Tem a legítima pizza italiana, tem restaurante em que não apenas a comida é japonesa, mas só se fala japonês. Tem comida marroquina, árabe, indiana e tailandesa: São Paulo é o melhor lugar do Brasil para comer de tudo um pouco. Mas, no meio de tantas opções, onde fica a culinária paulista mesmo? Listei abaixo algumas das comidas típicas de São Paulo. Vamos almoçar?
Sempre achei engraçado o uso da palavra “lanche” para tratar de pratos enormes, como certos sanduíches. São tantas opções por ali que fica difícil escolher – e olha que nem estou falando da moda de hamburguerias artesanais, que talvez tenha em São Paulo seu maior expoente em terras brasileiras.
Em São Paulo, o lanche mais tradicional leva mortadela. Muita, a ponto de ser difícil de mordê-lo. É o sanduíche do Mercadão, tão famoso e tradicional que é, assim como o Mercado Municipal, um ponto turístico da cidade. Embora esse seja o mais conhecido – muito por causa da montanha de mortadela – variações do prato podem ser encontradas em qualquer padaria paulista.
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Foto: Por Thiago Leite, Shutterstock.com
Tem couve, tem ovo frito, tem linguiça, tutu de feijão e carne de porco. Declarado Patrimônio Imaterial de São Paulo, o virado à paulista é um prato que nasceu no período colonial. Durante as andanças dos bandeirantes, os ingredientes eram chacoalhados ao seguirem pelas estradas de terra – daí o nome “virado”.
Arroz, bisteca, torresmo e couve foram sendo acrescentados com o passar dos anos. O Virado à Paulista chegou ao século 21 como o prato mais emblemático de São Paulo, a escolha de toda segunda-feira, o dia oficial da receita nos restaurantes dali. Todos os dias, estima-se que pelo mês 500 mil virados são servidos apenas na capital do estado.
Foto: Por Paulo Vilela, Shutterstock.com
Pão francês, queijo e rosbife. Essa é a trindade que forma o bauru, outro sanduíche típico de São Paulo. O lanche nasceu há 80 anos, numa lanchonete chamada Ponto Chic (e que existe até hoje). Um estudante esfomeado, cujo apelido era Bauru, pediu que um pão francês fosse preenchido com rosbife, tomate, picles e queijo derretido, normalmente feito em banho-maria. A ideia foi aprovada por outros comensais, que logo começaram a pedir o prato bolado pelo tal do Bauru.
Simples, barato e matador de fome. As décadas trouxeram outros ingredientes, e hoje existem o bauru francês (queijo gruyère derretido e mostarda dijon), o italiano (queijo muçarela derretido, presunto de Parma, tomate seco e orégano) e outras variações.
Foto: Rodrigoalves11, Wikimedia Commons
Imigrantes sírios e libaneses tornam São Paulo a dona da maior população de origem árabe da América do Sul. Com tanta gente assim, é claro que a comida árabe chegou na capital paulista, se misturou com sabores e paladares verde e amarelos e logo tomou conta da cidade. Da esfiha ao quibe; dos kaftas aos falafels e kebabs: sobram opções com toques árabes. Isso também vale para o cuscuz à paulista, outro prato internacional com um pezinho no Brasil.
Um ovo cozido, colocado dentro de um bolinho de carne moída. A receita pode até existir em outros lugares – o prato nasceu na Escócia – mas a onipresença do bolovo como um petisco de boteco é algo tipicamente paulista. É gostoso, enche a pança e às vezes o preço, em certos bares, passa do razoável. Mas vale cada mordida.
Eu resisti a colocar o pastel nesta lista – e não é por não gostar. Mas, pensava eu, pastel não é exclusividade de São Paulo, mas consumido em todo Brasil, das cidades às praias, do lanche ao jantar. Após ouvir alguns protestos pela ausência do item, incluindo a de um amigo paulista, revi meus conceitos.
É que embora não seja uma exclusividade da culinária paulista, o pastel chegou ao Brasil por ali. Com origem na Ásia, o pastel de feira desembarcou no porto de Santos, com os imigrantes japoneses, na década de 1940. De lá se espalhou, primeiro por todo o estado de São Paulo, depois pelo restante do país. O pastel é, há décadas, um dos alimentos preferidos dos paulistas.
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Sou Paulistano. Mas a grande maioria dos Paulistanos nem querem saber desse prato. Tanto q a maioria dos restaurantes removeram do cardápio q eram vendidos nas segundas feira. Não temos um prato típico... tds vieram de fora. Só sobrou o BAURÚ q é um lanche q teve origem aqui.
esqueçeu do Beirute, Coxinha, Pão com Carne Louca, Churrasco Grego, e etc
Oi, Rodrigo.
Obrigado pelas lembranças!
Abraço.
Estou deixando este comentário para dizer que gostei bastante do que acebei de ler aqui neste artigo, inclusive já salvei até meu navegador em meus favoritos.
Abraços!
Fico feliz, Fernandes.
Abraço
Existem outros pratos típicos paulistas como o camarão na moranga por exemplo. Se não ficarmos atentos será declarado nordestino ou mineiro como ocorreu com o feijão tropeiro. Temos também a vaca atolada, a coxinha e a caipirinha que leva esse nome porque foi criada no interior de SP mas ninguém sabe.
Camarão na moranga é maravilhoso, Rogério.
Abraço e obrigado pelo comentário.