Viajar para contar. A vontade de escrever as histórias da estrada foi o embrião do 360meridianos. Mas não como uma extensão de um guia de viagens ou como um panfleto publicitário dos destinos.
O que nos motivou desde o princípio são os personagens que encontramos, as diferenças culturais experimentadas a cada desembarque, a história única de cada destino e os contextos sociais e políticos que explicam um lugar.
Somos um blog sobre Cultura Viageira. E isso quer dizer que buscamos ver o mundo com os olhos do descobrimento. Abordamos as viagens desde a perspectiva da diversidade e da empatia e acreditamos que elas também são uma forma de aprendizado. E é esse aprendizado que queremos dividir em nossos textos.
Sabemos a utilidade e a importância dos blogs no planejamento das viagens na era da internet. E, para quem quiser nossas dicas, fazemos questão de dividi-las na nossa editoria Dicas de Viagem. Mas mais que fazer você viajar sozinho, queremos que você viaje com a gente.
Incentivamos nossos leitores, todos os dias, na direção das aventuras, seja fazer a transiberiana ou conhecer um lugar diferente dentro da própria cidade. Tentamos mostrar que há algo belo, com potencial de causar crescimento pessoal, em cada esquina do mundo, sejam as tradicionais, como Estados Unidos ou Europa, sejam aquelas que poucos pensam em conhecer, como um país da África ou da Ásia.
Para isso, é importante definir e deixar claro para vocês, queridos leitores, os valores do 360meridianos:
Entendermos que é a falta de informação sobre povos, culturas, passeios e programas turísticos que ajuda a perpetuar falsos estereótipos e preconceitos, além das práticas nocivas e criminosas que envolvem as viagens.
Acreditamos que a beleza do mundo está na preservação da diversidade cultural e incentivamos o leitor a aprender mais sobre ela por meio de nossos posts. E, quando falamos em diversidade, não nos referimos apenas a povos distantes de culturas que, pra gente, são exóticas. Também defendemos a multiplicidade entre aqueles que vivem perto da gente, independente de gênero, religião, sexualidade ou etnia.
Entendemos que o que somos é fruto de um lugar e de um momento histórico e que todas as pessoas e povos do mundo merecem igual respeito. O 360meridianos é contra qualquer tipo de preconceito e busca sempre aprender mais sobre os temas e trazer diferentes perspectivas, temas e vozes aos nossos textos.
O viajante muda o mundo. O problema é que essa mudança nem sempre é positiva. Por isso, incentivamos a reflexão por parte de cada turista, que deve definir quais passeios vai fazer, sempre pensando no impacto que ele causa na sociedade que visita, de forma a aumentar os pontos positivos e diminuir os negativos.
E olha que em algumas partes do mundo a realidade passa longe disso. Muitas vezes o turismo expulsa a comunidade local, fere o meio ambiente, desrespeita costumes e práticas milenares e termina por destruir as características que fizeram do local um destino turístico, prejudicando as pessoas e os ecossistemas regionais. Justamente para que cada destino continue ali, pronto para ser visitado, incentivamos o turismo sustentável. Para detalhes, veja nosso guia para o viajante consciente.
Vivemos em um mundo em que tudo é mercantilizado e as viagens não deixam de ser um consumo. Desde o momento em que compramos uma passagem até a hora de escolher o local para comer e levar os presentes para casa, somos consumidores. Por isso, incentivamos o consumo consciente e responsável antes, durante e após as viagens.
O turismo é a maior forma de transferência de dinheiro entre ricos e pobres do planeta, mas ainda há muito potencial para melhora. No Caribe, por exemplo, 80% do dinheiro gasto pelos turistas logo vai para outros países. Na Tailândia esse percentual é de 70%, enquanto na Índia é de 40%. E há dados mais pessimistas: Segundo algumas estimativas, apenas 5% do dinheiro gasto com o turismo permanece na economia de países em desenvolvimento (fonte).
Por isso, preferimos fazer escolhas que ampliem a quantidade de dinheiro deixada na comunidade visitada. Preferimos ficar em hotéis, hostels e pousadas locais, que sejam de moradores daquela comunidade, não em grandes redes internacionais de hotelaria. Preferimos comer num pequeno e bom restaurante, não numa cadeia internacional. Isso não significa que nunca ficamos em hotéis de rede ou que nunca comemos num McDonald’s da vida, veja bem. A questão é priorizar a comunidade local. Sempre que possível fazemos isso – e incentivamos nossos leitores nessa direção.
Além disso, não estimulamos crenças de que é preciso ter cada vez mais para preencher nossas vidas, o acúmulo excessivo e o consumo desenfreado, porque acreditamos que seja a hora de uma mudança de paradigma na nossa sociedade de consumo. O planeta agradece.
Por último, mas não menos importante, está a transparência que o 360 sempre tenta ter com seus leitores. Os três autores deste blog são jornalistas. E poderiam estar trabalhando em veículos tradicionais. Acredite, seria muito mais fácil ganhar dinheiro num emprego de carteira assinada do que quebrando a cabeça para empreender e criar um veículo de comunicação independente. Há vários fatores para a nossa escolha. Um deles está na crença de que é possível produzir conteúdo sobre viagens de forma ética, responsável e transparente.
Como qualquer projeto profissional, o 360 precisa ser monetizado, mas jamais colocamos dinheiro na frente dos interesses dos leitores. Aqui, publicidade é sempre clara e indicada, estratégias de monetização são explicadas, passo a passo, e qualquer viagem feita por convite é indicada como tal. Convidamos você a ler nossa política comercial.
Como deve ter ficado claro ao longo deste manifesto, o 360 não tem como objetivo apenas falar de lugares interessantes e dar dicas de viagem. Queremos mais: fazemos questão de refletir sobre o turismo, o mundo e as culturas que vivem nele.
E desejamos ter a sua participação nesse processo, deixando comentários e opiniões nos posts do blog. Nosso alvo, você já sabe, é responder 100% dos comentários deixados aqui. E temos como objetivo manter o debate em alto nível, evitando comentários preconceituosos, xenofóbicos, mal-educados e com qualquer discurso de ódio. Para saber sobre isso, leia nossa política de comentários.
É claro que não estamos imunes a erros. Mas nosso objetivo, a cada texto, foto e vídeo que publicamos, é seguir o ideal expresso neste manifesto. Contamos com sua ajuda para sempre seguir em frente, afinal muitas vezes remamos contra a corrente.