Como viajar barato com o dólar em alta

O dólar chegou na casa dos R$ 5 há uns meses e não parece ter data para voltar atrás. Com isso, muita gente se pergunta: Devo cancelar a viagem já marcada para as férias? Qual destino escolher nessa situação? E como fazer para viajar barato?

Como eu recebo uma parte do meu dinheiro em reais e pago minhas contas em euros (que também está pela hora da morte), acho que já desenvolvi uma boa estratégia para sobreviver a moedas caras. Por isso, vou compartilhar com vocês e tentar responder às dúvidas mais comuns.

1. Dólar ou Euro, em qual moeda sofrer?

Eu tenho tantas dúvidas

A diferença entre o Euro e o Dólar diminui a cada dia e muita gente, na hora de marcar as férias, se pergunta qual a melhor opção de destino. Bem, para começar, não vamos nos esquecer que a Europa é um continente e, por isso, depende do país que você pretende visitar.

Se quiser conhecer algum país barato na Zona do Euro, a minha indicação é Portugal. Por lá, um viajante econômico consegue gastar uns 50 euros por dia, sem estresse. Outros países muito baratos são aqueles do leste, que não usam o euro, como República Tcheca, Hungria e Romênia. Aliás, é para o Leste Europeu que eu vou nas minhas férias de verão.

Porém, uma coisa a se levar em consideração é que o cartão de crédito usa o dólar nas conversões. Se você paga alguma coisa em euro, o cartão converte para dólar e depois para reais. Ou seja, se você for pagar coisas com o crédito, os euros ficam ainda mais caros que os dólares. Além disso, as passagens para os Estados Unidos são mais baratas que para a Europa. Então, isso pesa na balança na hora da decisão.

2. O que faço para viajar barato?

Ora bolas, não precisa cancelar a viagem! Minha família veio me visitar uma vez no inverno europeu e elas conseguiram economizar e até sobrou dinheiro no final. Mas como?

Primeiro, um bom planejamento: com antecedência, pesquisamos os hotéis e apartamentos com melhor custo-benefício. Eu continuei acompanhando o preço desses hotéis ao longo do tempo e, em Roma, rolou uma promoção que me fez cancelar a reserva anterior e fazer uma nova. Ou seja, reservar pelo Booking na categoria “cancelamento grátis” e ficar de olho na “Oferta Esperta“, mesmo depois da reserva, faz diferença.

Além disso, todos os trechos de transporte interno foram comprados com bastante antecedência para garantir uma maior economia. Por exemplo, pagamos somente 9 euros por pessoa no trecho Roma-Nápoles, porque eu coloquei um alerta na minha agenda para lembrar o dia que a passagem abriria para a venda (o dia mais barato). Todas essas dicas nós já demos em algum momento aqui no blog. Se você quer economizar mesmo, vai ter que fazer um planejamento cuidadoso.

Além disso, o seu comportamento durante a viagem também influencia: não comer em lugares caros, usar transporte público e, principalmente, não fazer muitas compras. Todo mundo fala que quem não converte, não se diverte. Mas, sinceramente, em tempos de dólar alto, quem não converte fica endividado.

Definitivamente agora não é o melhor momento para fazer uma viagem de compras em Miami. Se você colocar na ponta do lápis, as coisas que compensavam comprar no exterior com o dólar baixo não compensam mais tanto assim.

3. Economize na hospedagem

Depois da passagem, a hospedagem é, de longe, o que mais pesa nos orçamentos de viagem. Imagine então se você pudesse cortar esse item da lista? Além de opções como o Couchsurfing, que já foi muito popular entre mochileiros mas deu uma esfriada nos últimos anos, um tipo de experiência que está muito em alta é o work exchange.

Nessa modalidade de viagem, que se assemelha a um intercâmbio de curta duração, os viajantes desempenham alguma atividade que se encaixa no seu perfil em troca de hospedagem gratuita e outros benefícios. Além do clássico trabalho em hostels, há diversas outras possibilidades que ajudam os viajantes a aprenderem ou contribuírem com novas habilidades. Há opções de trabalho comunitário, em fazendas orgânicas, ligados ao meio ambiente, que proporcionam aprendizado de línguas, em escolas e ONGS, por exemplo.

Nesse caso, sugerimos o WorldPackers, empresa brasileira que conta com suporte 24h em português. Além disso, os programas do Worldpackers costumam ser mais flexíveis, se adaptando a viagens de diferentes durações e programações e inclui um seguro que garante uma troca de experiência caso não seja exatamente aquilo que você combinou.

Você trabalha quatro horas por dia, mais as folgas. A membresia no site é paga (49 dólares para uma pessoa ou 59 dólares para um casal ou dois amigos), mas o valor é anual e você pode participar de quantas oportunidades quiser nesse período (e fica bem mais barato que pagar a hospedagem) e é bem mais em conta que em outros programas de voluntariado.

Além disso, leitores do blog têm desconto de 10 dólares na membresia, basta aplicar o cupom de desconto 360MERIDIANOS. Clique aqui para conhecer os programas da Worldpackers!

4. Considere outros destinos. Sério.

Se eu pudesse mudar suas ideias…

Essa dica TODO mundo dá, afinal ela é relevante. Existem países que não usam dólares ou euros. Existem países em que o real é uma moeda bem mais forte. Ou seja, é dica cliché, mas é excelente: planeje uma viagem sensacional pelo Brasil, crie um roteiro foda pela América Latina, vá se aventurar em algum canto da África ou descubra os incríveis países do sudeste asiático. Enfim, gente, CRIATIVIDADE. O mundo é muito mais que os destinos tradicionais. E muito mais barato também, mesmo que a passagem custe mais caro, eventualmente.

5. Em que momento devo comprar euros ou dólares?

Dizem os especialistas que desde já. Que o ideal é você ir fazendo uma reserva da moeda ao longo do tempo, mesmo sem viagem marcada. Mas se você já está com uma viagem marcada e ainda não comprou, comece agora. Vá comprando aos poucos, em vez de esperar as moedas ficarem mais baratas. Isso pode não acontecer. E pior, a cotação pode subir. Temos um post só sobre os métodos de levar dinheiro pro exterior. Dá uma olhada lá e veja qual é melhor para você.

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Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

Ver Comentários

  • To indo pro Sudeste Asiático (Tailandia, Laos, Camboja, Vietnã, Mianmar) por 3 meses e calculando uns mil dólares por mês. Vocês já foram pra lá? Acham que dá?

  • Luiza, não sei se vc pode me ajudar.

    Estou indo pra Bolívia, Chile e Peru em setembro e estava pensando em levar doláres para trocar por lá, será que com essa alta (eu ainda não comprei) seria melhor levar em reais mesmo? O que você acha?

    Obrigada desdes já, seus textos sempre me ajudam muito, pretendo comprar o livro "Como viajar por um ano", pois estou juntando dinhiero pra fazer isso em 2017!

    Bjs

    • Oi Camila,

      Eu não levaria dólares, não. O que eu costumo fazer em viagens assim é desbloquear o meu cartão de débito brasileiro para uso no exterior e sacar lá no país que você estiver, diretamente na moeda deles. Claro, não é aconselhável levar só uma forma de dinheiro, então eu levaria o resto em reais, já que o dólar está impossível de comprar.

      Abraço e tenho certeza que vc vai gostar do livro!

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Luiza Antunes

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