O Que Fazer em Dresden: Roteiro de 1 ou 2 dias

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A primeira coisa que você precisa entender se for passear por Dresden, seja como bate-volta ou algumas noites, é que a cidade é dividida em duas partes, cortada pelo rio Elba. De um lado fica a “cidade velha”, ou Altstadt, onde estão os imponentes prédios de arquitetura clássica, os museus, palácios e muito mais. Apesar desse ser o lado “velho” da cidade, de velho ele não tem muita coisa além das lembranças.

Essa parte de Dresden foi completamente destruída no final da Segunda Guerra Mundial, quando os ingleses bombardearam tudo, causando destruição e incêndios que colocaram todas as construções no chão (para quem lê em inglês, recomendo esse relato de um homem que tinha doze anos na época e viveu tudo isso). O que você encontra lá são restaurações e reconstruções, feitas nos anos 1980 e 1990, com partes que ainda estão em processo de obras.

Do outro lado fica Neustadt, ou “cidade nova”. Já contei aqui no blog o quanto eu gostei dessa região e como tem uma história para lá de interessante, que luta e resiste à gentrificação. As diferenças entre a cidade nova e a velha são impressionantes, você cruza o rio e se sente em outro lugar.

Quantos dias ficar em Dresden?

Dresden é uma opção de bate-volta para quem está em Berlim: a viagem de trem leva 1h50. Porém, quem faz um bate-volta por Dresden acaba se concentrando na região onde as atrações turísticas principais ficam, que é o lado velho.

Talvez seja por isso que meu guia chamou Altstadt de “Disneyland”. Eu perguntei por quê, e ele explicou: são vários prédios lindos construídos para turistas, tem aquela aura imponente, mágica e ninguém mora lá de verdade.

Eu recomendo que você passe pelo menos uma noite e dois dias inteiros. Eu, que fiz exatamente isso, digo que ainda teria ficado mais, já que amei o clima festivo e moderno de Neustadt e não consegui ver todos os museus de Altstadt.

Veja ideias de roteiro pela Alemanha de 7 a 15 dias, incluindo Dresden!

O que fazer em Dresden, na Alemanha

Abaixo, listamos as principais atrações turísticas de Dresden para você colocar no seu roteiro de viagem.

Zinger-o-que-fazer-em-dresden

Zwinger é um palácio que abriga três museus em seus prédios e tem o pátio/jardim aberto para qualquer um que quiser ir lá ficar embasbacado com a beleza da área, que costumava ser o local de festas do chiques e famosos do século 18. A construção é um exemplo de arquitetura barroca.

Eu visitei a Galeria Alte Meister, ou galeria dos grandes mestres, que tem centenas de obras incríveis, o mais famoso deles, a Madona Sistina, do Rafael. Por lá também ficam o salão de Matemática e Física e a Coleção de Porcelanas. Cheque o site oficial para tickets e horário de funcionamento.

Palácio-o-que-fazer-em-dresden

O Residenzschloss é o Palácio Real de Dresden. Foi casa dos reis da Saxônia até 1918. O resto das coisas ao seu redor foi reduzido a cinzas no final da Segunda Guerra e só foram reconstruídas depois da queda do muro.

A visita é um pouco complicada de entender, já que são quatro museus dentro do palácio. Eu fui apenas ao Neues Grünes Gewölbe, que tem uma coleção de joias e pequenas esculturas interessante. Também existe outra ala de joias, mais antiga, o Historisches Grünes Gewölbe, mas a entrada é só com hora marcada. O palácio ainda está passando por reformas. Informações práticas sobre preços e horários no site oficial.

Outros museus em Dresden

Existem vários museus em Dresden e a cidade se orgulha desse seu perfil artístico/cultural. Tem o Albertinum, com uma enorme galeria de esculturas; o Japanisches Palais, um museu etnográfico; o Lipsiusbau, com exibições temporárias de arte moderna; Jägerhof, de arte folclórica; o Museu da Higiene, um museu sobre o ser humano; e o Museu do Transporte, sobre carros, aviões, trens, etc.

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A Semperoper é a ópera de Dresden, um dos prédios mais famosos da cidade, que fica na praça Theaterplatz e já foi palco para grandes artistas. O mapa que eu usei para explorar a cidade (disponível aqui) conta que a Ópera foi construída em 1841 e destruída num incêndio quatro semanas depois. Reconstruída em 1878, bombardeada em 1945 e só foi restaurada em 1985.

É possível fazer um tour pela Ópera, mas a maioria deles é em alemão. Também dá para assistir uma peça, que, claro, é bem cara, a não ser que você tope ficar num lugar com má visibilidade ou consiga barganhar um bom preço negociando o valor pouco tempo antes do show.

