Na mudança para Portugal, meu voo desceu em Lisboa durante a noite. Decidi ficar um dia na cidade e só no dia seguinte seguir para Coimbra. Certamente, é pouco tempo para conhecer uma cidade grande e cheia de atrações como Lisboa – você pode conferir aqui o roteiro de o que fazer em Lisboa em 3 dias. Mas deu para conhecer um pouquinho do lugar, apesar da chuva torrencial que resolveu me receber. Com as condições climáticas pouco favoráveis, tive que refazer meu roteiro e acabei concentrando a visita à região próxima ao hostel. E foi assim que conheci o Castelo de São Jorge.
O local é parte muito importante para quem quer entender a história de Lisboa. O Castelo de São Jorge só ganhou esse nome no século 14, época que era residência dos reis portugueses. Mas foi construído no século 11 pelos muçulmanos que haviam invadido a Península Ibérica três século antes.
Nessa época, nem Lisboa chamava Lisboa. Era al-Ushbuna para os árabes, um grande centro administrativo e comercial próximo ao rio Tejo, uma das maiores cidades europeias durante a Idade Média.
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O que fazer em Lisboa: roteiro de 3 dias
O que conhecemos hoje como Bairro de Alfama era, na época, o grande núcleo urbano, protegido por muralhas de 200 metros de largura, conhecidas como Cerca Moura. O castelo fortificado no topo do monte era a Alcáçova, onde ficava o centro do poder da cidade. Ali por perto também havia um palácio e uma grande mesquita.
Pesquisas arqueológicas mostram que essa região não foi escolhida aleatoriamente pelos mouros (nome dado aos povos árabes do Norte da África que conquistaram uma parte considerável do sul da Europa durante a Idade Média). Acontece que essa área de Lisboa já vinha sendo habitada por Fenícios, Gregos e Cartaginenses desde o século 7 antes de Cristo. Os romanos também construíram uma estrutura defensiva estrategicamente morro acima.
Enfim, no século seguinte, os cristãos partiram para a conquista da Península. Quem estava a frente da tentativa de reconquista de Lisboa, ou melhor, al-Ushbuna, era D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal. Ele tentou em 1137, mas acabou perdendo a batalha para as muralhas da cidade. Somente em 1147, com ajuda dos cavaleiros das Cruzadas e com centenas de barcos cheios de soldados, foi feito um cerco à região que durou 5 meses.
Há uma lenda sobre como os cristãos e cruzados conseguiram finalmente furar as muralhas: uma das portas que dava acesso à cidade foi finalmente arrombada. Para impedir o seu fechamento, o português Martim Moniz jogou seu corpo para permitir a entrada dos companheiros, morrendo esmagado no processo. Fato é que em 25 de outubro de 1147 Lisboa foi oficialmente conquistada pelos cristãos.
Dom Afonso Henriques tomou posse da cidade no dia 1 de Novembro, na Catedral da Sé de Lisboa, também conhecida como Igreja de Santa Maria Maior, construída no local onde ficava a Grande Mesquita de al-Ushbuna.
O mesmo tipo de remodelamento acontece com o castelo onde ficava alcáçova. Os edifícios fortificados foram ampliados e adaptados para se tornarem residências do Rei e sua corte. O novo paço real foi nomeado Castelo de São Jorge pelo Rei D. João I. O castelo manteve a função de paço real até o século 16.
A Sé de Lisboa
A partir de 1580, Portugal foi integrado à Coroa da Espanha e o rei e a corte se mudaram para o Paço da Ribeira. O Castelo de São Jorge ganhou caráter militar, sendo utilizado como prisão e fortificação. Em 1755, com o terremoto que assolou Lisboa, várias áreas desabaram e construções novas foram feitas sobre as ruínas.
O Castelo chegou ao século 20 como uma área militar pouco preservada. Felizmente, em 1910, o Castelo de São Jorge foi classificado como Monumento Nacional e a partir de 1938 começaram grandes obras de restauração, que acabam descobrindo vestígios do antigo castelo mouro e do paço real. Nos anos 1990, outras obras de reconstrução tiveram vez.
