Já ouviu falar do Kerala? Se a resposta for negativa, saiba que se trata de um ótimo destino de viagem. É um estado no sul da Índia, localizado na costa do Mar Arábico e que tem o maior IDH e expectativa de vida de todo país. No passado, a região se tornou famosa pelo comércio de especiarias.
A prática milenar atraiu os portugueses, que dali iniciaram a colonização da Índia. Eles foram seguidos por outras nações europeias que se espalharam pelo subcontinente, até que Inglaterra dominou quase tudo. Mas se as especiarias eram e, ainda são, uma parte importante da cultura do estado, o que hoje atrai milhares de estrangeiros para a região são os famosos backwaters do Kerala.
Esses backwaters são uma rede de 900 km de canais que ligam cinco lagos e 38 rios. É um fenômeno natural, formado pela ação das ondas na costa que criaram ilhas na desembocadura dos rios. Ou seja, a água que corre nos canais é doce fresca, o que cria uma cenário tropical perfeito, com muitas belezas naturais e fauna rica.
Se a gente, que é brasileiro e está acostumado com paisagens tropicais, acha tudo aquilo bonito e tranquilo, imagina o efeito que esse ambiente gera nos turistas europeus e norte-americanos? E se o turismo ajuda, e muito, a economia da região, os próprios backwaters também garantem a sobrevivência da população ribeirinha, que tem uma área super irrigada para plantações.
Divisão dos Backwaters
Existem três regiões principais de backwaters no Kerala. A mais famosa delas é a do lago Vembanad. Ali, fica a cidade Alappuzha (também conhecida como Alleppey), além de Cochin e Kottayam. Esse lago é o maior do sul da Ásia. Também é em Alappuzha que fica a maior rede de canais, o que faz a cidade ser conhecida como “Veneza do Oriente“, apesar de não ter nada a ver com a Veneza original.
Kottayam também tem uma ampla rede de canais e a sua vila, Kumarakom, é tranquila e muito turística. Lá você vai encontrar um grande santuário de aves migratórias, além de ser possível fazer passeios de barco e ou mesmo se hospedar em Houseboats, as famosas casas-barco. Outro passeio tradicional da região é fazer um cruzeiro entre Alappuzha e Fort Cochi, parando em Kumarakom e outras várias vilas do lago. Saiba mais sobre essa opção no site oficial de turismo do Kerala.
Outra área de backwaters fica mais ao sul, próxima ao lago Astamudi, no distrito de Kollam. Esse é um dos maiores lagos de água doce da Índia, moradia de muitas espécies ameaçadas de extinção. Por fim, no norte do estado, entre as cidades de Kannur e Kasargod, ficam os menos explorados Kannur-Valiyaparambu Backwaters. Lá estão várias ilhas desabitadas e muita beleza natural. Claro, isso também significa menos estrutura turística.
As Houseboats ou Casas-barco
O nome oficial das casas-barco do Kerala é kettuvallams. Atualmente existem cerca de 2000 passeando pelos canais, a maioria delas em Alappuzha. Essas embarcações incluem quarto, banheiro e cozinha, ou seja, um verdadeiro hotel flutuante para você fazer uma imersão na paisagem tropical e observar a vida calma e as belezas naturais dos backwaters. Mas é claro que o conforto e o tamanho varia de casa para casa e, com isso, o preço também. A diária fica entre R$120 e R$300, preço caro para a Índia, mas bem em conta de pensarmos no padrão Brasil.
Quem quiser passear pelos backwaters sem o compromisso de dormir num barco e se desligar da civilização pode fazer um tour mais curto, com duração de um dia ou uma tarde – foi essa a opção que nós escolhemos: passamos quatro horas num barco sem motor, que circulou pelos canais, parou numa plantação de arroz, numa casa à beira do canal e com direito a um almoço típico da região: peixe frito no óleo de coco, servido com arroz e molhos picantes numa folha de bananeira. Esse tipo de trajeto pode ser feito em diferentes barcos (mais ou menos modernos, com ou sem motor). O preço varia entre 5 a 25 reais por pessoa (muito barato, né?).
