Por volta do final do século 19, Bram Stoker, autor irlandês, pesquisava mitologia europeia para escrever seu novo romance. Uma história de terror, envolvendo vampiros. Reza a lenda que ele viu num livro uma foto do Castelo de Bran, na Transilvânia, e decidiu que ali seria o local ideal para o seu personagem principal, o Conde Drácula, habitar.
Drácula foi publicado em 1897 e transformou completamente a percepção do mundo sobre a Transilvânia e a Romênia.
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A verdade é que Stoker nunca pisou no Castelo de Bran. Foi só na imaginação e descrição dele que se tratava de um lugar tenebroso. E para completar o tamanho da lenda e confusão, Vlad Tepes, o governante que mandava empalar os inimigos e inspirou o personagem do Drácula, nunca morou em Bran. Seu exército passou por ali por volta de 1459, num conflito com Brasov.
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Toda essa confusão histórica e mitológica com o Castelo de Bran faz com que muita gente fique, hum, meio frustrada ao visitar o local.
Afinal, esperam achar ali um tenebroso castelo que arrepie os pelos do pescoço, mas encontram um castelo medieval comum, pequeno e definitivamente nada assustador (isso no verão – nos meses de inverno, o frio e a neblina ajudam a construir um clima mais de filme de terror, pelo menos foi o que me contou uma amiga que acabou de fazer a visita em janeiro).
Bran no inverno. Foto: Natália Fernandes
Uma das passagens secretas e único lugar assustador de todo castelo
De qualquer forma, a falta de clima não quer dizer que Bran é desinteressante. Dentro do castelo a disposição dos cômodos é meio labiríntica, resultado de anos de usos diferentes dados à fortaleza.
A verdadeira história do Castelo de Bran
O Castelo de Bran foi construído no alto de uma colina de 200 metros, em 1212, por Cavaleiros Teutônicos. Mais tarde, o Rei Húngaro Luis I, em 1377, deu os castelos aos saxões de Brasov, passando a eles o privilégio de construir ali uma cidadela.
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Durante os anos seguintes, serviu como um centro comercial, por ficar bem na fronteira entre a Transilvânia e a Valáquia, e uma fortaleza. Foi atacado diversas vezes até que começou a perder importância no século 19, por causa da destruição e da mudança estratégica das fronteiras romenas.
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Com a unificação da Romênia, em 1920, Bran tornou-se uma das residências oficiais, um presente do povo de Brasov à Rainha Maria. Em 1956, passou ao poder dos comunistas e tornou-se museu. E, até hoje, o castelo é uma mostra de cerca de 60 quartos, conectados por passagens e escadas, apresentado aos turistas arte, decoração e armas da realeza.
Além da visita ao castelo, também há um Museu Etnográfico ao ar livre nos arredores, com uma pequena vila construída em estilo medieval, após a entrada nos domínios de Bran.
A visita ao Castelo de Bran
O Castelo de Bran fica a 2h30 de Bucareste e 35 minutos de Brasov. É possível chegar lá de carro. Mas para quem vai de transporte público, partindo de Bucareste, é preciso pegar um trem até Brasov, que sai de hora em hora (a viagem dura 3h30).
Depois, de Brasov, há diversos ônibus diários que saem do Terminal 2 da cidade (é o mesmo que fica próximo à estação de trem). A passagem de ônibus é baratinha: 5 lei. Considere incluir a fortaleza de Rasnov na mesma visita.
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Na alta estação (de abril a setembro), o Castelo de Bran abre nas segundas, de 12h às 18h, e de terça a domingo, entre 9h e 18h. Na baixa temporada (outubro a março), o horário de fechamento é às 16h. A entrada custa 35 lei (cerca de €7,80) para adultos, com descontos para idosos, estudantes e crianças. Não há taxa de fotografia para este castelo. Mais informações no site oficial.
P.S. Vou ser sincera: a visita ao Castelo de Bran é interessante, mas se você só tiver tempo de conhecer um dos castelos da Transilvânia, vá ao Castelo de Peles, em Sinaia.
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