Visita à Casa de Anne Frank, em Amsterdam

Um desavisado dificilmente acertaria o motivo pelo qual, diariamente, uma enorme fila se forma em frente à fachada de vidro moderna de uma construção na rua Prinsengracht, no centro de Amsterdam. Mas foi ali, em um esconderijo construído no interior desse prédio, que uma garota judia escreveu um diário que se tornaria uma das publicações mais importantes do século 20.

Anne Frank tinha 13 anos quando sua família se mudou para um anexo secreto atrás da fábrica de extrato de frutas que, antes das restrições impostas pelos nazistas, pertencia a seu pai. Para lá, ela levou apenas as roupas que conseguiu vestir – já que eles não poderiam ser vistos carregando malas pela rua – e o diário que havia ganhado de presente de aniversário.

Durante a estadia ali, Anne e sua irmã Margot tentavam viver a vida mais normal que podiam. Anne continuava a ler e a escrever, duas de suas atividades favoritas. Margot se inscreveu em um curso por correspondência utilizando o endereço da fábrica e o nome da uma das funcionárias que ajudavam os fugitivos.

Após um tempo, outra família de judeus se mudou para lá e a convivência fez com que Anne acabasse se apaixonando por Peter, o garoto de 16 anos que inicialmente ela não suportava. O sótão do anexo secreto foi o cenário do primeiro beijo de Anne, que relatou em seu diário essa e outras descobertas da adolescência juntamente com a brutal rotina do cativeiro.

O anexo dos Frank permaneceu secreto até 4 de agosto de 1944, quando, guiados por uma denúncia anônima, oficiais alemães invadiram o local e enviaram os moradores para campos de concentração nazistas. Depois de passarem por prisões e campos de transição, Anne e Margot foram parar em Auschwitz, onde morreram de tifo pouco antes do fim da guerra. O pai foi o único sobrevivente da família e responsável pela publicação das memórias da filha.

Os visitantes do museu têm acesso a uma exposição sobre o nazismo na Holanda e a vida da família Frank, mas o mais interessante é a visita aos três andares do apartamento, que conta com três cômodos pequenos; um banheiro; uma cômodo amplo que servia de cozinha e sala e um sótão. A porta para o anexo, localizada no andar superior da antiga fábrica, ainda hoje é camuflada com uma estante de livros.

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Mais do que conhecer o anexo secreto de Anne, os visitantes têm a oportunidade de entender um pouco do medo, da esperança e das dificuldades enfrentadas por todos os perseguidos que passaram por situações semelhantes na Europa da Segunda Guerra Mundial. Além dos cômodos, o museu possui uma emocionante mostra de vídeos e fotografia, cartazes que reproduzem frases escritas por Anne e os originais do diário.

Eu amo ler e estudar a história do Nazismo e da Segunda Guerra e, sempre que posso, visito museus e monumentos sobre o período. A Casa de Anne Frank foi, sem dúvida, um dos que mais me emocionou, talvez por misturar a inocência e as descobertas de uma criança com a dura realidade da época.

Serviço: Como visitar a Casa de Anne Frank

Como chegar: Rua Prinsengracht 263-267, fica a 20 minutos de caminhada da estação central. Pegue os trams 13, 14 e 17 ou os ônibus 170, 172 e 174. O nome da parada em que você deve descer é  Westermarkt.

Quanto custa: A entrada custa 10 euros (4,5 para menores de idade) e não está incluída no IAmsterdam Card. Para reservar online e evitar filas, clique aqui. Veja também nosso post sobre os museus de Amsterdam.

Fotos e vídeos são proibidos nas dependências do museu.

Tour guiado pela Casa de Anne Frank

Se você quiser acrescentar ainda mais conhecimento à sua experiência, pode contratar um tour guiado pela Casa de Anne Frank. O passeio, que começa às 17h, inclui antes um panorama pela Amsterdam judaica e da Segunda Guerra Mundial. Depois de conhecer um pouco do contexto histórico da cidade na época, os participantes são levados para a Casa de Anne Frank (às 18h15), onde terminam a visita.

Além do conhecimento dos guias, outra vantagem do tour é que você vai evitar filas para entrar na casa e vai fazer a visita em um horário menos movimentado. Essa também é uma alternativa se os ingressos para a Casa estiverem esgotados na data da sua visita, pois a entrada é garantida para os participantes do tour. As reservas podem ser feitas pelo site da Ticket Bar  e você ainda ajuda o 360meridianos a continuar produzindo conteúdo independente e de qualidade, já que somos comissionados por cada compra. Os ingressos não precisam ser impressos, podem ser apresentados no seu celular. O tour é em português.

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Natália Becattini

Sou jornalista, escritora e nômade. Viajo o mundo contando histórias e provando cervejas locais desde 2010. Além do 360meridianos, também falo de viagens na newsletter Migraciones e no Youtube. Vem trocar uma ideia comigo no Instagram. Você encontra tudo isso e mais um pouco no meu Site Oficial.

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Natália Becattini

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