“Guardem as câmeras. Estamos entrando no Red Light District”, avisou Marianne, a guia que nos acompanhava, com um sorriso. Nascida e criada em Amsterdam, ela parecia orgulhosa de ser parte de uma cidade liberal e vanguardista. Eu, por outro lado, não estava muito empolgada para o passeio. Depois de ter presenciado cenas deprimentes em Phuket, na Tailândia, eu achava que já tinha visto zonas de prostituição o bastante para uma vida.
É claro que eu sabia que ali seria diferente. Ao contrário da Tailândia, onde as meninas – que algumas vezes tinham acabado de deixar a infância – não contavam com nenhuma proteção do Estado, em Amsterdam a prostituição é um trabalho legalizado, tratado como qualquer outro.
Ali, assim como no resto da Holanda, prostitutas têm direitos trabalhistas, pagam impostos sobre o que recebem e se organizam para lutar por melhores condições de trabalho. Nada diferente dos dentistas, operários ou advogados. Para trabalhar no ramo, é obrigatório ter mais que 18 anos e ser cidadã legal de qualquer um dos países da União Europeia. “A diversidade aqui é grande. Tem para todos os gostos”, disse Marianne. “As meninas são de diversas etnias e tipos. Tem as mais cheinhas, as magrinhas, as altas, as baixas e as trans”.
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Foto: Mr. Seb (CC BY-ND 2.0)
A cafetinagem é proibida. As meninas não têm chefes, trabalham por conta própria para evitar a exploração. Além disso, também segundo a nossa guia, elas recebem regularmente a visita de assistentes sociais do governo, que buscam identificar se as garotas estão ali por vontade própria ou se estão sendo forçadas por alguém. As que demonstram querer mudar de ramo profissional recebem aconselhamento. Elas ainda são instruídas com relação ao sexo seguro e a fazerem exames médicos regulares. Dentro do quarto que alugam, possuem uma espécie de botão de pânico caso algum dos clientes passe dos limites.
As casas de prostituição não estão em apenas uma zona da cidade, mas o maior e mais famoso Red Light District é, sem dúvida, o De Wallen. Ao contrário de outras zonas de prostituição ao redor do mundo, essa região não é, nem de longe, degradada e entregue ao crime e à violência. As ruas de De Wallen são limpas e conservadas, possuem policiamento constante e prédios charmosos. Mais interessantes que a arquitetura, no entanto, são as amplas vitrines nas quais as mulheres se exibem, em turnos diurnos e noturnos, trajando biquínis ou roupas mínimas.
Foto: Nina J. G. (CC BY-ND 2.0)
As vitrines são a forma que as mulheres encontraram de atrair clientes sem desrespeitar a lei, já que elas não podem trabalhar nas ruas e calçadas. Os quartos onde elas prestam serviços ficam nos fundos dessas vitrines e são, em geral, lojas alugadas. Os donos dos imóveis, no entanto, não têm – ou não deveriam ter – qualquer ligação com as meninas além da de inquilino/proprietário. Além das vitrines, outros postos licenciados de trabalho são os sex clubs e os atendimentos privados.
A prostituição em Amsterdam se integra à vida da cidade, e não está à margem dela. A apenas alguns metros das vitrines, encontramos jardins de infância e igrejas. Famílias que nada têm a ver com esse mercado moram nas redondezas e não raramente passam por ali para resolverem suas questões do dia a dia.
Não demorou muito até que minha resistência ao Red Light District caísse por terra. Esse é, sem dúvidas, um dos passeios mais interessantes da cidade. Só lembre-se de seguir o conselho da nossa guia: quando passar por ali, guarde sua câmera fotográfica.
Foto: Domínio Público
Todo o apoio que as profissionais do sexo recebem do governo não é suficiente para eliminar por completo a exploração e o tráfico sexual das fronteiras da Holanda. Um número significativo de meninas que vão parar ali é dos países mais pobres do Leste Europeu, enganadas por criminosos que prometeram a elas uma carreira de dançarinas. A ONG Stop the Traffik, que combate esse tipo de crime no mundo inteiro, fez uma campanha criativa sobre o problema:
Além disso, identificar a atuação de cafetões ou namorados violentos que forçam as mulheres a se prostituírem não é das tarefas mais fáceis. Principalmente quando a garota se sente ameaçada e tem medo de revelar a verdade. Ainda assim, parece mais fácil combater esse tipo de crime quando a prostituição é legalizada e as profissionais do sexo tratadas como cidadãs, com direitos e deveres. De acordo com Mariska Majoor, funcionária do Prostitution Info Center de Amsterdam, a maioria absoluta das mulheres está ali por livre e espontânea vontade. Nesse vídeo, em inglês, ela explica um pouco mais sobre o que é feito para prevenir o tráfico e a exploração sexual em Amsterdam:
Foto: Dave Winer (CC BY-SA 2.0)
Em fevereiro desse ano, Amsterdam inaugurou o Red Light Secrets, um museu que conta histórias do distrito e aproxima os turistas da realidade das prostitutas que trabalham ali. É possível conhecer os quartos em que as mulheres trabalham e ver a evolução do vestuário utilizado por elas. Além disso, um documentário promete contar algumas técnicas e segredos da profissão e a entrar em contato com os desejos e sonhos das trabalhadoras do bairro da luz vermelha.
