A gente passa boa parte da vida estudando o descobrimento. Aprendemos como os portugueses queriam encontrar um caminho marítimo para as Índias, como talvez não tão sem querer assim eles vieram parar na América do Sul, como encontraram pessoas por ali e resolveram chamá-las de índios, trocaram espelhos por ouro e rezaram a primeira missa no alto de um morro. A gente estuda isso tudo e pode até mesmo visitar o Marco do Descobrimento, em Porto Seguro (BA), cenário de boa parte dessas histórias do inicinho do país.
A um oceano de distância, em Lisboa, está a outra ponta desse conto. Foi de Belém, uma vizinhança às margens do rio Tejo, que as famosas caravelas de Cabral deixaram as terras lusitanas em direção ao Brasil.
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Mais de 500 anos depois, o bairro exala história – a nossa e as outras. Ainda bem que hoje não é preciso passar dias em um navio no caminho de volta dos portugueses para descobrir as belezas do lugar: basta pegar o elétrico 15 – que passa na Praça do Comércio – e percorrer os 6km que separam a vizinhança do centro de Lisboa.
A Torre de Belém e o Padrão dos Descobrimentos
Portugal já foi um império gigantesco. Um dos mais importantes do mundo. A gente vê influência da cultura, arquitetura e língua portuguesas em lugares longínquos, como Málaca, Goa, Cochim e Macau. Eles tiveram colônias prósperas, criaram um país gigantesco na América do Sul e dominaram os sete mares.
É claro que os portugueses se orgulham pra caramba dessa história e da forma como eles contribuíram para deixar o mundo do jeito como ele é hoje. Para celebrar a glória dos tempos em que o país era uma potência e comemorar os quinhentos anos de morte do Infante D. Henrique, foi inaugurado, em 1960, o Padrão dos Descobrimentos. A escultura imita uma caravela estilizada e reúne alguns dos maiores navegadores e personalidades da época, alguns deles velhos conhecidos nossos, como Luís de Camões – o poeta- , Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral.
A comemoração não termina por ali. No mesmo ano, a África do Sul ofereceu de presente para Portugal uma rosa dos ventos enorme, com um mapa mundi no centro que mostra a rota dos grandes navegadores dos séculos 15 e 16. Basta subir o Monumento (custa 4 euros) para ter acesso a essa vista aqui, ô:
Outro lugar para se ter uma visão geral da Rosa é justamente do alto de uma das construções mais emblemáticas do bairro: A Torre de Belém. Ao contrário dos outros dois monumentos, a Torre não é uma simples homenagem, mas sim uma autêntica testemunha da história portuguesa.
Inaugurada em 1520, tinha como função a defesa da barra do Rio Tejo e também já foi usada como prisão. Ao longo dos séculos, passou por inúmeras modificações, até que, em 1983, foi declarada Patrimônio Mundial pela UNESCO.
Além do exterior belíssimo, a Torre oferece uma vista privilegiada da vizinhança. A entrada custa 5 euros, mas uma boa ideia é comprar o ticket combinado com o Mosteiro dos Jerônimos, que sai a 10 euros.
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O Mosteiro do Jerônimos
Belém possui outro patrimônio histórico da UNESCO não muito longe da Torre. O Mosteiro dos Jerônimos concorre com o Castelo de São Jorge como a principal atração de Lisboa. Também construído na época da prosperidade trazida pelos descobrimentos, o mosteiro é apenas um ano mais novo que o Brasil, de 1501, apesar de só ter sido finalizado quase cem anos depois.
O conjunto impressiona pela arquitetura, que esconde, na fachada, menções a essa gloriosa era na história de Portugal. Alguns dos maiores heróis nacionais estão enterrados ali dentro, como Vasco da Gama, Luis Vaz de Camões e Fernando Pessoa.
A entrada custa 7 euros, mas lembre-se da dica da entrada conjunta com a Torre de Belém.
Pastéis de Belém
Uma vez, enquanto explorávamos as ruas de Kuala Lumpur, vimos uns doces que se pareciam com nossos conhecidos quitutes portugueses. Curiosos que somos, paramos para comprovar que ali, no centro da maior cidade da Malásia, as pessoas faziam fila para comprar os famosos Pastéis de Nata. Se esses traço da cultura portuguesa foi parar tão longe e até no Habibs, é graças a essa fábrica localizada ali mesmo, em Belém.
A Fábrica de Pastéis de Belém foi a primeira a comercializar o doce, em 1837, e a receita original é mantida em segredo até hoje. Para apreciar o quitute como um local, coma-os ainda quentinhos, polvilhados com canela e açúcar.
O endereço da loja é Rua de Belém, 84 a 92.
Museu da Nacional dos Coches
Carruagens, carruagens e carruagens. De princesa, de rainha, liteira e até de Papa. É isso que você vai encontrar no Museu Nacional dos Coches, simplesmente o museu público mais visitado de Portugal. Os coches expostos ali abrangem três séculos de história desse meio de transporte e vão dos mais comuns aos mais sofisticados, utilizados por quem esbanjava riqueza.
O museu possui um aplicativo de celular que serve como guia para a sua visita e, melhor de tudo, oferece internet wi-fi grátis para que você possa baixá-lo e dar aquela checada básica no face. A entrada custa 5 euros.
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A bola ainda é dela e ninguém brinca. Por isso que não vai pra frente
Hummm esses pastéis de Belém são sensacionais! Se tiverem a oportunidade, não deixem de experimentar o bolinho de bacalhau que vendem nessa loja, é divino!
São deliciosos mesmo, Bruna. Não provei o bolinho, obrigada pela dica!