A maior mentira que contam por aí é a de que fazer um roteiro pela Serra da Capivara, no Piauí, é um destino muito difícil de ser visitado. Eu acreditei nessa por anos, e com isso fui adiando a viagem. Não há voos para a região do Parque Nacional e por isso chegar ali envolve cinco horas de estrada, é verdade, mas nessa você ganha outros destinos para compor as férias. E vale a pena colocar a Serra da Capivara no roteiro de viagem, viu?!
Esse é o endereço da maior quantidade de sítios arqueológicos das Américas e um Patrimônio da Humanidade segundo a UNESCO. Não bastasse isso, as pesquisas feitas ali pela arqueóloga Niède Guidon (guarde esse nome) questionaram uma das mais importantes teorias do século 20 e deram outra resposta para uma pergunta difícil: afinal de contas, quando o ser humano pisou nas Américas? Segundo a Niède Guidon, já havia gente morando no Piauí há 110 mil anos.
Veja também:
• A história da Serra da Capivara e os verdadeiros descobridores do Brasil
• O que fazer em Petrolina e Juazeiro
• Enoturismo no Vale do São Francisco
Criado em 1979, o Parque Nacional Serra da Capivara ocupa a área de quatro municípios, sendo que os mais importantes – e onde os turistas ficam – são Coronel José Dias e São Raimundo Nonato.
Passarela no Boqueirão da Pedra Furada (Foto: Fellipe Abreu)
O Parque Nacional Serra da Capivara tem estrutura de dar inveja a praticamente qualquer outro por aí, mas poucos visitantes – são cerca de 25 mil por ano. Ao contrário do que o senso comum indica, esse não é um passeio apenas para os mais aventureiros e que afaste os sedentários.
Muitos dos 204 sítios arqueológicos abertos para visitação são facilmente acessíveis e envolvem caminhadas curtíssimas; outros são acessíveis até para idosos e cadeirantes. Quem busca aventura, porém, pode investir em trilhas de horas e que levam para sítios e mirantes mais afastados.
A entrada no parque já foi cobrada, mas no momento é de graça. Por outro lado, é obrigatória a contratação de um guia/condutor, uma medida importante para a conservação dos sítios e também para segurança dos próprios visitantes. E não adianta chegar numa das guaritas do parque sem guia e tentar contratar o serviço por lá – você precisa agendar antes. A diária sai por R$ 150, mas o valor é para grupos de até oito pessoas.
Nós fomos com a Eliete de Souza Silva (89 98126-1435, número de Whastapp), que tem um conhecimento gigantesco sobre a Serra da Capivara e dos sítios arqueológicos. Ela é formada em Ciências Naturais e participou de várias escavações com a Niède Guidon e sua equipe. Já combine, antes da viagem, quais sítios visitar e o roteiro pela Serra da Capivara que você gostaria de fazer, de acordo com seu perfil.
Se a Eliete não tiver disponibilidade ou se você quiser mais opções, o site do ICMBio tem uma lista com os contatos de todos os condutores credenciados.
Galeria do Museu da Natureza: (Foto: Fellipe Abreu)
Além dos gastos com o condutor, coloque no orçamento as diárias dos hotéis (de R$ 150 a R$ 200, no quarto duplo simples), o deslocamento até São Raimundo Nonato, seja de carro ou ônibus, e as refeições. Até mesmo pela falta de restaurantes mais elaborados, o custo com alimentação é baixo, sendo possível comer muito bem por algo entre R$ 20 e R$ 30 por refeição.
Os únicos passeios pagos são os dois museus, que valem muito o investimento: o Museu do Homem Americano, que fica em São Raimundo (R$ 15), e o Museu da Natureza (R$ 30), em Coronel José Dias. Também há uma taxa para fazer a visita noturna no Boqueirão da Pedra Furada – mas de dia, quando todo mundo vai, é de graça.
O gasto total do 360meridianos, numa viagem de cinco dias pela Serra da Capivara e para duas pessoas, foi:
Com isso, o custo total da viagem foi de R$3479, ou R$1739 por pessoa. Note que alguns valores diminuem se os grupos forem maiores, como o serviço de guia ou mesmo o aluguel do veículo. E lembre-se que esse valor não inclui os gastos nos dias de chegada e volta, seja em Petrolina ou em Teresina, e nem as passagens aéreas. Também não inclui bebidas alcoólicas, lembrancinhas ou programas noturnos – há muitas opções de forró pé de serra na região.
