Se você já conhece um pouco sobre a culinária de outros países da América do Sul, já consegue ter alguma ideia sobre quais são as comidas típicas do Equador. A comida equatoriana, tal como seus vizinhos, é composta de uma mistura do que se come na parte amazônica, na costa e nas montanhas. Entre os ingredientes mais comuns, são o peixe, batata e milho.
Nesse post, reunimos alguns clássicos da culinária do Equador, com os ingredientes e receitas mais tradicionais da gastronomia do país.
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Veja quais são os principais pratos típicos do Equador para você não perder nenhum deles na sua viagem!
Por tome213 / Shutterstock
Tem várias coisas na culinária equatoriana que são bem parecidas com o que comemos no Brasil. Ou, pelo menos, familiares para quem se interessa um pouquinho pelo assunto. Você encontra tamales (tipo uma pamonha), tortilhas, nachos, guacamole, vários tipos de caldos e pratos feitos com carne bovina e frango.
Também tem os diferentões. Você ouvirá o nome papipollo nas barraquinhas de rua e poderá achar estranho. Mas é só parar e pensar. É papa y pollo. Batata e frango frito, misturados, numa porção de caloria e amor. A salchipapa é igual, mas, em vez de frango, salsicha.
Taí outra coisa que você pede jurando que sabe exatamente o que receberá. Afinal, de pastel e seus derivados a gente entende, né? Mas a empanada de viento tem uma massa meio diferente das empanadas famosas na Argentina ou no Chile. Na culinária do Equador, a massa é um pouco mais grossa e mais farinhenta também, como se estivesse um pouco crua. Como entrada, principalmente se tiver um molhinho do lado, cai bem.
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No Brasil, eu quase não como peixe. Mas não resisto ao ceviche, seja ele à moda peruana ou à caribenha. Se você nunca provou, imagine: são pedaços de peixe branco cru (ou outro fruto do mar) marinado em suco de limão ou outra fruta cítrica. Acompanham diversos temperos, como coentro, pimenta e cebola.
No Equador, o caldo é um pouquinho mais grosso do que o que se faz no Peru. E, no lugar do leite de coco, às vezes leva até ketchup e mostarda. Fica uma delícia e tem em tudo que é lugar. Na rotina em que eu estava (tomando café da manhã e almoço em hotel), provei ceviche em praticamente todas as refeições, como uma entrada ou um acompanhamento. Junto com o ceviche, costumam vir chips de banana e às vezes um molho extra para deixar o prato ainda mais picante.
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A segunda comida que mais encontrei nos restaurantes equatorianos foi o locro de papas. Trata-se de uma sopa bem concentrada de batata e milho, um dos símbolos da culinária local.
Há muitas variações no preparo, mas todas as vezes em que comi (foram umas seis ao longo da viagem), o locro veio mais ou menos igual: servido quente, numa tigelinha, com tiras ou cubos de abacate e pedacinhos de queijo servidos à parte. O negócio é misturar tudo dentro da tigela quente. Dá para por um molhinho de pimenta por cima também, caso você seja desses. O locro de papas com certeza foi minha melhor surpresa em terras equatorianas.
Quando viajo, abro muitas exceções na minha dieta, porque considero que comer como os moradores locais enriquece a experiência. Mas, desculpem aí, andinos, o cuy não rolou. Nada contra, acho ótimo quem consegue, e resolvi incluí-lo nesta lista mesmo sem ter provado, porque é uma parte importante da cultura dos Andes.
Foto: ireneuke / Shutterstock
O cuy nada mais é que o porquinho-da-índia grelhado ou assado. Dá para encontrá-lo nos restaurantes mais chiques e também nas barraquinhas na rua, onde ele fica assando na brasa, espetado. O porquinho faz sucesso por ter uma carne menos gordurosa que a de outros animais, e por ser um bicho bem mais fácil de se criar em casa para comer. Assim como outras iguarias dos países cortados pela Cordilheira dos Andes, o cuy é servido com batata e milho.
Taí outra coisa que não comi, mas nem foi por falta de vontade. Foi mais falta de tempo e oportunidade mesmo. A tripa mishqui com ají é uma comida típica equatoriana e pode ser encontrada nas barracas do Parque Navarro, em Quito. Nem precisa saber espanhol para entender a base do prato. É tripa mesmo. Intestino de boi assado ao ar livre, como se fosse um churrasco. Eu particularmente acho um jeito bem mais original de servir as entranhas do bicho do que a dobradinha/buchada que temos aqui no Brasil.
Miúdos servido na Plaza de las Tripas, em Quito
Dos bichos, nada se desperdiça. Do mesmo jeito que temos na nossa culinária alguns pratos feitos a partir dos miúdos, inventados em épocas de vacas magras pelas populações mais pobres, lá no Equador misturam-se rins, fígado e pulmões (geralmente de carneiro, mas também de outros animais) no yahuarlocro, um caldo concentrado que leva o sangue do bicho pra dar aquela finalizada.
Assim como na vizinha Colômbia, as frituras estão muito presentes no cotidiano dos equatorianos. É fácil encontrar peixes – inteiros ou em postas – fritos em barraquinhas de rua e restaurantes populares do país. A corvina é o mais popular deles e uma das grandes pedidas gastronômicas do mercado público de Quito. A refeição completa é servida com molho vermelho de camarões, batatas assadas e salada.
Essa sopa espessa, feita de doze tipos de grãos diferentes, é uma tradição da Semana Santa no Equador e tem forte conotação religiosa. Cada grão está ali para representar um apóstolo. Já o peixe simboliza Jesus, mas a fanesca também inclui ovos cozidos, legumes como a abóbora, leite, queijo ralado, amendoim, banana da terra e empanadinhas fritas de farinha.
Meu roteiro pelo Equador não teve foco na gastronomia. Eu imagino que, quem for pra lá com essa intenção, poderá provar ainda mais sabores do que os que tive oportunidade de experimentar. Mas eu aposto que os viajantes irão concordar comigo: quanto mais se conhece a culinária sul-americana, com tantas influências de povos que estiveram aqui antes e depois dos colonizadores, com tantos temperos diferentes, tirados da terra em tantos espaços distintos, mais se percebe que temos, sim, muita coisa em comum com os outros latinos.
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