Algumas coisas na vida são difíceis de descrever. A arquitetura do Temple Expiatori de la Sagrada Família, ou apenas Sagrada Família, para os íntimos, é uma delas. Sem dúvidas o canto mais famoso da cidade catalã, a igreja idealizada pelo arquiteto Antoni Gaudí conquistou espaço ao lado dos outros grandes ícones do turismo europeu, como a Torre Eiffel, o Big Ben e o Muro de Berlim. E esse prestígio todo veio mesmo antes da Sagrada Família ser concluída. Gaudí morreu em 1926, aos 73 anos, atropelado por um bonde, e jamais viu sua obra-prima terminada. E sabe-se lá se nós um dia a veremos.
É que, embora a construção tenha começado lááá em 1882, o fim das obras está a perder de vista. Existem previsões de que ela estará prontinha por volta de 2026 (144 anos depois!), mas as datas ainda são incertas e já foram adiadas inúmeras vezes, pois dependem de doações e de estudos aprofundados para que a igreja saia bem do jeito que o mestre gostaria.
Quando concluída, a Sagrada Família será a igreja católica mais alta do mundo, com 18 torres que representam cada um dos apóstolos, os quatro evangelistas, Maria e Jesus. No entanto, mesmo com torres e detalhes faltando e tapumes e redes de proteção embaçando a vista, a visita à Sagrada Família de Barcelona ainda é uma experiência única.
Os detalhes, cores e contornos se destacam contra o céu da cidade e impressionam mesmo quem passa de longe. Quem resolve dedicar umas horinhas para conhecer o interior, então, provavelmente sai de lá pensando que essa é a igreja mais diferente que já viu na vida.
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As três fachadas, que representam a Natividade, a Paixão e a Glória, e o interior da Igreja, amplo e cavernoso, exibem passagens bíblicas e ensinamentos cristãos. A forte presença de elementos que representam a natureza e a cultura catalã, marcas registradas de Gaudí, ajuda a formar a aparência peculiar da construção.
O interessante é que, apesar de ser toda diferentona e original, a igreja foi construída em cima de um projeto neogótico que era tocado por outros dois arquitetos. Quando assumiu a obra, Gaudí logo viu a cabeça borbulhar de ideias e idealizou algo completamente inovador.
Ele passou 40 anos trabalhando na igreja e chegou a construir uma casinha para si ao lado dela, tamanha era sua dedicação. Com o passar dos anos e do lento avanço das obras, ele se conformou que jamais veria seu projeto pronto. “Não há que lamentar que eu não possa terminar o templo. Ficarei velho, mas outros virão detrás de mim. O que há que conservar sempre é o espírito da obra, mas sua vida deve depender das gerações que lhe transmitam e com as que a vivam e a encarnem”, disse ele uma vez. Coitado, só acho que ele não pensou que partiria de forma tão trágica.
Quando morreu, a continuidade da obra ficou ameaçada. Nessa altura, apenas a fachada da Natividade – a parte frontal da igreja – estava concluída e ele não deixou muitos esboços e planos de seu trabalho, uma vez que seu estilo era improvisar conforme a construção avançasse.
Quando a Guerra Civil Espanhola estourou e os poucos desenhos e esboços dele foram destruídos num ataque, a situação se tornou mais complicada. Ai, só restaram duas alternativas: deixar a Igreja do jeito que ela estava ou criar um novo projeto que fosse fiel aos princípios e ideias de Gaudí. A construção ficou parada nesse período e só foi retomada em 1944. Nesse link aqui você pode ver como a Sagrada Família vai ficar quando for concluída.
Carrer de Mallorca, 401. Metrô: Sagrada Família.
A Sagrada Família é o monumento mais visitado da Espanha, chegando a receber até 10 mil pessoas por dia em alta temporada. Por isso, um pouco de planejamento é importante se você pretende evitar filas quilométricas. Quando eu fui, passei cerca de uma hora em uma fila que dava volta em torno das grades da Igreja. Uma boa maneira de evitar esse tipo de problema é comprando os tickets antecipadamente pela internet. É possível comprar seu ingresso nesse site.
O ingresso avulso para a basílica e para as torres, sem guia, comprado na hora, custa 19.50 euros. Já o tour guiado (torres inclusas) custa 35 euros. Mas, de acordo com a minha mãe, que subiu, não vale tanto a pena subir pelo preço pago, pois as janelas são pequenas e não dá para ver a vista direito. Aqui a gente tem um post sobre os melhores lugares para ver Barcelona do alto.
Se você decidir ir sem guia, recomendo que leia um pouco sobre a história e a simbologia da igreja antes, para que a visita seja mais rica. É que cada um dos elementos internos e externos tem uma história para contar.
A Sagrada Família está aberta todos os dias. Funciona das 9h às 18 entre novembro e fevereiro; das 9h às 20h de abril a setembro e das 9h às 19h em outubro e março. As torres fecham 30 minutos antes do horário de encerramento.
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A Sagrada Família é linda! Um dos lugares mais bonitos que visitamos na Espanha. Passeio imperdível para quem estiver indo para lá. Subimos em uma das torres e valeu muito a pena.
Belo post. Matei as saudades! A Sagrada Família me surpreendeu, pois não esperava muito do templo. Ruim é comer las redondezas, já q há mst restaurantes comerciais. Aqui (https://casinhacolorida-simone.blogspot.com.br/2014/10/onde-comer-antes-ou-depois-da-visita.html?m=1) dou a dica de 3 excelentes lugares. Abs!
Obrigada pela contribuição, Simone!