Protetor solar, repelente e calçados e roupas confortáveis, por mais que não seja necessário fazer trilhas longas para chegar em vários sítios. Vale levar também um boné ou chapéu, para se proteger do sol, que castiga. E tenha muita água e lanchinhos sempre com você, pois em sítios mais afastados não há opções para comprar comida. Por isso, leve uma mochila ou bolsa menor, para carregar os itens necessários para um dia de caça a pinturas rupestres.
Este texto faz parte do Origens BR, um projeto do 360meridianos que vai investigar a história – e a pré-história – do Brasil. Do período imediatamente anterior ao desembarque dos conquistadores até milhares de anos atrás. O Origens BR conta com o patrocínio da Seguros Promo e da Passagens Promo, empresas que tornaram essa investigação possível.
Não há um período do ano em que a viagem seja desaconselhada. A questão é só se você vai enfrentar pouco ou muito calor – e se há riscos de chuvas ocasionais te atrapalharem. O período de chuvas vai de novembro a abril, já a estação seca vai de maio a outubro. Nós estivemos lá no final de março e começo de abril e o clima estava ótimo. Enfrentamos uma ou outra chuva leve nos cinco dias que passamos lá, mas que não atrapalharam em nada.
Fique três ou quatro dias inteiros para conseguir ver as principais atrações com calma. Se tiver mais tempo, não tenha dúvidas: gaste por ali. Principalmente se você for o típico nerd, digo, fã de pinturas rupestres. Uns dias a mais também caem bem para os que gostam de programas mais aventureiros, como trilhas longas para acessar sítios mais distantes.
São Raimundo até tem aeroporto, mas não tem avião. Construído durante mais de uma década, o lugar foi inaugurado só em 2016. E por um curto período até recebeu voos comerciais, mas de aviões pequenos, para até nove passageiros. Não demorou para o voo ser cancelado e hoje a rota para a Serra da Capivara é necessariamente por terra.
Até poderia ser mais fácil, mas a falta de voos para São Raimundo Nonato passa longe de ser algo impeditivo. Basta voar para Petrolina (PE), que está a 300 km da Serra da Capivara. Há voos diretos para Petrolina a partir de Recife, Salvador e São Paulo – e que, se comprados com antecedência, têm preços interessantes.
Foi o que nós fizemos, mas porque na época a opção mais curta envolvia 40 km de estradas de terra. Por falar nisso, atenção para as pegadinhas do GPS se você quiser só asfalto, porque a rota não necessariamente é a que vai ser sugerida pelo sistema.
Nesse caso, deixe Petrolina pela BR 470, sentido Afrânio (119 km). O GPS pode sugerir que você entre à esquerda, sentido Queimada Nova, já em Afrânio, o que é um erro – esse caminho inclui um trecho de estrada de terra. Para evitar isso, passe Afrânio. Cerca de 10 km depois você vai ver uma placa indicando a divisa entre Pernambuco e o Piauí; mais 10 quilômetros e você chegará ao posto fiscal da comunidade de Pipocas. É nesse posto que você entra à esquerda, numa estrada que segue para Queimada Nova.
A partir desse ponto são mais 163 km até São João do Piauí. O problema é que são estradas estaduais (PI-459 e PI-465), o que quer dizer buracos. Quando nós fomos eram muitos. Há também uma quantidade enorme de animais na pista, principalmente bodes, cabras e vacas, então esse não é um trecho para percorrer rapidamente. Por tudo isso, também não é um trajeto que eu faria à noite.
Um pouco antes de São João do Piauí você voltará para uma BR e os buracos desaparecem – a quantidade de bichos na pista também diminui bastante. De São João do Piauí até São Raimundo Nonato são mais 99 km. Verifique se é necessário abastecer o carro antes de encarar essa parte da viagem, já que boa parte corta ao meio o Parque Nacional e não há postos no caminho. Espere gastar entre 5h30 e 6h em todo o deslocamento.
Imagem de drone da Serra da Capivara (Foto: Fellipe Abreu)
Deixe Petrolina pela BR 235, sentido Casa Nova, na Bahia. São 206 km até Remanso, outra cidade baiana. A partir dali são mais 95 km, pela BR-324. Evitei esse caminho após ler diversos relatos de que a estrada era muito ruim, mas as obras foram concluídas e hoje essa parece ser a melhor opção.
Também é possível ir para a Serra da Capivara a partir de Teresina, que está a 500 km de distância. Você perde Pernambuco e a Bahia, mas conhece a única capital nordestina que não está no litoral. Nesse caso a escolha de rota é simples: são 522 km pelas rodovias BR-343, PI-140 e BR-324, passando pela cidade de Floriano.