Visita ao Castelo de São Jorge, Lisboa
Hoje, o Castelo de S. Jorge é o monumento mais visitado de Portugal! Já na entrada dá para ter uma vista incrível de Lisboa, com miradouros e jardins ao redor, que remontam a época do antigo Paço Real. O castelo ainda preserva 11 torres, sendo as mais importantes a Torre de Menagem, a Torre do Haver ou do Tombo, a Torre do Paço, a Torre da Cisterna e a Torre de São Lourenço. Também há uma área de exposição permanente.
O Castelo fica aberto à visitação todos os dias da semana. Saiba mais informações no site oficial.
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*Crédito Imagem Destacada: Lrocha – CC BY-SA 3.0
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Oi Luiza , estou fazendo uma pesquisa para o meu curso técnico e calhou que meu monumento á ser explicado é exatamente o Castelo de São Jorge .
Vc poderia me tirar umas dúvidas como o estilo arquitetônico do castelo e o arquiteto que o fez ? Desde já , muito obrigado !
Abraços
Oi Everton,
Todas as informações que eu sei sobre o castelo já estão no post, não sei te dar mais detalhes específicos. Mas talvez você encontre no site oficial.
o castelo é estilo selvagem, pois ja reconstruido pelo saloio do salazar, os selvagens dos romanos aqui á uns dias atrás,etc.os Fenicios foram os que fizeram o melhor trabalho.
o arquiteto foi o Tomaz Taveira que tem o cerebro ligado a tripa cagueira,o qual tinha a fama de ter uma granda mangueira, (arvore de mangas) juntamente com o socrates que foi o ultimo a ganhar alguma guita com as adjudicações para as obras do mesmo. Lógicamente foi um amigo que lhe emprestou o dinheiro, bem como todo o dinheiro que ele tem que lhe foi emprestado por amigos e familia…?
Pena tenho eu de não ter amigos desses.
Agora depois de alguns dias hospedado em casa em casa, expira oprazo de divida, não paga nada aos amigos, e fica na maior. Será que ele não quer ser nosso amigo agora? hummm, this story stinks.
Voces sabem se existe alguma festa no dia 23/04 ao dia de São Jorge aqui na área do Porto ou ate mesmo cidades próximas. Sou devoto de Sao Jorge e este ano estarei por aqui, gostaria de ir ate a alvorada de Sao Jorge.
Obrigado
Diogo
Não sei Diogo, desculpe
Texto claro e objetivo, um presente para o leitor.
Muito obrigada pela informação,
Maria
Muito bom Luiza, Lisboa é realmente encantadora, quero muito voltar lá.
Beijo
Oi Luiza!! Primeiro, parabéns pelo blog, descobri recentemente e já virou um dos meus preferidos de viagens! O trabalho de vocês é ótimo!! Adorei esse post do Castelo, quando eu estive lá também chovia! Houve uma trégua e conseguimos tirar lindas fotos, mas depois caiu o maior temporal que já tomei na vida! hehehe Volto lá esse ano e com esperança de menos chuva (ou ao menos sem temporal!), foi ótimo saber toda a história dele com tantos detalhes! Parabéns mais uma vez!!
Ei Bárbara,
Eu vou voltar lá em Novembro, espero que esteja chovendo menos, mas a probabilidade é que chova, já que é inverno..
obrigada!
Adorei! =)
Oi Luiza, que legal você ter feito um post sobre o lugar onde eu trabalho!!! Pelo texto, vc deve ter feito uma visita guiada com algum de meus colegas, verdade? 😉 Pena não ter te conhecido, sou seu leitor do blogue há mais de um ano…e estou indo para a Índia em menos de um mês. Vc teria com certeza boas dicas pra me dar. Parabéns pelo texto. Apenas duas correcções: em Portugal, todos os reis são Dons, e não apenas João I ou Manuel II. Outra coisa: o Castelo não é um dos monumentos mais visitados de Portugal, mas sim o mais visitado. 🙂
Abraços!
Ei Frederico,
Não fiz a visita guiada, infelizmente. Por conta da chuva e do horário que cheguei, não tive como esperar. Pretendo voltar lá e tentar fazer a visita guiada sim, quem sabe com você =)
Obrigada pelas correções, vou trocar no texto!
abraços