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Essa igreja, também conhecida como Igreja da Nossa Senhora, é um dos pontos mais importantes de Dresden. Ela fica numa praça chamada Neumarkt  e só foi reconstruída em 1990. A entrada na Igreja é grátis, mas é preciso pagar para subir na torre e ter acesso à vista panorâmica da cidade. Se o dia estiver bonito, vale a pena!

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Porém, se você quiser pagar menos (a subida à torre da Frauenkirche custa 8 euros)  para ter basicamente a mesma vista, é só subir a Kreuzkirche (só 3 euros, descobri depois), uma torre de 54 metros de altura, construída em 1897 e que sobreviveu ao bombardeio.

Tem outra igreja na região turística de Altstadt, a Hofkirche, que é a Catedral de Dresden. Por fora é enorme e imponente, com arquitetura gótica. Por dentro, a construção é menos interessante, porém, o órgão ainda é o mesmo do século 18, cuidadosamente restaurado.

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Eu dei a sorte de entrar lá na hora que o instrumento estava sendo tocado e fiquei uns bons 10 minutos embasbacada com os sons. A entrada é gratuita.

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O Bruhlsche Terrasse é um terraço construído no alto do antigo muro da cidade, de frente para o rio Elba. O poeta Goethe o apelidou de “Terraço da Europa”. Só estive lá durante o dia e já achei a vista maravilhosa. Dizem que à noite é ainda mais bonito, com a iluminação dos prédios.

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Ah, além do terraço, nas duas margens do rio existem grandes áreas verdes onde a população passa o tempo, anda de bicicleta ou faz piquenique. É bem agradável em dias de sol.

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O Furztenzug é um muro gigantesco, considerado o maior mosaico do mundo, com 23 mil quadrados de porcelana de Meissen (fábrica mega tradicional que fica nos arredores da cidade). As figuras no mosaico são os reis e lordes Saxônios do período entre 1127 a 1904. Por sorte, o muro sobreviveu às bombas.

Neustadt em Dresden playground

Como eu já dediquei um post inteirinho à “Cidade Nova”, que recomendo que você leia para entender a história da República colorida de Neustadt. Sou da opinião que essa é a área da cidade para se hospedar, ou, no mínimo, jantar e esticar a noite num dos 160 bares espalhados na área de 1,1 km.

Dentre todas as atrações dessa região, que incluem lojas diferentes e muita arte de rua, a mais emblemática é a Kunsthofpassage, uma travessa entre as ruas Görlitzer Straße e Alauntraße, criada por arquitetos e designers, com temas diferentes para cada pátio.

Kunsthof Neustadt em Dresden

Dicas de hospedagem em Dresden

Eu me hospedei em Dresden num apartamento do Hostel Lollis Homestay. O albergue conta com quartos privativos e dormitórios. Dali é possível tranquilamente caminhar por toda a cidade, inclusive para a parte velha, além de estar rodeado dos bares de Neustadt. O quarto duplo custa a partir de 48 euros e o dormitório sai por 15 euros.

Ainda em Neustadt você pode conferir:

Se você preferir ficar no centro histórico mesmo, apesar de ser bem mais caro, existem algumas opções com bom custo/benefício. Por exemplo:

*Essa viagem foi feita a convite da campanha #YoungDresden

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Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

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15 comments

Achei excelentes as dicas do site. Vou pegar como referência. Muito bem organizado, de leitura agradável e informações precisas sem demasia. Muito bom mesmo!!!

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Oi Luíza, pra quem está indo para alemanha pela primeira vez e tem intenção de visitar Berlim, munique, frankfurt, bamberg e rota romântica, você acha indispensável conhecer Dresden?

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desculpe a “correção’zinha”
não é ZINGER mas ZWINGER

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Está muito massa suas dicas para Dresden, Luiza!
Já comentei no post de Neustadt!;-)
Preciso ir no verão, pq a pegada invernal de lá não oferece tantas maravilhas…rssss
Meu marido é da região e nosso primeiro jantar romântico foi em Neustadt <3
Amo desde então!
Obrigada por suas dicas sempre superincríveis!!!

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Olá, Luísa. Pretendo ir a Dresden no final de setembro. Você conhece alguém e poderia indicar um guia para me acompanhar e que fale portugês (BRA).
Agradeço!

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Dresden é uma graça!! Estive lá em janeiro de 2011 quando estudava em Berlin. Fiquei de quinta a domingo e no último dia peguei um trem (30min) até Meißen, cidadezinha fofura do séc X, com direito a castelo no alto da colina, muralhas e tudo mais de medieval que você quiser!!

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Que fotos lindas, Luíza! Gostei muito de conhecer o local através do seu post. Vai entrar na lista de desejos. hehehe
Abraços

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Amo Dresden e adorando os posts gerados pelo #YoungDresden.. Obrigado por citar os posts da Martinha lá na Viajoteca

Abs

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Luiza, brigaduuu pela citação do Turo 🙂

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