Você vai precisar de um carro para conhecer todos os sítios arquelógicos da Serra da Capivara, que estão distantes entre si. A boa notícia é que não é necessário ser 4×4, já que é possível chegar em São Raimundo Nonato por estradas asfaltadas. E, uma vez lá, os sítios mais importantes do parque também podem ser visitados usando carros de passeio.
Eu aluguei um carro em Petrolina e fui dirigindo. Essa é a opção mais cômoda – e provavelmente a mais barata, a não ser que você esteja viajando sozinho. Se optar por alugar um veículo, a dica é reservar com antecedência, já que os preços das locadoras sofrem alterações de oferta e demanda da mesma forma que as passagens aéreas. Nesse texto aqui nós explicamos como reservar um carro garantindo o melhor custo/benefício.
Não quer ou não pode dirigir? Sem problemas. Vários guias topam te levar aos sítios nos carros deles, o que aumenta o preço da diária em cerca de 30%, já incluindo o combustível. A rota de ônibus entre Petrolina e São Raimundo Nonato é feita pela Viação Gontijo – as passagens custam R$ 77. Só fique atento, porque há apenas uma saída diária (às 14h10, de Petrolina; e às 10h55, de São Raimundo Nonato).
Se ir de ônibus tem desafios de logística e deve diminuir seu tempo útil na Serra da Capivara, já que você não pode sair e chegar na hora que quiser, a vantagem é incluir mais uma cidade no roteiro. Basta, para isso, comprar as passagens aéreas separadas ou para múltiplos destinos: ida por Petrolina e volta por Teresina (ou o contrário). A viagem entre a Serra da Capivara e Teresina é feita pelas empresas Líder, Transpiauí e Expresso Princesa do Sul e custa R$ 100 – são três ônibus diários.
7 dias – A grande vantagem de descer em Petrolina é o 3 em 1: você investe numa viagem para o Piauí, onde está a Serra da Capivara, e ganha uns dias também em Pernambuco e na Bahia. Essa é uma região recheada de vinícolas – oi, enoturismo – plantações de frutas, praias e ilhas. É que Petrolina, mesmo no meio do sertão, está no Vale do Rio São Francisco. Do outro lado do rio, cruzando uma ponte curta, já é Juazeiro, na Bahia.
Petrolina e Juazeiro – e o Rio São Francisco (Foto: Fellipe Abreu)
Já no Parque Nacional os sítios se dividem em quatro regiões: Serra Vermelha, Serra Talhada, Serra Branca e a Serra da Capivara. O parque funciona todos os dias, de 06h às 18h. O nosso roteiro pela Serra da Capivara ficou assim:
Vinícola Terranova, na Bahia e pertinho de Petrolina (Foto: Fellipe Abreu)
É impossível ver todos os sítios arqueológicos da Serra da Capivara. Para decidir quais visitar, converse com a pessoa que guiará você, explicando quais os interesses e o perfil dos viajantes – assim vocês vão determinar os sítios que são mais interessantes e que cabem no roteiro pela Serra da Capivara. Há alguns lugares, porém, que estão naquela categoria dos que não podem faltar.
Esse é o sítio mais famoso, primeiro pela quantidade absurda de pinturas num mesmo lugar: são mais de mil, todas protegidas por um enorme paredão que há milhares de anos era cercado por duas cachoeiras. Ali estão algumas das pinturas mais famosas da Serra da Capivara, como os dois veados, que são símbolos do parque, e a cena do beijo. “O parque tem duas tradições de pinturas. A nordeste, que está sempre representando movimento, data de 12 mil a 6 mil anos. E a tradição agreste, que representa figuras humanas, tem pinturas que datam de 10 mil a 3500 anos”, explica a Eliete de Souza Silva, que nos guiou pelo parque.
Pinturas no Boqueirão da Pedra Furada: Foto: Fellipe Abreu
E a polêmica que o Boqueirão da Pedra Furada representa é outro ponto que torna esse sítio obrigatório no roteiro pela Serra da Capivara. É que começaram ali os estudos que contestam a Teoria de Clóvis, que diz que as Américas foram ocupadas pelo homem em algum momento entre 13 mil e 17 mil anos atrás, pelo Estreito de Bering e durante a última glaciação.
