Urban Kitchen: aula de culinária peruana em Lima

Uma discreta porta de vidro marca o número 285 da Avenida Javier Prado Oeste, em Lima, no Peru. Localizado ao lado de uma lanchonete e não muito longe de uma unidade do KFC, a famosa rede de fast-food de frango frito, esse endereço também envolve comida, mas num estilo completamente diferente: é ali que funciona o Urban Kitchen, empresa especialista em cozinha participativa.

Em outras palavras, esse é um endereço em que você pode aprender alguma coisa sobre cozinha, colocar os ensinamentos na prática e comer bem – a refeição que você mesmo ajudou a preparar. Quem comanda o Urban Kitchen é o chef Ignacio Barrios, um peruano formado em Administração de Empresas que resolveu largar sua área de atuação para trás, seguiu para o Velho Continente e passou a se dedicar à culinária.

Veja também: As delícias da culinária peruana

O que fazer em Lima, no Peru

Onde ficar em Lima, no Peru

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Na Europa, Ignacio trabalhou em restaurantes como o Wild Honey, estrelado pelo Michelin, e no Daylesford Organic, além de acumular mais de dois anos de experiência no Astrid y Gastón, em Madrid. Cinco anos depois, Ignacio voltou ao Peru e resolveu levar para o país as aulas de cozinha participativa, que são comuns na Europa, mas até então eram novidade no país sul-americano.

Chegamos ao Urban Kitchen, fomos recepcionados com uma cerveja (ou pisco, para os que preferiram) e começamos a conversar. Essa é uma das características da experiência: além de aprender, a ideia é que todos os envolvidos tenham um momento divertido juntos. E não é preciso saber cozinhar para participar da aula. Eu mesmo não sabia muito o que fazer por ali, o que tornou a experiência ainda mais interessante – você sente que ajudou a fazer um almoço inesquecível.

O Urban Kitchen conta com dois ambientes. O primeiro, logo do outro lado da porta de vidro, é uma cozinha moderna e pronta para receber até 14 alunos de uma só vez, além do chef e seus ajudantes. Atrás da cozinha fica uma mesa enorme, que será o local para mais conversa e muita comida, depois que os pratos feitos durante a aula ficarem prontos.

Toda a experiência dura entre 2h e 2h30. E poderia durar mais: quem quiser pode ter uma aula ainda mais completa e ir ao mercado, com uma lista de compras, para ajudar a escolher quais produtos serão levados à mesa.

Com tempo contado, quando chegamos ao Urban Kitchen as compras já tinham sido feitas. Depois de lavar as mãos, colocar o avental e descobrir quais pratos peruanos faríamos naquela manhã, começamos a cozinhar. A ideia é a descrita no primeiro parágrafo: cozinha participativa. Todo mundo tem uma função, que é dada pelo chef. Começamos cortando cebolas, pimentas e preparando a causa rellena, um prato típico peruano feito com batata amarela prensada.

Outros alunos foram responsáveis por cortar o peixe para o ceviche e alguns se dedicaram a preparar o lomo saltado, sempre com supervisão (e ajuda) da equipe da escola. Ninguém é responsável por tudo – exceto, claro, o Ignacio Barrios. Mas não dá para ficar parado, já que assim que termina uma função, o cheff passa outra para o visitante.

Duas cervejas e cerca de uma hora e meia depois, fomos para a mesa e aguardamos a refeição que tínhamos ajudado a fazer. E, olha, estava incrível. Eu, que nem gosto tanto assim de ceviche, repeti o prato algumas vezes. O problema foi não ter deixado espaço para o lomo saltado, de longe o melhor daquele almoço.

Serviço: aula de culinária no Urban Kitchen

O preço da experiência varia de acordo com a aula que você escolher – são mais de 40 opções, com preços entre 100 e 300 soles, dependendo do prato que será cozinhado, de quantas pessoas vão participar, etc. Você pode aprender a fazer ceviches, lomo saltado, paella, massas ou até pratos das culinárias japonesa, francesa, espanhola ou mexicana, só para citar algumas opções.

Além do Ignacio, cerca de 20 chefs se revezam na cozinha, desde parceiros frequentes a presenças ocasionais, que usam a estrutura da escola para dar cursos. A duração média de cada aula é de duas horas e meia, mas alguns passam disso. A aula em grupo, que foi a que eu fiz, precisa ter entre 8 e 14 pessoas. Informações, datas e reservas no site oficial.

*O 360meridianos viajou ao Peru a convite do Submarino Viagens e da PromPerú

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

Ver Comentários

    • Eu não fiz a reserva pelo site, Patrícia. Mas pelo que vi é possível fazer online. Não aceitam cartão de crédito?

      Abraço.

  • Oi Chef estou aqui no peru em lima onde vim a procura de conhecer e aprender a culinária Nikkei peruana, queria muito encontrar e saber o endereço para visita, obrigado Ronaldo ribeiro

    • Oi, Ronaldo. O cheff do restaurante não lê essa página (acho). Eu, que escrevi, sou apenas um jornalista que foi lá e gostou da experiência.

      Abraço.

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Rafael Sette Câmara

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