Eu sempre digo que não importa a quantidade de vezes que você viaje pela Itália, sempre vai ter alguma coisa diferente para ser vista. Quando minha mãe começou a organizar o roteiro para nossa viagem em outubro, minha única exigência era que fosse pelo sul da Itália. E foi assim que a Basilicata e Puglia entraram no nossa viagem.
Essa é a região do salto da bota que é o mapa do país. Uma região de montanhas, que sempre foi mais pobre, tem uma culinária muito típica e algumas das paisagens – sem exagero – mais incríveis que já visitei.
Matera vista do Belvedere
Neste post vou contar melhor como foi meu roteiro pelo Sul da Itália. Darei dicas de onde ficar, como se locomover e várias sugestões do que visitar. Se você também quiser conhecer a Campânia, um ótimo lugar para combinar o roteiro, pode conferir posts que já escrevi sobre a região:
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Costa Amalfitana: roteiro de viagem e guia de cidades
Onde ficar na Costa Amalfitana
A região de Puglia e Basilicata foi a última num roteiro que já havia passado por Roma e arredores e pela Costa Amalfitana. A cidade que escolhemos como base para explorar a região foi a milenar Matera, que é habitada há 7 mil anos, e suas residências em cavernas, chamadas sasso, que até hoje são utilizadas. A escolha por ficar em Matera foi muito boa, porque era o lugar que tínhamos mais interesse.
Usamos o tempo por lá para explorar bem, em um dia e meio, os Sassi Barisano e Caveoso e as igrejas, casas e cavernas.
No outro dia fomos para o Belvedere, com bela vista da cidade de dia e de noite, e o Parco della Murgia Materana, onde ficam algumas das cavernas mais antigas e também igrejas rupestres.
Alugamos um carro lá, o que nos levou a um bate-volta em Alberobello, cidade onde ficam as trulli, casinhas em formato de cone que dão um ar de cidade de bruxas ou gnomos. No mesmo dia também passamos na cidade vizinha, Locorotondo, que tem um centro histórico bem bonito, todo branco. Mas a chuva atrapalhou o passeio.
Os trulli de Alberobello
Locorotondo. Crédito: Tango7174 – Wikimedia/ GFDL
Para o outro bate-volta, ficamos na dúvida entre Bari, a capital da Puglia que fica no litoral e tem um belo centro histórico, ou Lecce, uma cidade barroca com palácios e igrejas. Acabamos escolhendo a primeira por conta da distância e acredito que foi uma boa decisão, porque Bari nos surpreendeu muito positivamente.
Em Bari fica o Aeroporto Palese, que facilita bastante o transporte de e para o resto da Itália. Há um ônibus que circula do aeroporto para outras cidades de Puglia e Basilicata, o PugliaAirbus. Foi o que fizemos para ir de Matera para Milão. Pegamos o ônibus que vai direto para o aeroporto e fizemos o voo Bari -> Milão pela Alitália. Custou 36 euros. Também há trens nacionais que chegam em Bari e Lecce, mas é bom conferir se o tempo de deslocamento e o preço da passagem compensam: o avião pode sair mais barato.
Para quem prefere transporte por terra ou quer chegar direto em Matera, uma alternativa é usar um serviço novo da Trenitalia, o Freccialink. Basicamente, é um minibus que faz o trajeto de Salerno a Matera (com parada em Potenza) que pode ser adquirido junto com alguma passagem de trem. Por exemplo, você pode fazer Roma -> Salerno -> Matera ou Nápoles -> Salerno -> Matera. É a forma mais rápida e confortável de chegar por terra.
Centro histórico de Bari
Mas tem um detalhe importante: se você, como aconteceu comigo, já estiver em Salerno e quiser comprar o Freccialink, vai precisar comprar uma passagem de trem de Nápoles para Salerno mesmo que não for utilizar. Isso porque os ônibus só são vendidos conjuntamente com a passagem de trem.
Se você vem de fora da Itália, saiba que Bari é uma importante ligação portuária entre o país e a Grécia, Croácia, Montenegro e Albânia e há opções de barcos e ferrys que fazem essas ligações.
Cidades como Matera e Alberobello simplesmente não têm transporte público disponível e mesmo táxi é difícil de encontrar. Ou seja, sem carro é bastante complicado se locomover. Para ir da estação de trem para o apartamento que alugamos tivemos que esperar o dono do apê aparecer e nos dar uma carona, porque o único táxi que apareceu queria nos cobrar 15 euros por um trajeto de 3 km.
Enfim, o aluguel de carro custou €18,25 por dia. Somando o seguro completo de 32 euros por dia (não é obrigatório, mas eu faço questão de fazer) e o combustível, que deu 27 euros no total, o aluguel saiu por 228 euros. Como éramos duas, isso deu uns 28 euros por pessoa, por dia.
Se resolver alugar um carro, recomendamos que faça a comparação na Rentcars, maior site do mercado, que compara os preços em dezenas de locadoras e está presente em mais de 60 países – assim você pode garantir valores abaixo dos oferecidos no balcão. A Rentcars é parceira do 360, então reservando por aqui você ainda ajuda o blog (e a gente agradece). ?
É bom conferir se o preço dos trens ou ônibus entre as cidades não sai mais caro que o aluguel do carro. Porque nem todos os trens entre as cidades de Puglia e Basilicata são da Trenitalia. Alguns, como entre Bari e Matera, são da ferrovia regional, a Appulo-Lucane.
Essa ferrovia também tem ônibus, assim como a Ferrovie del Sud-Est (FSE) e a SITA. Nos sites indicados nos links dá para consultar trajetos e horários.
Tem mais tempo para fazer esse roteiro pelo sul da Itália? Então segue aqui a minha sugestão de cidades nessa região e dicas de posts de colegas blogueiros que já estiveram por lá: um roteiro de 13 dias no Loucos por Viagem incluindo muitas praias; um roteiro de 12 dias por cidades feito pela Deyse, no Itália para Brasileiros. E mais uma viagem de uma semana no Eu ando pelo Mundo.
Vai viajar? O Seguro de Viagem é obrigatório em dezenas de países da Europa e pode ser exigido na hora da imigração. Além disso, é importante em qualquer viagem. Veja como conseguir o seguro com o melhor custo/benefício e garanta promoções.
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Oi luiza, tenho vontade de conhecer o sul da Itália, mas como estarei vindo da Croácia e não dirijo fica difícil esse roteiro, pois dependo do transporte público deslocamentos. Tens outra sugestão de roteiro com transporte público na região da "bota do mapa"? Obrigada
Oi Marlene, tudo bem?
Olha, é mais complicado. Eu sugiro que você fique hospedada numa das cidades maiores, assim terá mais opções de transporte público para se deslocar.
Quais cidades indica que possua praia?
Olá Senhorinha,
Eu não conheci nenhuma das praias. Por isso no final do post indico links para colegas blogueiros que tiveram experiências assim.
Oi Luiza! Muito obrigada pela citação! essa região é uma delicia ne? otimo 2017 pra vc! beijos
obrigada Luiza por indicar o meu texto! A Puglia é a região que mais amo viajar fora da Toscana... me sinto em casa, povo gentil, festeiro, alegre, comida simples e uma otima energia. abs
De nada Deyse! Eu gostei muito de lá e fiquei com vontade de voltar no verão.
Algumas fotografias parecem ter saído de um filme! Que lindo!
=D