No Boqueirão da Pedra Furada a arqueóloga Niède Guidon encontrou provas de presença humana que datavam, num primeiro momento, de 26 mil anos. Muito contestados, sobretudo por pesquisadores norte-americanos, os resultados foram mais tarde confirmados por outros estudiosos – e datações ainda mais impressionantes foram encontradas nos anos seguintes. A polêmica, no entanto, está longe de acabar.
Cena do Beijo (Foto: Fellipe Abreu)
O Boqueirão da Pedra Furada tem ótima estrutura turística, com uma passarela que permite ver os desenhos de pertinho e um quiosque que vende lanches diversos. É também o único sítio que permite visita à noite. Para isso, é preciso agendar (converse com seu guia). Uma taxa de R$ 50 é cobrada para ligar a iluminação noturna, mas esse valor é dividido entre todas as pessoas que fizerem a visita. Se aparecer só você, a conta é toda sua.
O Boqueirão da Pedra Furada é onde as pinturas estão num paredão. Já a Pedra Furada em si fica ali pertinho. Mesmo sem pinturas rupestres, esse é o principal cartão-postal da Serra da Capivara. Ali foi montado uma espécie de teatro ao ar livre e que recebe alguns eventos.
Pinturas rupestres, uma vista belíssima da Serra Vermelha e o espetáculo do pôr do sol. Perto do fim do dia, centenas de andorinhas mergulham em alta velocidade para as cavernas do cânion, produzindo uma cena linda – o barulho é impressionante. É possível fazer uma trilha pela caatinga e visitar outros sítios nos arredores, mas o destaque por ali é mesmo se sentar e curtir o pôr do sol. E as andorinhas.
Área do Baixão das Andorinhas (Foto: Fellipe Abreu)
Até meados do século 20, o Piauí viveu o Ciclo da Maniçoba, uma árvore da caatinga e que pode ser usada na extração de borracha. Os maniçobeiros passavam semanas vivendo em tocas – abrigos construídos junto a paredões naturais – e extraindo borracha. Em muitas dessas tocas existiam pinturas rupestres, como na Toca de Extrema 2. Outras que valem a visita são a Toca do Vento, a Toca do Veado, a Toca do João Arsena e a Toca do Pica-Pau. Cenas de caça e de guerra são comuns na arte rupestre de Serra Branca.
Uma das tocas dos maniçobeiros (Foto: Fellipe Abreu)
Chama atenção pela beleza: há milhares de anos, um grande rio passava por ali, formado o cenário encontrado hoje. Foi o primeiro sítio escavado pela Niède Guidon, ainda nos anos 1970. “Aqui ela encontrou dois sepultamentos em fossa, sendo que um data de 7 mil anos e outro de 8500 anos. Tem pinturas da tradição nordeste, que representam o cotidiano desse grupo”, explica a Eliete. Destaque para a pintura de um veado-galheiro, animal que não existe na caatinga. “Mas tem só 10 mil anos que essa região se tornou semiárida”, completa ela.
Pintura na Toca do Paraguaio (Foto: Fellipe Abreu)
A Toca do Paraguaio faz parte do Desfiladeiro da Capivara, que tem outros pontos altos, como a Toca Nova da Estrada, a Toca da Entrada do Pajaú, a Toca do Barro, a Toca do Inferno e a Toca da Entrada do Baixão da Vaca.
Um museu extraordinário no meio da caatinga. Com grande acervo e muita tecnologia e interação, esse é o tipo de museu que poderia estar em qualquer capital do mundo. E ainda bem que não está, assim tudo que é encontrado na Serra da Capivara acha um lugar nas comunidades do entorno do parque. “A exposição mostra como era região, que um dia já foi mar, fala de todo o movimento tectônico, das diferentes épocas climáticas”, explica Niède Guidon. Ali estão os ossos de animais da megafauna que foram escavados da Serra da Capivara, de tatus e preguiças gigantes até as presas de um tigre-dentes-de-sabre. Funciona de quarta a segunda, das 13h às 18h.
Museu da Natureza (Foto: Fellipe Abreu)
O primeiro museu da Serra da Capivara, também incrível. Se no Museu da Natureza o foco é a história, a fauna e a flora da região, o Museu do Homem Americano guarda o crânio de Zuzu, um dos mais antigos encontrados no Brasil, com 10 mil anos, além de múmias e ossadas de diferentes períodos. Como o nome indica, esse é o local para aprender sobre os primeiros seres humanos que andaram no território brasileiro e saber mais sobre a arte rupestre do Parque Nacional.
