A covid-19 não é algo novo na humanidade, faz parte dos nossos ciclos. Doenças sempre causaram mudanças no mundo e são comparadas com o impacto causado por guerras.
Na Idade Antiga, as doenças se alastravam muito menos que hoje, mas ainda assim podiam dizimar cidades e regiões inteiras e mudar os rumos de uma nação.
O surto de Peste no Egito chegou a matar 1/4 das tropas atenienses na Guerra do Peloponeso, em 430 a.C. O conflito contra Esparta foi motivado pela disputa de poder na região.
A doença acabou reduzindo o poder de Atenas e foi um marco para a ascensão de Esparta. Em 2006, pesquisadores da Universidade de Atenas descobriram que a peste se tratava de Febre Tifoide.
A Peste Antonina, que possivelmente era varíola, matou 5 milhões entre 165 d.C e 180 d.C. A Peste de Cipriano, que era varíola ou sarampo, chegou a matar 5 mil pessoas por dia em Roma.
O primeiro surto de Peste Negra causou mudanças profundas na organização social e política da Antiguidade. O Império Romano nunca mais foi unificado. Foi o início da era medieval.
Ele começou no Egito em 541 d.C e se alastrou até Constantinopla, onde matou 10 mil por dia, 40% dos habitantes da cidade e um 1/3 da população do Oriente Médio.
Um novo surto ocorrido no séc. 14 matou até 200 milhões na Europa. As limitações médicas e científicas da época não permitiam identificar a causa da doença. A peste era associada a um castigo divino.
A doença provocou mudanças nas relações sociais e econômicas, que ajudaram no surgimento do Renascimento e do Iluminismo. Hábitos de higiene das cidades também foram adotados com mais rigor.
E a primeira pandemia da história foi de gripe. Em seis meses, saiu da Ásia para a Europa e África e chegou à América do Norte, matando 10% da população em áreas afetadas.
Os europeus levaram outras doenças para as Américas. Muitos indígenas morreram por pragas que nunca tinham visto antes, como a varíola, o que enfraqueceu os povos nativos e facilitou a colonização.
A tuberculose o séc. 19. Associada ao Romantismo, a doença acometeu vários artistas e pensadores, mas estava mais ligada à condições precárias entre as camadas pobres.
Estima-se que algo entre 20 e 100 milhões de pessoas morreram da doença (entre 3% e 5% da população mundial), que infectou cerca de 500 milhões, uma em cada três pessoas na época.
A partir daí, aprendemos a enfrentar uma epidemia. Foi a primeira vez que a notificação de casos se tornou obrigatória, bem como a desinfecção de espaços públicos.
Considerada uma pandemia em andamento, a AIDS foi identificada pela primeira vez nos anos 1980, depois que 5 casos de pneumocistose foram reportados em Los Angeles.
A doença teve um profundo impacto social, que dura até hoje. Como medidas de prevenção, incluiu-se educação sexual nas escolas, e os governos criaram campanhas que incentivam o sexo seguro.