“Essas botas foram a melhor ideia da vida”, eu disse, sorrindo, enquanto afundava a borracha grossa da galocha em um terreno instável formado por 10 centímetros de lama. A chuva já tinha parado de me incomodar há algum tempo e eu gostava da sensação do solo derretendo aos meus pés. Ainda mais quando me lembrava do meu All Star branco novinho são e salvo no ônibus desde o momento em que paramos em uma loja de conveniência para encontrar calçados mais apropriados para o ambiente. Mas eu sabia que o tempo úmido e o barro eram parte da experiência de um festival de música no Reino Unido. Experiência que eu esperava desde a adolescência para viver.
O No.6 é um festival anual de arte e música situado na teatral cidade de Portmeirion, no País de Gales. Mas ele não é exatamente o que se espera de um festival de verão na Europa. Além da presença de bandas de peso – e outras menos conhecidas – que comandam os vários palcos espalhados pelo evento, o festival ainda possui inúmeras atividades culturais, artísticas e gastronômicas, teatro, desfiles e palestras espalhadas entre o descampado que comportava os principais palcos, o bosque adjacente – que proporcionava uma bonita caminhada para descobrir as bandas e festas mais obscuras – e a cidadezinha que promove o evento.
Portmeirion é, aliás, uma atração por si só. A cidade se parece com uma ensolarada cidade italiana em meio ao chuvoso País de Gales. Construída pelo arquiteto Clough Williams-Ellis, que se inspirou no ar mediterrâneo da cidade de Portofino, na Itália, como uma resposta ao que o idealizador chamava de esterilidade da arquitetura moderna.
A pequena vila era uma extensão do festival e abrigava algumas das coisas que tornavam o No. 6 único: uma piscina comunitária que estava sempre cheia apesar do mau tempo, apresentações de dança, palestras, programação para crianças e declamações de poesia, além de diversas referências à série cult dos anos 1960, The Prisioner, que teve suas cenas externas gravadas ali. O nome do festival, diga-se de passagem, é uma homenagem a um agente secreto da série.
Mas como o que interessa mesmo em um festival de música é, bem, a música, o No. 6 não deixou a desejar. A grande estrela da noite este ano era Noel Gallagher, que animou a plateia com os maiores sucessos do Oasis. Hot Chip, Bastille, Super Furry Animals, Broken Social Scene e Echo and the Bunnymen eram outros chamarizes da programação. Em outros anos, já passaram por lá Belle & Sebastian, Beck e New Order.
Como parece estar na moda nos últimos tempos, a comida era fornecida por nada mais, nada menos que os nossos amados food trucks com opções que vão desde hamburgueria gourmet até comida indiana. Para quem preferia algo menos hipster – se é que é possível não ser hipster em um festival alternativo no Reino Unido – havia restaurantes em Portmeirion que serviam comida típica local, sanduíches naturais e lanches diversos.
Em 2018, o festival ocorre entre 6 e 9 de setembro. Para saber a programação de cada ano, você pode se inscrever para receber as novidades por email. E não se esqueça das galochas.
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A blogueira foi ao Festival No. 6 a convite do Visit Britain.
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Ola, em que mes acontece o fesival??
Mariana, na primeira semana de setembro.
Abraços
Que lugar foda, Naty! Parece ter sido mto incrível (e o look galocha tá ótimo hehe)
🙂
Foi bem legal! Principalmente o show do Noel! 🙂