O bairro de Gracia, em Barcelona, através de suas praças

Este post é uma colaboração da amiga Balma Cabrera, que queria dar sua visão local de um dos bairros mais legais de Barcelona. Foi publicado originalmente em Alt Experience, o blog que ela toca com alguns amigos do Máster em Periodismo de Viajes, e traduzido e adaptado livremente por mim. Aproveitem! 🙂

Multicultural, atrativo, popular, desavergonhado… Gracia é um respiro dentro da atribulada vida barcelonesa. Mais que um bairro, é uma vila com identidade própria, ou o era até que a expansão da cidade acabou engolindo o povoado e integrando-o à vida da metrópole nos fins do século 19. Situado dentro da região de Barcelonés, o bairro de Gracia ocupa 1,3 km2 entre os quais abriga ruas estreitas de traçado irregular e 16 praças públicas – muitas delas emblemáticas – nas quais se reflete a história da cidade e, em concreto, do distrito.

Plaza de la Vila - Gracia, Barcelona

puigalder (CC BY-SA 3.0)

O roteiro começa no centro do bairro, na Plaça de la Vila de Gracia, lugar onde se encontra a sede do bairro. Em seu centro está um campanário octogonal de 33 metros de altura, sem dúvidas a primeira coisa que se vê ao chegar ali. Repleta de cafeterias e bares onde os graciencs e turistas podem desfrutar de um momento relaxante durante o dia.

Leia também: Bairros de Barcelona: Vila de Gràcia

A poucos metros da Plaça de la Vila, apenas cruzando a Travessera de Gràcia, encontra-se um dos lugares mais concorridos do bairro, a Plaça del Sol. Pode-se dizer que a praça é o centro de lazer das redondezas. Além dos bares e cafeterias nos quais se pode tomar uma cerveja ou jantar, o local ainda serve de ponto de encontro da juventude barcelonesa.

Ali é possível observar a grande variedade de culturas que convivem na cidade e o bom clima que se desprende delas. Antigamente, o subsolo da Plaça del Sol servia de abrigo antiaéreo. Se o que você procura é passar uma tarde agradável com amigos, não pense duas vezes para visitar essa praça.

Plaza del Sol - Gracia

Foto: Creative Commons

Seguindo pela rua Terol está o espaço mais revolucionário de Gracia, a Plaça de la Revolució de Setembre de 1868. Foi nomeada assim para comemorar o levante espanhol que ocorreu naquele ano e que culminou no destronamento da rainha Isabel II e o começo do Sexênio Democrático. Hoje, a praça conta com banco nos quais os velhinhos do bairro se sentam para jogar conversa fora, um parquinho para os pequenos e alguns quantos bares com varanda, quase sempre cheias, já que é ali também que estão algumas das melhores sorveterias de Barcelona. A Plaça de la Revolució está na interseção da Travessera de Gràcia e da rua Verdi, famosa por sua extensão e a grande variedade de restaurantes.

Plaza de la Revolución - Gracia, Barcelona

Foto: Creative Commons

Seguindo pela mesma rua está o cruzamento da rua Verdi e da L’Or. Dependendo do lado para onde você for, encontrará uma praça ou outra. À esquerda, topamos com a Plaça del Diamante, famosa por seu caráter literário que se reflete no nome do romance da escritora catalã Mercè Rodoreda. Uma curiosidade que rodeia essa praça são os nomes das ruas adjacentes: Or, Topazi, Robí e Perla. Tanta preciosidade remete a outros tempos. Os terrenos nos quais as ruas foram construídas pertenciam a Josep Rossell, um famoso joalheiro barcelonês.

Atualmente, no subsolo da Praça, se pode visitar outro refúgio antiaéreo construído pelos moradores do bairro durante a Guerra Civil Espanhola. As visitas ocorrem todos os domingos, às 11 da manhã, e custam 3 euros. Para participar, é marcar com antecedência através do email tallerhistoriagracia@gmail.com. No site oficial há mais informações sobre o tour.

Plaza del Diamante - Gracia, Barcelona

Foto:  Enfo (CC BY-SA 3.0 ES)

Voltando ao cruzamento e seguindo pela direita, está a última praça do roteiro, a Plaça de la Virreina, ou, segundo seus vizinhos, a praça que dá a maior sensação de vilarejo. Isso se deve à Igreja de Sant Joan, localizada no centro da praça. Talvez por ser rodeada de casas baixinhas, passa uma impressão maior de majestosidade.

O edifício teve que ser reconstruído várias vezes por causa dos ataques da Semana Trágica de 1909, quando o exército espanhol massacrou membros da classe operária, anarquistas, socialistas e republicanos que se rebelaram contra a mobilização de tropas reservistas para reforçar a presença espanhola no Marrocos.

Virreina, Grácia - Barcelona

Foto: Creative Commons

Cinco praças, cinco histórias e cinco ambientes. Não há como descobrir Gracia sem passar por esses espaços. Deixe suas impressões sobre o roteiro nos comentários.

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Natália Becattini

Sou jornalista, escritora e nômade. Viajo o mundo contando histórias e provando cervejas locais desde 2010. Além do 360meridianos, também falo de viagens na newsletter Migraciones e no Youtube. Vem trocar uma ideia comigo no Instagram. Você encontra tudo isso e mais um pouco no meu Site Oficial.

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