O que acontece quando você apenas para para ouvir? Grandes são as chances de você aprender alguma coisa nova e se emocionar com histórias que nunca imaginou. O simples ato de ouvir o próximo é poderosíssimo. Cria conexões, empatia, nos mostra que todos fazemos parte de uma mesma história e que temos muito mais em comum do que podemos imaginar.
As pessoas que conhecemos quando viajamos são, frequentemente, a melhor parte de qualquer viagem. Mas não é preciso ir para longe de casa para ouvir e aprender. Os projetos listados abaixo mostram como há histórias incríveis a serem contadas até mesmo na esquina da nossa casa.
Humans of New York
O mais conhecido projeto do tipo, o Humans of New York, foi criado em 2010 pelo fotógrafo Brandon Stanton e já publicou mais de 6 mil fotos de desconhecidos, junto com pequenas falas e histórias que essas pessoas contam a ele. O resultado é um painel diverso e interessante sobre uma das maiores metrópoles do mundo e a lição que todo mundo tem algo interessante a ser dito.
La gente anda diciendo
Quem nunca parou para prestar atenção na conversa de desconhecidos dentro do ônibus, na fila do banco, na mesa ao lado do restaurante? Essa página reúne as melhores frases ditas por pessoas comuns em suas vidas comuns, algumas delas recheadas de genialidade, humor e poesia que acabariam perdidos depois de proferidas.
SP Invisível
Os estudantes Vinícius Lima e André Soler também achavam que se você parasse para escutar as pessoas nas ruas, elas teriam muito a dizer. Eles porém, decidiram dar voz a quem nunca é ouvido: os moradores de rua. Foi assim que nasceu a página SP Invisível, que já conta com mais de 250 mil curtidas e inspirou a criação de outros projetos semelhantes em outras capitais brasileiras. Segundo os criadores: “O SP invisível é um movimento que visa abrir os olhos e a mente através das histórias dos invisíveis para motivar as pessoas a terem um olhar mais humano”.
Story Corps
Dave Isay, fundador da Story Corps, percebeu que quando paramos para escutar as pessoas, não apenas podemos descobrir histórias e aprendizados interessantíssimos, como também afirmamos o valor e a importância dessa pessoa e de suas vivências no mundo. Em 2003, ele criou uma organização não-governamental que compila entrevistas de pessoas comuns.
O projeto começou com uma cabine instalada na Estação Central de Nova York, onde qualquer um poderia entrar para entrevistar outra pessoa, tornou-se um movimento itinerante pelos Estados Unidos e hoje pretende-se expandir para todo o mundo, através de um app de telefone onde todos podem gravar suas entrevistas e arquivá-las na biblioteca púbica de NYC. Abaixo, um Ted Talk com o criador, que nos lembra que se prestarmos atenção, encontraremos histórias incríveis nas vidas das pessoas comuns, e da importância de darmos voz a quem sempre foi invisível.
Boca de Rua
O Boca de Rua é o único jornal no país feito por moradores de rua. Criado pelas jornalistas Rosina Duarte e Clarinha Glock, em 2001, o projeto já envolveu mais de 150 pessoas em Porto Alegre e cerca de 70 delas deixaram de morar nas ruas. Com edições trimestrais, a equipe passa por uma capacitação para aprender a ler e escrever e desenvolve todas as etapas do processo jornalístico, da pesquisa e apuração à fotografia.
Além de voz a um segmento da sociedade que é constantemente excluído da mídia tradicional e tratado como invisível, o projeto também é importante para a auto-estima e inserção dessas pessoas. Abaixo, um mini-documentário sobre a trajetória do Boca de Rua e de seus beneficiados.
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Muito interessante a matéria. Realmente nunca parei para ouvir…. mas agora vou observar! Obrigada pela dica.
Obrigada, Florisbela!
Vou seguir esses projetos no Facebook, com certeza!
Cidadãos comuns tem muito a dizer e ensinar,tanto quanto o Bill Gates ou o Kanye West!
No Museu de Belas Artes no RJ,fiquei maravilhada com um dos vigias(Paulo)!O Paulo é bom entendedor e apreciador de arte e me deu dicas incríveis!
Que legal Natália, tirar um tempo para falar com as pessoas enriquece qualquer viagem.
Abraços
A série que o Brandon Stanton fez no Irã recentemente foi muito linda, e me fez mudar totalmente minha percepção sobre os habitantes do país. Antes eu os enxergava como um bando de fanáticos religiosos/terroristas. Santa ignorância..
Todas as séries que ele fez em parceria com a Unicef são incríveis! Essa do Irã tava de arrepiar…
Abraços
Que projeto apaixonante é este Boca de Rua!!
Sou comunicador popular e (também) por isso fiquei emocionado ao ver o quão empoderante é facilitar a comunicação como um direito humano, negado pela sociedade a tanta gente. Parabéns ao 360meridianos por apresentar este e outros projetos que, como a Natália mesma enaltece, dão voz a pessoas invisíveis perante a sociedade 🙂
é realmente um projeto incrível, Rodrigo! Obrigada por comentar 🙂