White Mountains, neve e esqui nos Estados Unidos

Você já ouviu falar nas Montanhas Brancas (ou White Mountains)? Quando planeja uma viagem para os Estados Unidos, pensa em incluí-las no trajeto? Se não, saiba que muitos outros brasileiros pensaram. E centenas de norte-americanos também. A Floresta Nacional das Montanhas Brancas (White Mountains National Forest) é um parque nacional nos Estados Unidos, localizado principalmente no estado de New Hampshire – e um pedaço no Maine – que fica no norte da costa leste do país. A cadeia de montanhas faz parte dos montes Apalaches e possui diversas estações de esqui, além de trilhas, belezas naturais e um monte de atrações, principalmente para famílias ou grupos de amigos (mas também é legal para casais buscando viagens românticas).

Eu estive lá no inverno de 2008-2009, enquanto fazia intercâmbio em Lincoln, uma das cidades turísticas do circuito das montanhas. Apesar do meu trabalho exaustivo no McDonalds, nos dias de folga eu aproveitava para conhecer um pouco mais a região.

O primeiro grande atrativo das White Mountains é a proximidade com Boston, a cerca de duas horas; e Nova York, cerca de cinco horas. Ou seja, é possível dar uma escapadinha da visita às grandes cidades e conhecer um lugar lindo ou se aventurar esquiando. A região tem um sem fim de hotéis e resorts de todos os preços e opções de conforto. Também tem vários restaurantes e opções de pubs para quem quer se divertir durante as noites (eu ia escondida e entrava pelos fundos, porque não tinha 21 anos. Clandestinidade, a gente vê por aqui).

O que não falta nas White Mountains são estações de esqui. Attitash, Bretton Woods, Waterville Valley, Wildcat, Cannon e Loon são algumas delas. Além de fazer esqui e snowboarding, as estações também oferecem atividades como cross-country skiing, snow tubing e snowmobile. É uma região onde neva muito, então você não corre o risco de chegar lá e não ter neve para brincar.

Eu frequentava a Loon Moutain, que é a estação de esqui de Lincoln. Lá tem a maior gôndola de New Hampshire, com uma vista linda. Foi o lugar que mais gostei de esquiar até hoje (fui também no Chile e na Nova Zelândia). O motivo é exatamente a beleza da vista. Como a estação fica em uma floresta nacional, as pistas em geral são circundadas por árvores e eles organizam a decida de forma a parecer que você está dando voltas pela montanha, ao invés de descer direto e reto. Eu só fui nas pistas fáceis, para iniciantes e famílias – sempre tive muita assistência do pessoal da montanha. Achei as pistas bem sinalizadas (no Chile eu não conseguia distinguir a pista verde da azul, por exemplo).

Bretton Woods é outra estação que é muito em recomendada, uma amiga trabalhava lá, mas eu não fui esquiar. É lá que fica o Monte Washington, o pico mais alto da região. Aliás, se o nome Bretton Woods te soa familiar, não estranhe. Foi lá que ocorreram as conferências de Bretton Woods, em 1944, no hotel Mont Washington: essa conferência, resumidamente, reuniu 44 países para definir regras para relações comerciais e financeiras entre os países mais industrializados do mundo – com isso foi criado o FMI e o BIRD. Então, para quem curte história ou economia, ainda é um passeio cultural.

E quanto custa esquiar por lá? O passe do lift, verificado em janeiro de 2013, custa entre 60 e 80 dólares para adultos. Comprando passes para mais de um dia tem desconto. O aluguel do equipamento fora da montanha é sempre mais barato. Em Lincoln, as grandes lojas de aluguel deixavam sempre cupons de desconto no McDonalds, por isso é bom dar uma olhada. Também existem várias lojas pequenas, no caminho da cidade para a montanha, que além do aluguel, vendem roupas (novas ou de segunda mão) a ótimos preços. E se você for pequeno ou magro, vale muito a pena dar uma olhada na seção infantil, onde tudo é MUITO mais barato – minhas calças de esqui novas custaram cerca de 10 dólares, na época. Para ir de Lincoln até a montanha tinha um ônibus grátis.

White Mountains além do esqui ou fora do inverno

As estações do ano na região das White Mountains são muito certinhas, então as atrações seguem esse calendário e programas de verão e primavera não estarão abertos durante o inverno, assim como algumas atrações naturais também podem estar fechadas por conta da neve.

Além de esquiar, há várias coisas para fazer por lá. Dizem que a época mais bonita é o outono, por volta de setembro e outubro. E a época mais cheia (de americanos) é o verão, por conta dos parques temáticos e atrações familiares.

Existem três opções de passeios de trem pelas montanhas e seus belos cenários, o Conway Scenic Railroad, Mount Washington Cog Railway e o Hobo Railroad. A última, na época de natal realiza um “Expresso Polar” noturno – as crianças e os pais vão de pijamas e o passeio tem uma temática natalina. Outra programação para crianças durante o natal é o Santa’s Village, que é um parque temático natalino, com direito a carrossel de renas.

Para quem tem interesse em caminhadas pela natureza, o Flume Gorge é uma opção excelente. É um desfiladeiro natural impressionante, com cachoeiras e piscinas naturais pelo caminho. Ele está localizado dentro de um parque estadual onde ficava o Old Man of the Mountain, uma figura de pedra, cravada naturalmente na montanha, que é o emblema de New Hampshire. As pedras desmoronaram em 2003, mas ainda tem um memorial sobre a formação rochosa. Por ali também ficam dois lagos, o Echo Lake e o Profile Lake. Quem quiser chegar na região de Cable Car, pode pegar o Cannon Aerial Tramway, que oferece vistas até do Canadá!

Uma opção legal, em outro ponto das montanhas, é Lost River, uma região formada na Era Glacial, com muros de pedras, cavernas e cascatas. E o Polar Caves Park também oferece passeios por cavernas e trilhas, além de ter museus e exibição de animais. Já para quem quer curtir parques temáticos, há algumas alternativas: Six Gun City & Fort Splash, Story Land e Whale’s Tale Water Park.

Como chegar e como se locomover por lá

Os pontos turisticos ficam em cidades diferentes, mas próximas umas das outras. Você pode escolher só um lugar que queira conhecer e ficar por lá, ou circular entre as cidades. Um atrativo para circular são as estradas, que fazem parte do passeio, como a The Kancamagus Highway, que vai de Lincoln a North Cornway. É conhecida como “Scenic Drive”, por causa da beleza da vista ao redor. O ideal seria alugar um carro e rodar pela região. O veículo também é de grande utilidade para quem vai esquiar e quer evitar carregar os equipamentos até o ponto de ônibus.

Para chegar lá, saindo de outros estados, só é possível de carro ou de ônibus. As distâncias são curtas. Porém, as opções de horários de ônibus, saindo de Boston ou Nova York, são poucas. De Boston, o ônibus sai do aeroporto. De Nova York é preciso pegar um ônibus até Concord ou Manchester, em New Hampshire, e de lá pegar um outro ônibus para uma das cidades menores – mas é importante ficar atento aos horários disponíveis. Quem puder alugar carro, sai barato e é definitivamente mais prático.

Atenção: Não é uma boa ideia viajar para os Estados Unidos sem um seguro de saúde internacional, já que os custos hospitalares lá são altíssimos. Leia aqui como achar um seguro com bom custo/benefício (e com desconto!)

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Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

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