A foto mais famosa de Elvas é tirada do alto, de onde se vê os fortes em formato de estrela, que fazem parte da lista dos Patrimônios da Humanidade, em Portugal. Nesse post você descobre o que fazer em Elvas, no Alentejo. A história da cidade, como visitar o forte de Santa Luzia e o Forte da Graça e arredores, e outras dicas de viagem: como chegar, mapa e hotéis.
Onde fica Elvas, Portugal: mapa e como chegar
Elvas é uma cidade no Alentejo, bem próxima à fronteira de Badajoz, na Espanha. O rio Guadiana, que é um de seus limites, também marca a divisa com o país vizinho.
Elvas é considerada a maior cidade fortaleza do mundo: a estrutura de defesa, que inclui castelos, muralhas, aqueduto e os tais dois fortes em forma de estrela, é o maior e mais bem conservado conjunto de fortificações abaluartadas do mundo, que cobrem um perímetro de mais de 10 km.
Para chegar em Elvas, a melhor opção é ir de carro: assim você conhece a cidade e os dois fortes com facilidade. Leia aqui nossas dicas de como alugar carro em Portugal mais barato. E não deixe de pesquisar entre diferentes locadoras através da RentalCars.
De Évora até Elvas são 84 km pela A6 (com portagens/pedágios) ou 87 km pela N254 (sem portagens, mais lenta). Quem tem menos tempo, pode pensar num passeio tipo bate-volta, passando também por Vila Viçosa.
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Há 3 horários de ônibus/autocarro de Évora até Elvas, uma viagem de cerca de 1h15. A viagem custa desde €12,50.
Onde ficar em Elvas, dicas de hotéis
Se presente dormir em Elvas, confira uma pequena lista de hospedagem na cidade, para todos os estilos de viajantes:
Mochileiro: Very Typical Hostel
Econômico: Cool GuestHouse
Conforto – Custo/benefício: Hotel D. Luis – Elvas – 3 estrelas
Luxuoso: Vila Gale Collection Elvas – 4 estrelas
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Se você pretende fazer apenas um bate-volta até Elvas, não deixe de conferir as nossas dicas de onde ficar em Évora, com sugestões de hotéis na cidade.
Se seu roteiro incluir a Espanha, veja aqui boas opções de hospedagem em Badajoz.
História das fortalezas de Elvas, Portugal
Elvas foi a primeira cidade fronteiriça portuguesa a tornar-se fortificada permanentemente depois da restauração da Independência contra a Espanha, que governou o país por 20 anos após a crise sucessória iniciada com o sumiço de D. Sebastião.
Saiba mais: A história de Dom Sebastião de Portugal, o rei que sumiu
A revolução que devolveu o controle do Reino de Portugal aos portugueses ocorreu em 1640. Daí até 1668, os dois países estiveram em guerra até que, com o tratado de Lisboa, a independência de Portugal foi oficialmente reconhecida.
Entre 1645 e 1653, foi construída uma fortaleza em Elvas, seguindo métodos holandeses. Ou seja, são sete baluartes e quatro meio baluartes. Para quem, como eu, não sabia o que é um baluarte (foto abaixo) ou uma fortificação abaluartada, cabe aqui uma explicação.
O que são baluartes?
Antigamente, bastava uma muralha alta para defender uma fortaleza. Sua função era impedir que os soldados inimigos conseguissem escalar e invadir a cidade. Porém, com o surgimento da artilharia móvel, foi necessário repensar essa lógica, afinal, um canhão conseguia facilmente derrubar essa defesa.
Além de aumentar a espessura e diminuir a altura das muralhas, surgiram os baluartes, que são as muralhas construídas em ângulo.
As fortificações modernas abaluartadas, que surgiram na Itália no período do renascimento, eram pensadas de uma forma geométrica: não só as muralhas, mas todos os componentes da fortaleza eram feitos para que o que sistema não fosse vulnerável: baluartes, trincheiras, minas, caminhos cobertos e fossos.
O desenho era todo pensado para que nenhuma parte da fortificação fosse atingida por um tiro direto sem que o inimigo estivesse completamente exposto aos tiros dos defensores.
As muralhas da cidade de Elvas e o Forte de Santa Luzia foram construídos durante a guerra da Restauração. Entre 1645 e 1653, foi construída a fortaleza no entorno de Elvas, seguindo um modelo holandês, com sete baluartes e quatro meio baluartes. Já o Forte de Santa Luzia foi finalizado em 1648.
Essas construções serviram de sistema defensivo na batalha de Elvas, contra o exército espanhol, entre 1658 e 1659.
Elvas, Portugal: o que fazer
Visita ao Forte da Graça
Na época da guerra, o exército espanhol ocupou o monte de Santa Maria da Graça, à cerca de 8 km de Elvas, buscando dominar o vale ao redor das construções. Com o passar do tempo, as artilharias foram evoluindo e os portugueses concluíram que, no caso de outra guerra, um canhão posicionado naquele mesmo local conseguiria atingir a cidade com eficácia. Por isso, no século 18, começou a construção de um novo forte.