Crânio de Zuzu, Museu do Homem Americano (Foto: Fellipe Abreu)
Criada por inciativa da Fundação do Homem Americano, co-administradora do parque junto com o ICMBio, a Cerâmica Serra da Capivara hoje emprega 31 pessoas da região e produz sete mil peças por mês. É o melhor local para comprar lembrancinhas. Também funciona como pousada e oferece um almoço muito bom.
São trilhas para vários perfis de viajantes, que passam por sítios pré-históricos e históricos. Ali ficam a Toca da Invenção, a Toca da Pedra Caída e a Toca da Ema do Sítio do Brás. Não tivemos tempo de fazer essa trilha. “O visitante mais aventureiro pode ainda subir por uma escada em uma fenda da rocha para chegar ao topo da chapada”, explica a Fundação do Homem Americano.
Os sítios em destaque por ali são o Baixão das Mulheres I e II, a Roça do Clóvis e a Toca dos Coqueiros. Ali foi encontrado um esqueleto que hoje está no Museu do Homem Americano.
Os dois veados, duas figuras humanas se beijando e uma cena de caça ao tatu
Em Petrolina nos hospedamos na Orla Guest House, que tem boa localização e excelente custo/benefício. Outra opção por ali, a melhor da cidade, é o Nobile Suites del Rio. Também dá para ficar em Juazeiro, mas Petrolina me pareceu uma escolha melhor. Em todo caso, de uma cidade pra outra dá pra ir a pé – é só cruzar a ponte.
Já na Serra da Capivara a dúvida inicial também é sobre em qual cidade ficar: São Raimundo Nonato, onde estão a maior parte dos poucos hotéis da região, ou Coronel José Dias, que tem opções de hospedagem mais próximas ao parque.
Optamos por São Raimundo Nonato – ficamos no Hotel Serra da Capivara, que está na beira da rodovia e a uns 10 minutos de caminhada do centro da cidade. Tem estacionamento amplo e piscina, mas anda precisando de uma grande reforma. O Hotel Real, mais perto do centrinho, parece ser uma alternativa melhor, tanto na localização quanto no conforto.
Se optar por ficar numa zona mais rural, em Coronel José Dias, o Albergue Serra da Capivara é excelente. Apesar do nome, tem quartos privativos.
7 dias – Não pode ou não quer alugar um carro? Aproveite a oportunidade: nesse caso, minha sugestão é que você compre passagens aéreas separadas ou de múltiplos destinos, chegando por Petrolina e voltando por Teresina. Esse roteiro pela Serra da Capivara seria idêntico ao anterior, mas você substitui um dos dias em Petrolina por um em Teresina.
Detalhe do Boqueirão da Pedra Furada (Foto: Fellipe Abreu)
Em Teresina, boas opções de hospedagem (para todos os bolsos) são o Sacada Center Hostel, o Jockey Class Hotel, o Portofino Hotel Prime, o Lis Hotel e o Metropolitan Hotel.
Nesse caso vale a pena incluir outros atrativos do Piauí, como o Parque Nacional Serra das Confusões, que fica pertinho da Serra da Capivara (110 km) – há até um corredor ecológico entre eles, já que os animais circulam de um local para outro. Outra alternativa é o Parque Nacional Sete Cidades (700 km da Serra da Capivara e 215 km de Teresina).
E quem tiver ainda mais tempo pode esticar até o litoral, encerrando a viagem pelo Piauí no Delta do Paranaíba (340 km de Teresina). Além de um local lindíssimo, esse é o endereço em que, segundo a Niède Guidón, há 110 mil anos os primeiros seres humanos desembarcaram no Brasil, vindos da África, e de lá seguiram até o interior do Piauí.
Jornalismo de qualidade tem um custo – e isso é sempre um desafio, ainda mais para um veículo independente como o 360meridianos. É por isso que agradecemos, e muito, aos patrocinadores da série Origens BR: a Seguros Promo e a Passagens Promo. Duas empresas que auxiliam viajantes em busca das férias perfeitas e que investem na cultura e no conhecimento. Vamos conhecer mais o Brasil?
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Oie Rafa!
Estive na Serra da Capivara agorinha agorinha (rs) no final de Outubro/2023, e primeiro, este seu post me ajudou muito com o nosso roteiro :)
Trago algumas informações:
Começamos por Petrolina, e ficamos três dias: visitamos a Ana das Carrancas, o Museu do Sertão, a orla, a Oficina do Artesão Mestre Quincas, vimos o por do sol no monte do serrote, o passeio na represa de Sobradinho e visita em uma vinícola, e comer em vários dos restaurantes maravilhosos <3 .
