Hoje começa o verão europeu. Aeeeee! Dia 20 de junho é o mais longo do ano, o dia do domínio do sol, o dia que abre a temporada de ir para a praia ou piscina. De se sentar no parque ou na praça. Sim, eu adoro verão e nem ligo tanto para o calorão. Se você está aí odiando o frio no Brasil ou o inverno que chegou em Game of Thrones, ou está de viagem marcada para o verão na Europa, segue aqui a minha singela contribuição com as suas férias.
Porque, para mim, verão combina com duas coisas especiais: boteco e cerveja. Boteco mesmo, esses de mesa na rua, nada muito metido a besta. Porém, depois de tantas temporadas nessa Europa, viajando e morando, tenho certeza em afirmar que a cultura de boteco no Brasil – especialmente em BH – é infinitamente superior. Falta aqui na Europa a noção do compartilhamento: não se compartilha nem a cerveja, nem as porções de comida. No bar é cada um com o seu e às vezes é difícil achar um lugar daqueles para você se sentar com os amigos às 15h da tarde e só sair meia-noite.
Isso não quer dizer, porém, que não existam bons bares na Europa. Muito pelo contrário, algumas cidades que já visitei têm lugares e tradições botequeiras bem legais e que certamente valem uma visita, uma sentadinha descompromissada numa esplanada ou até mesmo beber uma cerveja na rua mesmo.
Vamos à minha lista – que inclui somente lugares em que eu já me sentei para beber e curti muito. Se você tem uma dica extra, deixe nos comentários.
Lisboa
Arrisco dizer que Portugal é o destino mais bombado do verão europeu de 2016, finalmente descoberto pelo resto do continente, que antes ia direto para o Algarve. O resultado é que é impossível andar pelas ruas do Bairro Alto ou de Alfama e não ouvir uns 25 idiomas diferentes. A questão é que Lisboa ainda está conseguindo manter sua autenticidade, mesmo em meio a esse tanto de turistas.
O massa de beber no Bairro Alto, Rato, Príncipe Real ou Alfama é que em todos esses bairros você vai achar tasquinhas que vendem um chopp (ou príncipe, como eles chamam) por 1 euro – sem contar, claro, os vinhos por €1,50. Dá para sentar na calçada ou ir bebendo na rua, de bar em bar, no melhor estilo botecocrawl, ladeira acima e abaixo. Se você quiser uma cerveja de melhor qualidade do que a Sagres ou Super Bock, a modinha maravilhosa de cervejas artesanais já chegou em Portugal e tem alguns bares dedicados a essas delícias. Dá uma olhada nesse texto aqui do pessoal do Almost Locals.
Barcelona
Se Lisboa está bombando agora, Barcelona é Barcelona há anos. Espere encontrar multidões circulando pelas Ramblas e pelos labirintos do Bairro Gótico. Mas a fama da cidade é totalmente justificada, porque tem MUITOS lugares legais e despretenciosos para tomar uma Estrella Damm, uma Heiniken, uma Paulaner… Um pint de cerveja costuma custar uns 3,50 euros.
Meu bairro favorito para beber lá foi o Gracia, com as suas pracinhas que são ótimas para ficar na rua e aproveitar o clima quente. Durante a estação, a Plaça del Sol, por exemplo, enche de gente sentada no chão todas as tardes. A Naty já fez o favor de fazer um post com os bares favoritos dela lá e garanto, são ótimos: fica a dica!
Atenas
Muita gente considera Atenas o patinho feio da Grécia, mas eu tive a sorte de conhecer a cidade com os olhos e as dicas de uma moradora. Minha amiga lá me levou em um monte de bares sensacionais frequentados pelos gregos e que a grande maioria dos turistas ignora. Você pode provar uma Alfa, a tradicional cerveja local, e explorar os bares nos bairros de Exarchia, Kolonaki, Psirri e Gazi. Veja aqui minhas dicas de bares.
Ps.: Se você quiser explorar ainda mais a cultura botequeira grega, ao invés das ilhas, corra para Tessalônica, a cidade com a maior população jovem da Grécia e uma noite de fazer inveja em muita capital por aí.
Budapeste
Outra cidade que tive a sorte de conhecer guiada por uma moradora local. Mas você nem precisa de um guia húngaro para explorar as maravilhosidades escondidas – ou nem tanto – do Distrito Judeu. Por ali, estão os pubs ruínas (já escrevemos sobre eles aqui) um conjunto de bares construídos em prédios abandonados, cada um com estilo diferente.
