Berlim é feia. Cinza e enorme, com uma arquitetura bizarra em boa parte da cidade, a capital alemã é bem diferente daquilo que se espera de uma cidade europeia. Tem seu charme, no entanto. E o charme está justamente nos contrastes criados entre os edifícios, a história que emana das ruas e a efervescente vida cultural que a transforma em uma das cidades mais interessantes em que você vai estar. Esse cenário foi perfeito para a proliferação da arte de rua de artistas renomados, como os Gêmeos, Blu e Bansk, além dos ilustres anônimos que deixam sua marca e mensagem nos muros de Berlim.
Este mês, passei dez dias na cidade explorando seu lado mais alternativo e os murais e grafites possuem uma papel importante nessa cena. Essas são algumas das paredes que eu fotografei pela cidade.
Você verá muitas colagens pelos muros de Berlim. É que, ao contrário do grafite, elas não são consideradas infração, além de serem rápidas para colocar e difíceis de tirar.
O beco Haus Schwarztenberg, também conhecido como Hackersher Hofe, sempre permite que artistas coloram suas paredes. Algumas obras são permanentes, outras ficam por um período de tempo até darem lugar a outras. Os artistas interessados precisam contatar o proprietário, que aprova e designa um espaço para a obra.
Um mural saudando os refugiados, que chegaram em massa na cidade. Logo atrás, um protesto contra o projeto imobiliário nas margens do rio Spree. Os preços convidativos e a proximidade com as estações de trem têm atraído a atenção dos investidores e especuladores, o que tem deixado os berlineses furiosos. Para eles, esse tipo de investimento vai descaracterizar a área e privatizar espaços públicos que são de livre acesso a todos, como a orla do rio e partes do muro de Berlim, além de subir os preços para os moradores e começar um processo de gentrificação.
Uma das obras da East Side Gallery, uma galeria a céu aberto situada em uma seção de 1.113 metros no lado leste do antigo muro de Berlim.
Teufelsberg é uma das muitas construções abandonadas da cidade que servem como galeria de arte para grafiteiros. Antigamente, o prédio era usado como ponto de espionagem americano contra os russos.
As casas ocupadas também servem de tela para os artistas de rua da cidade. Essa, em Rigaerstrasse, vem sofrendo ataques dos políticos locais, que querem remover os moradores de lá a todo custo.
Estive em Berlim em junho e realmente o que caracteriza a cidade e esse contraste,pena que boa parte da East Said Galery estava com grades o que dificulta fotografar.