Há bem pouco tempo, o local histórico mais antigo que eu já havia visitado era o Marco do Descobrimento, em Porto Seguro. Essa coisa de andar por ruas que foram palco de acontecimentos que definiram o mundo atual sempre me deixou um pouco tonta. É difícil olhar para a praia apinhada de turistas e imaginar que um dia ela estava cheia de índios e eles ainda não aceitavam mastercard nas barraquinhas de artesanato, nem tinham visto um europeu ou um cavalo alguma vez na vida. E aí chegaram umas caravelas e pronto, tínhamos o início de um Brasil onde outras coisas aconteceram durante 500 anos pra chegar no país que temos hoje.
Mas, comparado aos europeus, o Brasil é um país muito jovem. Pouco mais de 500 anos de história é só a pontinha do iceberg das coisas que a humanidade aprontou para chegar nesse mundo que conhecemos. E mesmo assim, eu ficava tonta toda vez que visitava o palco de algum evento histórico importante por aqui.
Você pode imaginar então o que eu senti quando entrei no Panteão de Agripa.
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Tudo bem que aquele não era bem o Panteão que eu queria ver. A história também nos conta que a Igreja Católica teve bem uns 2000 anos para cristianizar qualquer referência pagã que se exibisse pelas ruas de Roma. Com isso, é claro que a casa de todos os deuses não seria esquecida.
Ainda assim, entrar ali foi uma espécie de incursão ao mundo antigo. A abertura na cúpula, que buscava conectar a construção aos céus e estrelas, ainda está lá, e não importa quantos santos estejam dispostos na parede, ou quantos católicos chamem a construção de Igreja de Santa Maria e Todos os Santos (percebem a apropriação?), aquele é um atestado da cultura de homens de uma era anterior à nossa.
Essa foi a minha primeira visão da Roma pré-cristã, mas a cidade é um museu a céu aberto. Os dias que se seguiram foram repletos de vislumbres do passado, antigo ou nem tanto assim.
O Coliseu talvez seja o mais famoso e o menos cristianizado dos monumentos antigos. Maior cartão postal da cidade, o estádio dá uma aula de história antiga se visitado em conjunto com o Palatino, que serviu de residência para os Césares, e o Foro Romano.
Tudo o que restou destes dois últimos foram algumas ruínas, mas se você tem qualquer sensibilidade histórica e um pingo que seja de imaginação vai conseguir se sentir numa cidade construída antes de Jesus ser um nome minimamente famoso.
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Existe uma região inteira da cidade que está mais ou menos preservada da forma como ela era antes ou pouco depois de Cristo. Reservamos um dia inteiro (e uma noite, qualquer dos monumentos de Roma vira outra coisa quando as luzes se acendem) para andar por essa área e ainda assim não foi o suficiente.
Do Teatro de Marcelo e da Boca de la Veritá aos obeliscos antigos plantados nas várias praças da cidade, levados para lá na época do domínio romano sobre o Egito. Se você, como eu, teria vontade de enforcar o argentino do seu hostel que disse não ter gostado do Coliseu “porque ele era um monte de pedra quebrada”, Roma é o seu lugar.
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Uma das coisas mais legais de ler esses textos é tentar descobrir quem foi que escreveu haha. Vou imaginando as frases nas bocas de um de vocês três (ou de todos) e, geralmente, acerto haha.
Otavio