5 pratos típicos da comida mineira
Não é que seja impossível achar um bom pão de queijo fora de Minas Gerais. Só é muito mais difícil – e mais caro. Mas a comida mineira, que, sem modéstia, é uma das melhores do Brasil, vai muito além disso. Basta eu passar alguns dias longe do estado para voltar para casa morrendo de saudades. É saudade do tropeiro, do frango com quiabo, do angu, da couve e de todos os ingredientes e pratos típicos da culinária mineira.
Nesse post, você descobre não só uma lista com as comidas típicas de Minas Gerais, mas também as receitas para essas deliciosas comidas mineiras.
Se você vai passar por Belo Horizonte, já fica a dica: corra para o Mercado Central, que reúne a maior quantidade de pratos típicos de Minas por metro quadrado. Do Casa Cheia aos pratos feitos do Restaurante do Jorge Americano, do fígado com jiló dos bares aos queijos e doce de leite das lojas do mercado – não faltam boas opções por lá.
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Neste texto, listo alguns dos meus pratos favoritos da comida mineira. E não fecha a cara. Eu sei que tudo parece muito gordo, eu sei que tem coisa que parece esquisita. Mas você precisa testar para saber se gosta, né?
Eu sei que o feijão tropeiro é comum também em Goiás e em partes do estado de São Paulo, até pela origem histórica do prato, ligada aos tropeiros, mas é Minas Gerais que ele chama de casa. Feijão misturado com farinha de mandioca, torresmo, linguiça, bacon, cebola e temperos em geral, tudo com um ovo frito (de gema mole!) por cima, embora tem que prefira as versões com ovo cozido. Também pode ser acompanhado por um bife, em geral de porco. Olha, pode até ter comida mais saudável, mas é difícil ter coisa melhor, viu. Veja a receita aqui.
Prato mineiro por excelência, o tropeiro é tão tradicional que está presente até nos estádios de futebol: vá ao Mineirão ou ao Independência com fome. Chegue um pouco pouco antes do jogo e peça um tropeiro num dos bares ao redor do estádio – custa cerca de R$ 10. E vai matar sua fome.
Tropeiro de um dos bares ao redor do Independência
O tropeiro é vendido há décadas também dentro do Mineirão, comida de arquibancada mesmo, mas após a reforma e a gourmetização dos estádios brasileiros, o tropeiro chegou a ficar de fora do menu. Depois, foi liberado, mas sem ovo frito. A pressão foi tanta que o tropeiro, com ovo, logo voltou ao cardápio.
Frango, quiabo e angu – tá aí outro almoço que não consigo recusar. Essencial ao prato, o quiabo é uma herança da culinária africana, mas a receita também teve influência indígena e portuguesa. É tradição em Minas Gerais desde o século 19 e logo migrou para as mesas das famílias ricas, assim como ocorreu com mais comidas brasileiras. O angu, outra iguaria de origem africana, completa a refeição. Veja a receita do frango com quiabo e angu aqui.
Não faltam opções de frango com quiabo no Mercado Central. Outro lugar onde o prato é tradição é o Maria das Tranças, restaurante tradicionalíssimo de BH. Se passar por lá, aproveite para provar também os pastéis de angu. Ou o prato a seguir.
Meu avô materno adorava frango ao molho pardo. Ele, Juscelino Kubitschek e mais um monte de gente, famosos ou não, mineiros ou não. O endereço mais famoso do Frango ao Molho Pardo em BH é o Maria das Tranças, que garante fazer o melhor do Brasil, mas o prato está presente em muitas mesas mineiras.
Foto: Divulgação/Maria das Tranças
O prato tem origem portuguesa e chegou ao Brasil no século 16. Por conta disso, há variantes da receita espalhadas pelo mundo, sempre em lugares onde ocorreu colonização portuguesa – existe um prato parecido até em Macau, na China, e no nordeste brasileiro é servido a Galinha à cabidela, que tem suas semelhanças.
Em geral, a ave é abatida na hora – ou pouco antes da refeição – e o sangue é coletado e guardado numa vasilha. Sangue? Sim. E não feche a boca, porque é estranho, mas o o sabor é ótimo. Junto com um copo de vinagre, o sangue é cozinhado por meia hora e depois usado, com outros temperos, como molho. Veja a receita aqui.
Angu, couve, farinha de ovos na manteiga e quiabo são alguns dos acompanhamentos mais tradicionais.
Eu sei que o arroz com pequi é muito comum no Centro-Oeste. Por falar nisso, se tem outro estado com culinária incrível e cheia de semelhanças com a mineira, esse estado é Goiás. Vai para lá? Prepare-se para comer bem. E muito.
Dito isso, é inegável que o arroz com pequi também faz parte do dia a dia dos lares mineiros, em especial no norte do estado. O pequi, fruto muito comum no cerrado, é consumido cozido, junto com arroz e frango. O fruto, amarelo, tem gosto peculiar e não agrada certos paladares.
Gostou? Ótimo, mas tome cuidado, pois o caroço do pequi é cheio de espinhos e o fruto precisa ser comido com cautela – nada de cravar os dentes. Não são raros os casos de gente que, sem saber disso, dá uma baita mordida no pequi e acaba com a boca cheia de espinhos. Receita aqui.
Descobri escrevendo este texto que existe uma coisa chamada mexido à mineira – que é basicamente qualquer mexido comido pelas bandas de cá, o que torna a expressão redundante. Mas beleza, tudo bem, não vamos polemizar: o que importa é que é bom.
