Viajar é simples, quem complica é a gente. Você não precisa de nada além de um passaporte, uma mala pequena, uma passagem e um canto para dormir. Tem quem banque até desembarcar em um destino sem ter lido uma linha sobre ele antes, mas isso não é pra todo mundo.
Extremos de lado, tem hora que eu vejo tudo ficar grande demais, difícil demais, detalhado demais. E eu até entendo: muitas vezes, aquela vai ser a única viagem que a pessoa vai fazer em um ano. Junta a expectativa, a ansiedade, a vontade de ser perfeito e você tem prato cheio para a complicação.
Vejo gente preocupadíssima porque não conseguiu descobrir qual o exato local de parada do ônibus que leva do ponto A ao ponto B. Ou que vasculhou os confins da internet em busca da programação mais eficiente e não encontrou, porque isso não existe.
Por mais que você tente, não dá para desvendar um destino inteiro de frente para a tela do computador. Mas, chegando lá, as coisas se desenrolam, acontecem e na maior parte das vezes são mais fáceis que a gente previu
Sem perceber, a gente transforma uma experiência que deveria ser leve em mais um foco de estresse, em mais uma variável pra gente controlar e perder a chance de dessa vez, só dessa vez, deixar a vida fluir. Sim, é bom saber um pouco sobre o destino e o seu roteiro para evitar comer mosca. Não, você não precisa ter cada detalhe da sua viagem esmiuçado em uma planilha, cronometrado, anotado e decorado.
Não tem segredo na receita: compre passagens, embarque e explore. Programe-se para ver as atrações que mais te interessam, mas deixe espaço na agenda para o acaso. Permita-se acordar sem despertador na maior parte dos dias. Ou ler um livro em uma praia ou parque por uma tarde inteira sem sentir que você está perdendo alguma coisa. Sem pensar que você não vai conseguir ver aquela atração lá do outro lado da cidade e que, no fundo, você nem queria ver tanto assim, mas parece quase uma heresia não cumprir o top 10 turístico daquele guia.
Fotos: Pixabay e 360meridianos
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Concordo plenamente. Em uma viagem para Barcelona que não ia lá muito bem, deixamos os planos de lado para relaxar em um restaurante nas Ramblas e tudo mudou da água para o vinho. É preciso se deixar levar…
É isso mesmo! Que bom que vocês conseguiram reverter a situação.
Abraços