Elvas vista do Forte da Graça
Teria que ser uma construção de grande capacidade defensiva, porque se ela fosse tomada, a cidade também cairia. Teria que ter forte armamento e guarnição. Com essa necessidade de tanta gente, também seria necessário espaço para alojamento.
Além disso, como o espaço disponível para construção era limitado, toda a edificação da fortaleza foi pensada para proteger a cidade do inimigo em todos os ângulos e com várias obras logísticas subterrâneas e à prova de bombas, além de uma grande cisterna para dar autonomia aos soltados no caso de cerco.
O Forte da Graça foi construído de 1763 a 1792. Chegou a abrigar 1792 homens, durante os estados de guerra: foram duas. A Guerra das Laranjas, em 1801, e a Guerra Peninsular, em 1811. Nas duas ocasiões, resistiu ao cerco. Com a Guerra Civil, de 1828 a 1834, o forte tornou-se prisão política. Em 1875, passou a ser utilizado como prisão militar. Isso foi até 1989, quando foi oficialmente desativado.
Na mesma época da construção do Forte da Graça também foram construídos os Fortins de São Mamede, São Pedro e São Domingos, todos parte do sistema de defesa que foi tombado pela UNESCO.
A visita ao Forte da Graça é interessantíssima. Em primeiro lugar, dada a dimensão do local. Em segundo, devido ao verdadeiro labirinto de corredores e passagens subterrâneas. Dá para perceber bem a estratégia de defesa e, ainda, lá do alto, ter uma vista completa da Elvas, dos arredores e até da Espanha em dias claros.
O Forte da Graça abre das 10h às 18h de maio a setembro; e das 10h às 17h de outubro a abril. A entrada custa 5 euros ou 8 euros a visita guiada. Fechado na segunda-feira. Para mais informações, consulte o site oficial.
Forte de Santa Luzia
Um pouco menor do que o Forte da Graça, o Forte de Santa Luzia também está aberto à visitação, tendo sido convertido em Museu Militar, onde encontram-se artefatos de guerra que marcaram várias épocas na cidade.
Abre das 10h às 18h (maio a setembro) e 10h às 17h (outubro a abril). Encerra às segundas-feiras.
Visitar Elvas: a cidade
Vale a vale a pena fazer um passeio de algumas horas por Elvas, tendo em vista a importância histórica da cidade. É bem fácil caminhar pelas ruas históricas e ver tudo o que listei abaixo.
Na praça da República, bem no meio do centro histórico, fica o Posto de Turismo da cidade, onde é possível recolher informações e ter acesso a um mapa de Elvas. Nessa praça está a igreja de Nossa Senhora da Assunção, antiga Sé de Elvas, de 1517.
Outras igrejas para visitar na cidade são a Igreja das Dominicas, com planta octogonal e interior de afrescos renascentistas – em frente fica o Pelourinho e o Arco de Santa Clara – porta de entrada para a cidade antiga muçulmana. E a Igreja de S. Pedro, fundada em 1229, a mais antiga de Elvas.
No quesito “fortaleza”, é possível visitar o Castelo de Elvas, construção de 1228, baseado numa estrutura muçulmana anterior. Vale a pena caminhar pelas muralhas de Elvas e ver a vista dos dois fortes: Graça (norte) e Santa Luzia (Sul).
Há alguns museus para visitar em Elvas: o Museu de Arte Contemporânea, a Casa de Cultura (Antigo Paços do Conselho), o Museu Militar (não é o mesmo do Forte) e a Casa da História Judaica (localizada na antiga Sinagoga).
Aqueduto da Amoreira
O Aqueduto da Amoreira é uma construção impressionante, com cerca de 8 km de extensão, desde a nascente do rio Amoreira até a fonte da Misericórdia, no centro da cidade. Trata-se de uns dos exemplos de arquitetura hidráulica em Portugal, pois além das gigantescas arcadas de até 31 metros, também conta com galerias subterrâneas e canais.
A construção começou a ser feita em 1537, mas só foi completada em 1622.
Ao caminhar pelas muralhas, em alguns pontos específicos dos baluartes e do castelo, é possível ter uma vista incrível dos arredores, incluindo os fortes e o aqueduto.
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Oi, assim como os outros posts este também está completíssimo.
Você acha que fica muito corrido sair de Évora cedo, passar em Elvas, conhecer e pernoitar em Marvão? Caso não, acrescentar uma visita a uma Quinta seria excesso?
Obrigada.
Oi Silvia,
Acho tranquilo. Eu fiz Elvas e Vila Viçosa no mesmo dia, sem correria. Talvez uma quinta seja excesso, ainda mais porque vocês terão de dirigir ne?