Quando eu estive em Milão, em setembro, para participar do Blogville Lombardy*, fiquei hospedada junto com outros quatro blogueiros num apartamento na região de Navigli, perto da Porta Ticinese. Durante o dia, era só uma praça movimentada por carros e trams. Eu não contava que o início do entardecer transformasse aquilo ali numa experiência completamente diferente.
Tanto a região de Navigli, com as ruas do Naviglio Grande e Naviglio Pavese, quando a região vizinha, da Colonne di San Lorenzo, ficam cheias de pessoas ocupando as calçadas, bebendo, conversando e aproveitando a noite.
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Pôr do Sol no Naviglio Grande
Há uma grande quantidade de bares e restaurantes servindo aperitivo, aquela tradição italiana do Happy Hour, que de 18h às 21h oferece um buffet de comida grátis para quem compra um drink. Sinceramente, não é necessário uma indicação de lugar. O ideal é circular mesmo.
De segunda a segunda, tinha movimento. Mesmo num dia de chuva, quando eu fiquei com preguiça de sair para explorar, ouvia na janela do meu quarto um som de uma banda ao vivo, localizada numa das marquises disponíveis. O pessoal fica na rua, bebendo e conversando, até tarde. Depois, os mais animados seguem para as boates da região.
A área do Navigli e Colonne di San Lorenzo é uma mistura entre alternativo e tradicional. Dá para ver claramente que tem um monte de “tribos” misturadas, bebendo lado a lado nas sarjetas e se divertindo na noite milanesa. O legal também é que trata-se de uma zona cheia de história.
O distrito dos canais, por exemplo, tem uma história que começou lá no século 12 e durou até o século 19, período em que foram construídos para ligar Milão ao Lago Como, Lago Maggiore e o rio Ticino. Foram nesses cursos d’água feitos pelo homem, por exemplo, que foi transportado o mármore para a construção do Duomo de Milão. Além disso, o sistema de barragens foi projetado por ninguém mais ninguém menos do que Leonardo da Vinci. Aliás, no Naviglio Pavese é possível ver uma dessas barragens ainda.
Os canais caíram em desuso como meio de transporte com a chegada dos trens e carros. Hoje, é possível fazer passeios de barco por algumas rotas dos canais. Eu fiz o passeio da Navigare in Lombardia, que sai do Naviglio Grande, 4, custa 12 euros por pessoa e dura uns 40 min. Apesar de ser um passeio bonito, achei o preço meio salgado e não sei se faria novamente. Acho que só caminhar pela beira do canal pode ser mais interessante.
Já a Colonne di San Lorenzo, que fica a uns 700 metros da Porta Ticinese, é uma continuação da movimentação dos canais, mas com opções mais em conta de restaurantes e um ar um pouco mais alternativo. As tais colunas foram construídas com materiais do período romano e foram movidas para ali desde a construção de uma das igrejas mais antigas da cidade, a Basílica de San Lorenzo Maggiore. Não há dados certos sobre a data da construção, mas os achados mais antigos são do século 5, ou seja, bem no princípio do cristianismo.
Um drink nessa região de Milão custa por volta de 7 ou 8 euros. Já uma cerveja ou taça de vinho fica na casa dos 4 euros. Como já disse antes, não tenho uma indicação específica de bar. Sinceramente, nós ficávamos zanzando de bar em bar até cansar.
Mas tenho uma excelente sugestão de restaurante. É que, em geral, a comida por lá é meio cara. Foi nessa busca por um lugar mais em conta que achamos o Le Striatelle. A especialidade da casa são essa espécie de sanduíche, com dezenas de opções de recheios diferentes, feita num pão chapado. Lá também tem massa fresca. Fica na Via Vigevano, 13. Aberto até 0h.
Ah, outra dica é a Rinomata Gelateria, que fica lotada durante a noite e tem uns gelatos artesanais maravilhosos! Fica bem no meio do fervo, na Ripa di Porta Ticinese, 1.
*O Blogville Lombardy é um projeto que reúne blogueiros do mundo inteiro por um mês para conhecer a região da Lombardia, na Itália. Com isso, todos os passeios que eu fiz por lá, assim como a minha hospedagem, foram custeados por eles.
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