Corridas de barco
Durante o ano acontecem corridas de barco. São as boat races, também chamadas de chundan vallams, que tomam conta dos canais do Kerala. Tais corridas são em barcos especiais, os snake boats, que são bem longos (cerca de 30 metros de comprimento) e, por isso, lembram uma cobra.
As mais famosas são a Nehru Trophy Boat Race, que acontece perto de Allapuzha no segundo domingo de agosto; a Champakulam Moolam Boat Race, no Rio Pamba, em julho; e a Indira Gandhi Boat Race, em Cochin, na última semana de dezembro. No site Snake Boat Race Kerala dá para conferir as datas de todas as próximas corridas.
Como chegar lá
O Kerala conta com três aeroportos, em Thiruvanthapuram (Trivandrum), Kozhikode (Calicut) e Cochin. Essas cidades também têm boa conexão de trens com o resto da Índia.
Saiba mais: O Que Fazer em Cochim: a Índia dos Navegadores Portugueses
Dicas de hospedagem
Se você é do tipo que enjoa, prefira dormir num hotel e passear de barco durante o dia. Também escolha um hotel se você estiver precisando economizar na hospedagem. Veja hotéis em Alappuzha no Booking.com.
Seguro
Vai viajar? O seguro de viagem é obrigatório em dezenas de países e indispensável nas férias. Não fique desprotegido na Índia. Veja como conseguir o seguro com o melhor custo/benefício para o país – e com cupom de desconto.
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Obrigado pela resposta rápida, Luiza. De facto, comigo é justo o oposto. Morando na Europa, monumentos já eu vi milhões, mas florestas tropicais é que não existem aqui.
Então o sul é uma boa ideia para seu roteiro!
Oi Luiza, estou planejando a minha viagem à Índia em novembro desse ano. Como vou ficar só um mês e a Índia é muito grande, não vou conseguir visitar todos os lugares. Estou indeciso em relação aos sítios a visitar. Como tenho que ir obrigatoriamente a Goa (pois tenho lá família), achei que talvez fosse mais proveitoso descer a partir dali e conhecer o sul (Kerala). Mas aí fico com pena de não conhecer o norte, Dharamsala, Jaipur, Jodhpur, Varanasi e essas cidades. O que você me aconselha?
Oi Frederico, tudo bem?
Olha, de fato a Índia é enorme e fica complicado cruzar o país. Como você tem que ir a Goa, pode ser interessante conhecer o sul mesmo. No ebook que acabamos de lançar damos algumas sugestões legais de roteiros no sul para 30 dias.
Mas se você preferir ir para o norte, não é difícil, é só pegar um avião para Delhi! Eu pessoalmente prefiro o norte, acho bem mais interessante e diferente – talvez pr ser brasileira e achar o sul muito parecido com o que eu já tenho em casa.
Sou leitora nova aqui do blog (que eu tô adorando!!) e do conceito de “nômade digital” e tenho buscado mais e mais informações sobre isso, pois já tenho a certeza que é o que eu desejo pra minha vida: o ambiente de escritório me deprime e viajar é liberador.
Vocês são jornalistas e trabalham produzindo conteúdo, gostaria de saber como funciona isso mais na prática, por exemplo, como vocês recebem pelo trabalho estando em várias partes do mundo? Como fica a questão das passagens de um país para outro? E quanto ao visto e tal? Como são os procedimentos em geral?
Perdoem-me se as perguntas são um pouco óbvias rs, mas eu realmente estou interessada nisso. Se vocês já falaram sobre isso em outros posts, poderiam me informar os links? Desde já agradeço!! abraço e muito mais viagens!!
Oi Mariana,
Temos alguns post sobre o assunto, que respondem a maioria das suas dúvidas: https://www.360meridianos.com/2013/04/nomade-digital-vida-com-mochila.html
Também criamos um grupo de discussão sobre o tema no Facebook: https://www.360meridianos.com/noticia/grupos-nomades-digitais
bjs
Muito bacana!
Acompanho o (Maravilhoso) blog a muito tempo e a cada post a vontade de largar tudo e fazer o que realmente quero aumenta!
Obrigada Renan! Espero que sua vontade se realize 😉