Só que o prato muitas vezes vai além da lógica “junta tudo que sobrou de outras refeições e joga na panela”, que sim, não deixa também de ser verdadeira. Em Minas, o mexido não só está presente nas mesas das famílias, mas é frequente nos cardápios de bares e restaurantes. O do Casa Cheia, que tem unidade no Mercado Central e na Savassi, é imperdível. Outro famoso na noite belo-horizontina é o Mexidão do Chopp da Fábrica.
Foto: Divulgação/ Chopp da Fábrica
Os ingredientes são os mesmos, aqueles que são quase onipresentes nos pratos listados neste texto: arroz, couve, ovo, linguiça, torresmo, carne de boi, alho, cebola e um pouco de feijão, tudo junto e misturado. Eu apoiaria se tivesse jiló também, mas tem gente que diz que aí vira bagunça. Receita aqui.
Inicialmente consumido por operários, justamente por ser um prato barato, logo ele virou a iguaria máxima do Mercado Central de Belo Horizonte – o figado com jiló é consumido aos montes em todos os botecos do lugar. Os comensais, geralmente em pé, dividem o fígado acebolado e saboreiam o jiló enquanto tomam cerveja ou uma cachacinha.
Eu sei, você vai dizer que fígado é ruim e que jiló é comida de passarinho. Muita gente já me disse isso. Eu já disse isso – e odiei jiló por anos. Até que comecei a frequentar o Mercado Central e, olha só, me apaixonei pelo prato. Receita aqui, mas o melhor mesmo é ir ao Mercado para conhecer o original.
Por falar em pratos típicos de Belo Horizonte, faço um parenteses para destacar também o Kaol, desenvolvido pelo tradicional Café Palhares, que funciona há mais de três décadas no centro da cidade. A primeira letra é para cachaça ( sim, com K) e as seguintes são para arroz, ovo e linguiça. Além disso, hoje a receita leva também couve e torresmo.
Eu sei, faltou falar do tutu, da costelinha, da vaca atolada, do leitão, mas não quero causar uma overdose gastronômica em ninguém, então encerro a lista como toda boa refeição: com a sobremesa. Doce de leite para ninguém reclamar, goiabada com queijo, doce de abóbora, de queijo, ambrosia e as mais diversas geleias. Tem tudo isso no Mercado Central, então corre para lá.
Por falar nisso, fica aqui outra dica de restaurante para conhecer em BH: tem tempo (e lugar no estômago) de sobra? Dá uma passadinha no Xapuri, que fica na Pampulha. Você não vai se arrepender.
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Ver Comentários
Ótimos pratos. Sou de Minas e vou fazer uma janta para uns amigos paulistas. Vamos ver no que dá ne? UAI sô....
Depois conta se eles gostaram, Niva.
Abraço.
Sou mineirá de interior , amo ser mineira . Cozinhar é o que mais gosto ! Modéstia a parte nossa cozinha é maravilhosa .
Fato, falou é disse.
É mesmo, Célia!
Abraço e obrigado pelo comentário.
Gostaria de fazer no meu almoço de casamento comida mineira;O que você me indica?
Oi, Márcia. Difícil, hein. Depende do que você gosta :)
Minha família é de Minas Gerais, mais moro no Rio de Janeiro, adoro a comida mineira.Frango com quiabo é uma delícia,angu e outras comidas que são uma delícia.
Também acho, Lucia!
Abraço.
Não sou de Minas Gerais mais amo Belo Horizonte, sou do Estado do Pará aqui tbm tem muitas comidas típicas deliciosas um dia venham apreciar...Bom meu noivo é de Betim-MG e já fui várias vezes a BH nossa amo a culinária mineira,me apaixonei por tudo pão de queijo divino, queijos maravilhosos, arroz com pequi eu comi e amei, tropeiro meu Deus q delicia em fim os doces então nem se fala eu trouxes todos kkkk aqui pra o Pará e olha q aqui no Pará os doces de cupuaçu são divinos rsrsr...amo agora BH pois futuramente pretendo morar em Betim se Deus quiser....bjs
Oi, Maria. Eu conheço o Pará! A culinária daí é muito boa mesmo!
E que bom que você gosta de BH e da comida mineira.
Abraço.
Olha eu acho pode ser que tô enganado, a moela e o figuinho de galinha, porque eu tenho um restaurante e a cozinheira faz sabe com caldo, fica muito bom.Acho que também é tradição daqui de minas?
É sim, Kennerson. Listei apenas sete, mas tem muitos outros. :) Eu adoro moela, inclusive. hehehe
Abraço e obrigado pelo comentário.
Bom dia excelente, sou de Ipaba, perto de Ipatinga aqui tem muito frango com Quiabo, couve refogada, tropeiro, angu, e por ai vai
Obrigado pelo comentário, Kennerson.
Abraço.
Uai sô eu de Minas Gerais e por enquanto não vi ninguém falar da sobremesa queijo com goiabada em nenhum post sobre comidas típicas de Minas Gerais, será que foi extinto do cardápio mineiro? eu acho q não, mas o dono aí da página talvez se equivocou ao dizer que arroz com pequi é tradição por aqui, eu sou de Contagem e por não ouvir falar q os mineiros comem isso.
Minas Gerais é enorme, Maria. Bem maior que a região metropolitana de BH. Vai pro norte de Minas e você verá que o arroz com pequi é comum por lá sim.
Sobre a goiabada com queijo, de fato merecia estar no texto.
Abraço e obrigado pelo comentário.
Culinaria mineira*
Tropeiro é uma delicia, valeu por compartilhar a receita eu já fi aqui em casa mas não fica tão bom como o que comi a unica vez que fui a Minas e isso j[a tem 3 anos tenho que voltar logo, umas das coisas que gosto quando viajo é a culinária rs
Tem que voltar, Eduardo. Nem que seja pela comida. haha
Abraço.