A visita custa 7,50 euros. Como nossa ida a Amsterdam foi em outubro de 2013, o Red Light Secrets vai ficar para a próxima. No entanto, parece uma boa oportunidade para enxergar melhor os seres humanos por trás das vitrines.
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*Imagem destacada: Massimo Catarinella
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ola boa noite, moro aqui no Brasil e gostaria de trabalhar num bordel legalizado na holanda. alguem pode me ajudar?
Pessoal esse post não é para ajudar pessoas que querem trabalhar na Holanda, por favor, parem de pedir isso aqui.
Natália, estou indo a trabalho entre os dias 12 e 17 sobrarão alguns momentos livres quais locais são imperdíveis na sua opinião? o Red Light já planejava ir de qualquer jeito.
Bruno, eu nem acho o red light o mais imperdível de tudo. Acho que o mercado Albert Cuyp é bem bacana, assim como os museus, a fábrica da Heineken, a casa da Anne Frank e o passeio de barco pelos canais... mas tudo depende dos seus interesses pessoais... varia muito de pessoa pra pessoa..
É perigoso uma mulher visitar a RLD a noite?
Raquel, não, Amsterdam é bem segura...
Abraços
OLA BOA NOITE,ESTIVE EM AMISTERDAM NA SEMANA PASSADA FIQUEI MARAVILHADA COM A CIDADE!!EU GOSTARIA DE FAZER UMA CURSO DE INGLES LA E SI PUDESSE ARRUMA UM TRABALHO? O PROBLEMA E QUE NAO TENHO DOUCUMENTO EUROPEUS,ALGUEM PODERIA ME DA UMAS DICAS OBRIGADA.......ME CHAMO SARITA
Próximo ao Natal(23 a 25/12/16) o Red Light está funcionando para visitação turística?
Plínio, o Red Light é um conjunto de ruas abertas, não fecha para visitação nunca.
Abraços
Olá!! Gostaria de saber como faço pra trabalhar em red light sou mineira de Belo Horizonte se possível entre em contacto comigo....
Oi Carla, vc foi trabalhar lá? Eu tb queria ir, moro em Porto Alegre.Se vc tiver maiores informações de onde ficar compartilha comigo? Obrigada!
Hola, Carla tudo bem vou buscar trabalho la no próximo mes caso queira aventurar comigo.
Oie tdo bem? Pretendo ir tbm, caso queira entrar em contato comigo!
Olá queria saber informações sobre o trabalho,e se você já foi
Oi Fátima me chamo Paula, mora aqui na Holanda, gostaria de saber se você foi trabalhar e como foi?
Natália, bom dia!
Desculpe-me te alugar, mas deixe-me ser claro. Saio as 6h de 30/09 de Paris e vou a Amsterdam e volto 19h30. Preciso que indique um empresa para um Combo. Museu Van Gogh, Casa Anne Frank, passeio de barco pelos canais (curto), ver as Houseboats, Bairro da Luz Vermelha e os Moinhos. Tudo isso durante o dia.
Vixe Cezar, não conheço uma empresa que faça todos esses passeios em um combo não :(
Há passeios guiados, em português, durante o dia somente para conhecer o Distrito?
Ou você acredita que não seja preciso?
Pretendo passar um dia em Amsterdam e gostaria de conhecer as famosas vitrines.
Ei Cezar, também dá para ir lá sozinho, sem problemas. Não é perigoso ou difícil de chegar, mas se você quiser um tour em português, tem esse aqui: https://360meridianos.rgi.ticketbar.eu/pt/ticketbar-amsterdam/bairro-da-luz-vermelha-portugues/
Abraços!
Esse já tinha lido em seu Blog Natália Becattini, mas é ao cair da noite o que não dará para esperar. Devo fazê-lo sozinho então.
Vai tranquilo, Cezar! :)
Quero ir trabalhar Red light vivo
Na España sou totalmente legaliza
da,quería alugar um quarto onde eu
Podería procurar en amsterdam.
Ei Helena, não sei te ajudar quanto a isso.
abraços
Brasileira teria como ir pra lá pra trabalhar red light
Hola, Danielle voce foi pra Holanda! Estou indo no próximo mes.
Olá, Fátima gostaria de entra em contato com você , tenho planos de ir para lá tbm , por favor me conte a sua experiência
Eu também tenho planos de ir pra lá.
Entrem em contato comigo! annaschiessl@hotmail.com
Hola, danielle como em todo mundo sempre tem ilegal trabalhando colega. Estou
indo pra la na semana quevem irei pra trabalhar.
Ou ao menos ver como funciona aquilo.
Helena eu gostaria de ir trabalhar também .
Vou lhe passar meu contato preciso muito ir trabalhar.
041997945168
Oi Helena! Vc foi?
É preciso ter visto de trabalho da União Europeia, Danielle