Depois disso, fomos de carro alugado (de passeio, comum), até São Raimundo Nonato, passando por Remanso (Novo). A estrada está ótima na BA (antiga, mas em boas condições no geral) e no PI (recapeamento e sinalização horizontal recente - em alguns trechos, até mesmo sem sinalização): o trecho saindo de Petrolina é só buraco. A questão dos bichos na estrada continua, e eu particularmente prefiro seguir conforme a sua recomendação: vá devagar, tenha atenção e evite dirigir à noite. Mesmo entre São Raimundo, Sítio do Mocó e Caracol, a estrada está em ótimas condições.
Ficamos no Sítio do Mocó, uma comunidade que fica perto de uma das entradas do parque, mas a 25km de São Raimundo (inclusive, já é outra cidade, Coronel José Dias). A nossa hospedagem também servia janta: podem preparar a janta ou um lanche, só confirmar antes.
Conseguimos que a Eliete (além da sorte na agenda) também nos guiasse - que maravilha. Falei para ela que tinha pego o contato aqui no 360 ;)
No total, ficamos 5 dias na serra da Capivara e 2 em Caracol - um dia para os Canions do Viana (é possível via Caracol - é mais longe, mas factível, sempre com 4x4 -, mas Bom Jesus é a cidade mais perto) e outro pro Parque Nacional da Serra das Confusões. Jadiel, o guia que nos acompanhou por lá foi indicado pela Eliete, é ótimo e foi maravilhoso ouvir suas histórias.
No retorno, visitamos Juazeiro e seu Museu do São Francisco, e passeamos um pouco por sua orla.
Que viagem sensacional... mesmo estando muito quente, pegamos muita seca e algumas queimadas, que lugar, que pessoas. Um dia, quem sabe, volto, para fazer as trilhas mais compridas, e (será?) novas pinturas descobertas/liberadas para o público.
De novo, obrigada por este post para me mostrar que visitar a Serra da Capivara é possível!
(Se alguém quiser outro pitaco: se puderem ir com um carro de passeio mais alto, melhor. As estradas dentro do parque são de terra/areia/cascalho/pedra em boas condições no geral, mas em alguns pontos, eu acabei ralando tanto o parachoque dianteiro nas valetas, quanto alguns pontos na lateral mais baixa do carro ao passar por pedras)
O trecho de terra já está todo asfaltado. Tivemos o prazer de descobrir agora que estamos aqui. (Janeiro de 2020)
Isso vai facilitar muito a viagem, Nadezhda!
O trecho que liga Petrolina a São Raimundo Nonato, via Casa Nova e Remanso , está totalmente asfaltado. Recomendo muita atenção na estrada pois há muitos animais que a cruzam: jegues, bodes, cabras e cabrito. Cuidado com eles e com você mesmo?
Obrigado pelo informação, Dulce!
Excelentes roteiros e dicas! Parabéns! Gostaria muito de ir conhecer e suas dicas deixam essa oportunidade mais próxima.
Fico feliz que gostou, Livia.
Abraço!
Boa tarde! Tive informações de que o trecho por Remanso já está asfaltado. Foi inaugurado em out/19.
Ouvi dizer isso também, Loanda. Com seu relato já são dois! Vou conferir!
Que ótimo isso, encurta bem a viagem.
Ficou super completo o post mesmo, parabéns!
O Piauí está na lista de destinos para ir e as dicas aqui vão ajudar muito!
Obrigado, Guta!
Abração.
Excelentes dicas! Aproveitamos todas. A guia Aliete é maravilhosa, uma grande amante da Natureza . Nota 10!
Abraço e obrigado pelo comentário, Angélica.
Ótimo!
Unica pergunta: o q acha de uma mulher sozinha fazer esse roteiro alugando um carro?
Muito terra sem lei?
Obrigada
Oi, Ju.
Não, indo durante o dia me pareceu tranquilo. E no parque você obrigatoriamente estará com guia.
Abraço!
Parabéns pela matéria!!O parque Presisa de mais informações.e essa matéria ficou excelente
Obs:próximo a entrada principal do PARQUE NACIONAL SERRA DA CAPIVARA também tem uma pousada e restaurante trilha da capivara q fica pertinho da pousada vc vê os paredões da serra da capivara ,pra quem procura tranquilidade ,fácil acesso @pousada_trilha_capivara
Obrigado pelas dicas... já conheço a Serra da Capivara e Petrolina, mas em viagens realizadas décadas atrás...
É uma região incrível, né, José?
Abraço.