras acontece em todos os sábados de março.
É preciso ter em vista que a Amendoeira tem uma floração bastante frágil. Basta um pouco mais de vento e chuva para não ter mais flor nenhuma. Foi o que aconteceu com meu grupo: uma semana de chuvas fez com que encontrássemos bem poucas flores no caminho.
Se você quer garantir que verá as árvores pintadas de cor de rosa ou branco, o ideal é tentar ir no primeiro final de semana do mês ou até antes. Diversas cidades dessa região realizam a Festa da Amendoeira a partir dos dois últimos finais de semana de fevereiro.
Douro visto do Museu do Côa
A Rota das Amendoeiras em Flor faz o trajeto de trem de Porto Campanhã até Pocinho, que fica na região chamada de Douro Superior. São 3h30 de viagem num comboio especial, com carruagens históricas. O passeio é puxado: começa às 7h e termina às 23h30.
A vista da janela do trem é lindíssima a partir de Régua.
Chegando em Pocinho, os grupos são divididos entre os três circuitos oferecidos e seguem de ônibus de turismo pelo roteiro.
É necessário levar comida ou comer em um dos restaurantes ou lanchonetes no caminho. Na parada em Castelo Rodrigo, descobrimos ser necessário fazer reserva num dos poucos restaurantes da cidade (Restaurante Arco-Iris e A Cerca). Felizmente, encontramos um trailer de sanduíches típicos portugueses.
Já a parada em Freixo de Espada à Cinta tem poucas opções de comida. Por isso, vale a pena levar um sanduíche e lanchinhos na mochila, para não precisar gastar dinheiro com opções meia-boca.
Rota A – Pocinho, Museu do Côa (visita guiada ao museu), Figueira de Castelo Rodrigo (tempo para almoço), Castelo Rodrigo, Barca D’ALva, Penedo Durão (vista panorâmica), Freixo de Espada à Cinta (tempo para lanche) e Pocinho.
Rota B – Freixo de Numão, Penedono, Trancoso, (tempo para almoço), Marialva (visita guiada ao castelo), Museu do Côa (visita guiada ao museu), Vila Nova de Foz Côa e Pocinho.
Rota C – Pocinho, Torre de Moncorvo, Mogadouro (tempo para almoço), Museu de Arqueologia de Mogadouro (Visita guiada ao Museu), Santuário de Cerejais (vista panorâmica – os ônibus vão até ao Calvário e à Loca), Vila Flor e Pocinho.
Os passeios são vendidos apenas nas bilheterias das estações de trem/comboio. Não há opção de venda online.
A viagem na carruagem de segunda classe custa €39 nas rotas A e B ou €36 na rota C. Os bilhetes de primeira classe custam €44 e €42, respectivamente. Para crianças de 4 a 12 anos, o bilhete de segunda classe custa €22 e €20.
Eu fiz a rota das Amendoreiras acompanhada das colegas blogueiras Rita, d’O Porto Encanta e Naiara, do Aqueles que Viajam. Nenhuma das três havia feito o passeio antes e escolhemos a Rota A porque pareceu mais completa.
A vista no trem é incrível. Quem senta do lado direito consegue ver a vista mais bonita do rio Douro até pouco depois de Pinhão. Essa é a vista mais tradicional do Rio, com as encostas cobertas de vinhedos e algumas vilas bonitinhas.
Depois, a linha do trem favorece quem está do lado esquerdo. Aí, tem-se acesso à vista do Douro mais selvagem. Montanhas de pedra ficam fazem reflexo nas águas do rio.
A primeira parada do ônibus é o Museu do Côa. Côa é o nome de um dos afluentes do Douro. No Vale do Côa, encontram-se registros de habitação de cerca de 30 mil anos atrás. E estão preservadas, gravuras talhadas em pedra, que podem ser visitadas.
O Museu do Côa é bastante moderno e interativo para contar essa história. A visita guiada é com uma arqueóloga do museu, que conta bastante sobre pré-história e descobertas arqueológicas de uma forma didática e interessante.
Sem dúvidas, a visita ao museu é um dos pontos altos do passeio e dá muita vontade de voltar lá com tempo para fazer um dos trajetos pelos sítios arqueológicos.
Do terraço do museu fica uma das vistas do Douro mais bonitas que já vi.
A parada começa na cidade de Castelo Rodrigo, que foi o primeiro lugar onde de fato vimos amendoeiras em flor. O caminho até lá é cheio de campos de amêndoas mas infelizmente esse ano, as flores já haviam caído.
Ali, ficamos 1h30 horas para o almoço. Quem tinha reserva foi a um dos dois restaurantes da cidade, quem levou comida fez seu piquenique e nós encontramos um trailer para comer sandes de leitão.
Se der tempo, recomendo uma visita ao mercado municipal, que reúne alguns produtores locais e é um excelente lugar para comprar amêndoas e seus derivados doces e salgados.
Depois, seguimos para a Aldeia de Castelo Rodrigo, uma aldeia histórica de onde se vê o Vale do Douro e a Serra da Estrela. A vila é bem pequena, com casinhas de pedra e um castelo construído por volta de 1200.
Essas são duas paradas para ver a vista. O caminho até elas, passando pela região do Parque Natural do Douro Internacional já é bastante bonita. Vários campos de oliveiras, vinhedos e amendoeiras.
A vista de Barca D’Alva é da beira do rio, onde conseguimos ver a Espanha e Portugal numa mesma paisagem. A ponte da cidade é o último ponto onde é possível atravessar o Douro sem mudar de país.
Já Penedo Durão é um mirante panorâmico, de onde se vê o rio e uma de suas barragens, construídas para controlar o curso e evitar grandes enchentes no período de chuvas.
Foi no caminho até Penedo Durão onde tivemos a chance de encontrar um campo de amendoeiras que ainda estava florido.
Sim, é possível fazer esse passeio por conta própria, mas é necessário alugar um carro. Como é bastante distante do Porto, eu consideraria a opção de fazer uma viagem de dois ou três dias, acrescentando outros destinos do Douro e Trás-os-Montes no trajeto.
Para quem vai do Porto, basta seguir cerca de 200 km pela estrada A4 ou A25 até Vila Nova Foz Côa. Se você for fazer isso, recomendamos utilizar o buscador RentCars, que busca entre as principais locadoras e te ajuda a encontrar os melhores preços e condições de aluguel.
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Diversas vilas e aldeias do Douro Superior fazem festas das Amendoeiras em Flor entre o final de fevereiro e ao longo do mês de março. A programação da festa são barraquinhas de comida e shows, bem no estilo festa do interior.
Abaixo, os sites das Câmaras Municipais, onde são comunicados os calendários de festa:
As flores das amendoeiras são bastante famosas graças às pinturas de Van Gogh. O artista holandês pintou diversas versões de Almond Blossoms entre 1888 e 1890.
A planta floresce no final do inverno. A árvore fica toda coberta de flores, sem folha nenhuma. Por isso, é considerada um prenúncio da primavera e conhecida em Portugal como uma árvore romântica, que trás as primeiras flores do ano.
As amendoeiras em Portugal foram trazidas pelos árabes, no período da conquista. O norte de Portugal concentra a maior parte do amendoal do país, com com 16 mil hectares plantados e 67% da produção nacional de amêndoa.
A planta é nativa do Oriente Médio e há registros bastante antigos sobre sua existência, tanto na bíblia hebraica quanto na bíblia católica.
Há dois tipos de amendoeiras, as rosas e as brancas. A primeira produz a versão amarga da semente, que pode ser venenosa se comida pura e a segunda é das amêndoas doces, que comemos normalmente.
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