Afonso Henriques de Lima Barreto viveu numa época de mudanças profundas no Brasil. Nascido em 13 de maio de 1881, ele foi testemunha ocular da abolição da escravatura, que ocorreu no dia em que comemorava sete anos. Também viu o fim da Monarquia e a declaração da República, assim como todas as alterações vividas no país nesse período que vai do final do século 19 até a segunda década do século 20: a chegada da luz elétrica e o desenvolvimento de tecnologias que mudaram a vida das pessoas.
Lima Barreto viu tudo isso, mas nem sempre gostou do que viu. Funcionário público durante toda a vida, Lima fez sua fama na imprensa. Dono de uma pena afiada e que não poupava críticas, ele levou aos jornais suas opiniões — muitas vezes impopulares. Ao mesmo tempo, dava visibilidade para lugares e pessoas que não costumavam aparecer nas páginas dos jornais.
As crônicas escolhidas para coletânea publicada pelo Grandes Viajantes são bons exemplos disso. Nelas, Lima Barreto vai de
críticas aos alagamentos constantes no Rio à recordações do 13 de maio; de narrativas bem-humoradas que reclamavam do calçamento das ruas a questionamentos sobre as reformas urbanas que aconteciam no Rio de Janeiro, sobretudo durante a prefeitura de Francisco Pereira Passos, entre 1902 e 1906. Um período de mudanças profundas no panorama da capital federal, retirando do Rio traços coloniais e monárquicos e aproximando a cidade de Paris e Buenos Aires.
Assim como Machado de Assis, Lima Barreto pouco viajou. Por isso, quando ele faz literatura de viagem, essa é ou imaginária ou focada na cidade que o escritor viveu toda a sua vida. Com Lima Barreto entramos num bonde em Cascadura, Zona Norte do Rio, e conhecemos algumas das pessoas que faziam aquela viagem de todos os dias. Também vamos até a rua do Carioca, no centro da cidade, ao Andaraí e até Inhaúma, hoje um bairro da Zona Norte, mas na época um subúrbio da capital federal. Lima também comenta sobre Teresópolis, mas a partir de notícias que ele viu na página de jornais.
Lima Barreto não teve uma vida fácil. Ele conviveu com o alcoolismo, com internações e com porta sempre fechada de outros literatos e intelectuais, inclusive da Academia Brasileira de Letras. Deixou uma obra vasta, nostálgica, ácida e que conta muito sobre a sociedade brasileira no começo dos novecentos.
Vantagens do produto
– Obra rara resgatada de arquivos históricos e reeditada pelo 360meridianos
– Capa exclusiva para a edição
– Vem com poster para imprimir, cartão postal e fundo de tela para celular para usar como quiser
– Notas históricas e pesquisa sobre o autor para complementar a leitura
– Pode ser lido em qualquer dispositivo digital
– Você recebe o link para download na hora
Aspectos técnicos:
Formato do produto: PDF, Epub, Mobi
Número de páginas: 101
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