Por mais que eu seja uma amante convicta de cerveja, por ali a bebida do verão é o fröccs (pronuncia-se frotch). Vinho misturado com água gaseificada. Super refrescante.
Milão
Eu bem me lembro da primeira vez em que estive na Itália e nós ficamos dias circulando por Roma em busca de um boteco perfeito. Não encontramos nada assim por lá, apesar de que vimos algum potencial no Trastevere no último dia. Ao longo dos anos, sempre que volto a Itália (um dos meus países favoritos no mundão) fico de olho nos bares: Bolonha merece sem dúvida uma salva de aplausos, mas como é uma cidade universitária, no verão esvazia. Nápoles também é muito massa e animada.
Mas a noite que realmente me empolgou na Itália foi a de Milão. Essa nem é a minha cidade favorita do país, mas os bares no Navigli e Colonne di San Lorenzo valem muito a pena. Começam a encher no happy hour, mais conhecido como Aperitivo, em que os bares fantasticamente servem comida para quem pede uma bebida. E depois ficam lá, cheios de gente até tarde da noite, gente que bebe nas esplanadas, nas calçadas, onde tiver espaço.
Bucareste
A animação dos bares de Bucareste me surpreendeu. A capital da Romênia tem um potencial incrível de bares legais no centro velho, também conhecido como Distrito de Lipscani: basicamente, em todas as ruas tem uma fila deles, para todos os gostos. Mais com cara de boteco, mais com cara de restaurante, mais com cara de boate.
As ruas ficam lotadas, as mesas ficam nas ruas, os preços são incrivelmente baratos e os prédios dessa região são muito lindos.
Bruxelas
Não dá para falar de cerveja e não falar em Bruxelas. A cerveja belga é eternamente campeã de melhor do mundo e a capital da Bélgica tem uma cultura de bares (apesar deles chamarem os bares de cafés¯ \ _ (ツ) _ / ¯). O truque em Bruxelas é evitar os bares caros do centro da cidade – apesar de que vale a pena ir um dia ao Delirium, que tem 2004 rótulos de maravilhas – e ir para os bairros ao redor que são frequentados pelos belgas, que gostam de beber na rua e pagar mais barato pelas suas cervejas.
Recomendo a Parvis de St. Gilles e o bairro Flagey e já até escrevi exatamente quais “cafés” você deveria visitar por lá nesse post aqui.
Praga
Eu confesso que não sou uma grande fã de Praga, desde o meu incidente com o porco, mas não quer dizer que eu deixo de indicar a cidade (e o país, que é um dos maiores consumidores de cerveja do mundo). No último verão, eu explorei o interior da República Tcheca e até visitei a fábrica da Budvar, a Budweiser original.
Enfim, é preciso incluir Praga na lista, porque a cidade é famosa pela vida noturna, a cerveja lá custa 24 coroas (1 euro) e tem muitos bares. Inclusive, nós já escrevemos dois posts com dicas sobre o que fazer por lá. Uma dica extra é: se você quiser conhecer mais das cervejas tchecas e explorar outros bares no país, siga para Cesky Krumlov, Pilsen e Brno.
Berlim
Berlim é a capital “cool” da Europa e não podia deixar de finalizar a lista com a cidade. Berlim é diferente no verão, porque o pessoal fica mais bem humorado e vai beber na rua. Porém, é importante dizer que os alemães ficam incomodados se você fala alto no bar. O que pode ser meio chato se você está em grupos maiores. Os bares em Neukölln e Kreuzberg foram meus favoritos. Vale lembrar que, no verão, parques e praças da cidade também viram lugares ideais para beber. Recomendo também uma olhada nas dicas do pessoal do Fototrasse.
ps. Claro, não dá para falar de cerveja e encher a cara sem lembrar da Oktoberfest em Munique. É legal ir lá mesmo fora da época da festa, visto que as cervejarias todas estão abertas ao público e nos parques da cidade, no verão, também ficam abertos os biergartens.
Este post faz parte de uma blogagem coletiva feita entre várias blogueiras amigas que moram na Europa. Você pode conferir todos os posts sobre o verão europeu que fizemos na listinha abaixo:
Dicas valiosas!!! Parabéns!
Top!
Até que enfim chegamos no verão!
Um local bacana para se beber uma cerva bem gelada é em Capri.
🙂
Finalmente o verão! 🙂