Depois de explorar as ruas medievais da Vieux Lyon, ver as ruínas romanas e se perder no labirinto de Traboules, é hora de atravessar a cidade e explorar a vizinhança de Croix Rousse. Um pouco mais moderno, esse distrito, que nasceu independente e só se tornou parte de Lyon em 1852, não faz com que você se sinta na Idade Média, na Renascença e muito menos no Império Romano. Ali, as ruas exalam um ar charmoso e boêmio que remete ao século 19.
O bairro está localizado no alto de uma colina de mesmo nome, oposta ao morro da Fourvière. Para chegar lá, o jeito mais legal é subindo as escadarias da Montée de La Grand-Cotê, um caminho cheio de restaurantes e casinhas fofas, atravessar uma praça e seguir morro acima pela Rue des Pierres Plantées. Logo que você vencer a escalada, vai se deparar com um praça ampla, cercada de bares, cafés e restaurantes. Do lado esquerdo fica um dos muitos tradicionais mercados de rua da vizinhança. Se você for no verão, aproveite para comprar cerejas frescas. Do lado direito, outra praça oferece uma ótima vista de Lyon e dos rios que cortam a cidade.
E não apenas as colinas da cidade são opostas, mas também a fama delas. No século 19 elas ganharam apelidos curiosos dos moradores locais: enquanto a primeira é o “Morro do Trabalho”, a outra ficou com o título do “Morro da Fé”. Isso porque, enquanto a Fourvière é conhecida pela bela basílica que fica em seu topo, em Croix Rousse as principais atrações são os tradicionais ateliês de seda.
A produção de tecido começou em Lyon por volta do ano 1805, em prédios de janelas grandes (para permitir a entrada da luz do sol) e com mais de quatro metros de altura (para acomodar as grandes máquinas usadas na época). Como qualquer outra indústria da época da revolução industrial, as condições de trabalho dos tecelões eram precárias. Eles trabalhavam de 14 a 20 horas por dia e não tinham qualquer proteção contra a inalação da poeira que era criava a partir da produção da seda. Você já sabe como essa história progride: em 1830 e em 1834 os tecelões se revoltaram e fizeram greve, o que terminou com centenas deles mortos.
Hoje em dia, a maior parte dos ateliês funciona em prédios chiques, mas alguns deles preservaram seu valor histórico e oferecem visitas guiadas sobre as condições de trabalho no século 19 e a produção da seda naquela época e hoje. Procure pelas fábricas Maison de Canuts, Atelier de Passementerie e o Atelier de Tissage para esse tipo de tour.
A viagem à França foi patrocinada pela Hosteling International como prêmio pelo concurso Big Blog Exchange
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