Chegamos a Madrid às 7h e ainda estava escuro. Um aeroporto enorme, todos falando espanhol. Mas a sensação de que havíamos saído do Brasil ainda não era grande. Dormimos pouco num voo cansativo e a ficha ainda não tinha caído direito. A imigração na Espanha é um grande mito para brasileiros. Ouvimos muitos relatos sobre interrogatórios intermináveis, espera em salinhas e agentes malvados. Não sei se temos cara simpáticas ou se foi pura sorte, mas o guardinha nos perguntou: “Turistas? Van a la fiesta”? E carimbou nossos passaportes. E então estávamos em Madrid.
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Chegamos no dia 12 de outubro, dia da Fiesta de la Hispanidad e Dia dos Militares – mais ou menos um Sete de Setembro. Ainda no ônibus (bem mais barato do que as conexões de aeroporto brasileiras, diga-se de passagem) vimos uma enorme parada militar, com direito a mísseis e centenas de soldados com todos os tipos de fardas possíveis.
A cidade, de fato, estava em festa. Durante todo o dia, as ruas, praças e parques estavam cheias de espanhóis aproveitando a folga e o calor em pleno outono europeu. Foi praticamente o único idioma que ouvimos. E até tentamos nos comunicar com ele, mas só entendíamos os inícios e finais de frases, além do sempre repetido, “vale” (significa ok, descobrimos depois). Sem contar que nossas conversas passaram a ser uma mescla de portunhol com inglês – porém, no fim das contas, nunca ficamos perdidos, nunca pedimos comida errada e nem pagamos nada mais caro, vale!
A cidade é muito bonita, na falta de um adjetivo mais criativo. As construções são antigas e bem cuidadas. Como não se impressionar com prédios lindos construídos em 1500 ou com o restaurante mais antigo do mundo, de 1725? A fascinação com Madrid é bem explicável: para além dos locais turísticos, as ruas são limpas, cheias de curiosidades e com prédios muito característicos. E são tão charmosas, que mesmo com os pés doendo e morrendo de sono (nada que um ou dois energéticos não resolvessem) não conseguimos parar de ir e vir até a noite.
Além disso, só tínhamos 48 horas de capital espanhola. Logo, nosso objetivo era andar, andar e andar mais um pouco, para tentar conhecer o máximo de lugares possíveis. Neste roteiro, acabamos excluindo os museus – com a exceção do complexo do Palácio Real (foto). Veja como foi nosso roteiro de dois dias em Madrid.
Nosso hostel ficava numa ruela que dava para uma esquina cheia de restaurantes, tabernas e lojinhas, a cerca de dois quarteirões da Praça Puerta del Sol, no centro. De lá, foi possível caminhar pelas avenidas principais: Calle Mayor, Calle Atocha e Gran Via e não foi preciso usar transporte público. Também (felizmente) não topamos com nenhum dos muito ditos batedores de carteira que os parentes e amigos haviam nos alertado. Mas, claro, apesar da sensação de segurança todo o tempo, não andamos por aí com celulares e dinheiro a mostra.
Madrid também foi uma cidade surpreendentemente barata. Além dos fast-foods, os menus del día, com entrada, prato principal, bebida e sobremesa, são um bom negócio. Custam entre 6 a 15 euros, e os atendentes dos restaurantes e tabernas ficam na rua tentando pescar qualquer um que passe, sempre com muita simpatia – teve um que até fingiu que me conhecia da televisão.
Nas vitrines de restaurantes sempre há muitos tipos de doces. Nos cardápios, muitas ofertas de tapas e jamón. Existe até um Museo de Jamón, é um orgulho nacional. É comum que todos os bares sirvam uma pequena porção de comida quando se pede um drink. Uma lenda local garante que isso foi um decreto do rei Afonso X, depois que ele ficou doente, para que nenhum de seus súditos bebesse sem comer e sentisse os maus efeitos do álcool. Mais um ponto para a nossa economia e para a satisfação dos boêmios de Madrid.
A noite e a boemia, alias, foram os aspectos de Madrid que mais gostamos. A partir das 21h, as ruas ficam mais cheias que pela manhã. Os sotaques espanhóis se misturam aos outros idiomas de turistas que lotam os bares e ruas cheias de mesas (mas cuidado, sentar-se do lado de fora é mais caro!). A fiesta dura até tarde.
Por fim, achamos o povo espanhol muito gentil e solícito, além de bonito. Estão sempre rindo e não se importam em ajudar os turistas perdidos. Pudera, moram em uma cidade incrível. E nós saímos de Madrid com a sensação de que gostaríamos de morar lá também. Vale?
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Estou chorando de vontade de ter ido.