Vinícola Torres: passeio de um dia a partir de Barcelona

Quando Jaime Torres entrou no navio e partiu para Cuba, em 1855, talvez ele não imaginasse que voltaria para casa. Só que o espanhol foi tão bem sucedido em Cuba que em 1870 ele voltou para a terra natal pronto para inciar um negócio milionário e que dura até hoje: a Vinícola Torres, a maior da Espanha e uma das maiores do mundo.

Embora a sede da empresa seja na Catalunha, numa viagem curta a partir de Barcelona, a Vinícola Torres tem bodegas em várias partes da Espanha e também no Chile e nos Estados Unidos. Em 2014, a marca espanhola superou a tradicional Concha Y Toro, do Chile, no prêmio World’s Most Admired Wine Brand, ficando em primeiro lugar no torneio que define quais as marcas de vinho mais fodonas do planeta.

Veja também: Onde ficar em Barcelona

Já deu para perceber que estamos falando de uma vinícola de grande porte, certo? Uma vinícola até hoje familiar, comandada pela quinta geração dos Torres, mas também uma empresa importante para economia da Espanha, frequentemente visitada por reis espanhóis e diariamente presente em casas ao redor de todo o planeta.

Tudo isso é muito bom, interessante, mas agora a informação que ajudará você, caro viajante: assim como outras vinícolas do mundo, é possível visitar a sede da Torres, numa viagem rápida de bate-volta a partir de Barcelona. A Bodega fica em Penedès, uma região histórica da Catalunha repleta de vinícolas e que fica a 65 quilômetros de Barcelona.

Chegamos lá de tranfer e nos deparamos com uma excursão de escola – na Europa até crianças aprendem sobre o processo de produção de vinhos. O primeiro passo foi assistir a um vídeo que conta a história da vinícola. Depois, entramos numa espécie de trenzinho elétrico e seguimos viagem.

Aí o roteiro é igual ao de qualquer visita a vinícolas mundo afora: você vai ver parreiras, uvas, vai aprender sobre o processo inteiro e verá os barris, que sempre rendem boas fotos. Isso, claro, depende um pouco da época do ano – a melhor época é durante a vindima, a colheita das uvas. Esse período exato varia, mas costuma ser entre o final do outono e o verão.

O veículo entra num túnel, dentro da bodega. Um lugar escuro, de onde é possível ver os barris de vinho através de vidros. Ali ocorrem projeções de cinema nas paredes do depósito, que mostram como é a produção do vinho ao longo do ano.

Saímos do túnel. A visita ainda conta com um museu que guarda a história da vinícola. São ferramentas, quadros, fotos e outros objetos.

Por fim, chegou a minha hora preferida: a degustação de vinhos. No nosso caso foram apenas vinhos mesmo, já que nosso grupo iria almoçar na vinícola, mas em alguns casos esse momento pode ser acompanhado por queijos. A melhor combinação que existe.

Eu assumo que não entendo de vinhos – sei que gosto, mas nada além disso. Por outro lado, nessa altura da vida já entendo um pouquinho de visitas guiadas a vinícolas. Já fiz passeios assim dezenas de vezes, em vários continentes. E garanto que no geral esses passeios são muito parecidos.

Se você já visitou a Concha Y Toro, em Santiago, talvez a vinícola mais conhecida por brasileiros, provavelmente terá uma experiência parecida na Torres. Mas isso não é ruim, afinal é sempre bom dar uma pausa na rotina turística para tomar e falar de bons vinhos.

Informações práticas: Vinícola Torres

O valor do tour varia. O nosso foi uma versão diferente, feita para a imprensa, mas que não foge muito do padrão, que custa 8,50 euros. A reserva deve ser feita no site oficial. O tour dura 1h45 e o transporte de Barcelona até a vinícola é por sua conta. Também é possível combinar o tour básico com uma aula de harmonização de quatro vinhos e quatro queijos, que sai por 19 euros. Detalhes aqui.

Para chegar lá, siga pela rodovia AP7, pegando as saídas 28 ou 30, 50 quilômetros ao sul de Barcelona. O Centro de Visitantes da Vinícola Torres fica em Finca el Maset, s/n – 08796 – Pacs del Penedès. Também é possível ir de trem. Para isso, compre um ticket para Vilafranca del Penedès. De lá, pegue um táxi para a vinícola, que está a três quilômetros da estação.

O blogueiro viajou a convite da TAM e da agência de Turismo da Catalunha

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

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