O autor deste texto é o Lucas Berti, um paulistano de 19 anos que fez um trabalho voluntário na Polônia por 2 meses. Ele se apaixonou pelo país e entrou em contato com a gente para contar aqui no 360meridianos sobre as cidades que ele visitou. Você pode ler mais textos do Lucas no blog dele, Art&Fato.
Dos inúmeros lugares que um mochileiro de primeira viagem pensaria em visitar, posso afirmar que a gélida e pouco requisitada Varsóvia não está na lista. Uma tremenda injustiça, já antecipo. A capital polonesa é um dos destinos mais inusitados, numa mescla entre o conservadorismo do Leste Europeu e do cosmopolitismo dos primos ocidentais. Maior cidade da Polônia, Varsóvia é o lugar ideal pra se apaixonar, se entreter e ressecar os lábios – na falta de uma manteiga de cacau de qualidade. Vai aí um pot-pourri de um lugar que vai honrar o carimbo no seu passaporte.
Luzes, câmera… partir!
Uma boa câmera e um casaco a prova de Era do Gelo e pronto: Varsóvia no inverno é seu destino. O compromisso histórico dos poloneses com a religião faz do Natal em Varsóvia digno de ser contado em livros infantis. Com as luzes como protagonistas, a cidade fica verdadeiramente mágica, com uma árvore de natal de mais de 70 metros de altura e projetores que pintam as antigas construções como uma guirlanda colorida. Segue a lista dos lugares mais surpreendentes que eu vi nos meses de viagem.
Nowy Świat
Essa larga e iluminada rua vira um adereço de natal quando dezembro se aproxima. Uma das principais ruas da cidade, Nowy Świat atravessa a parte turística num verdadeiro túnel do tempo. Numa ponta, o centro novo e suas centenas de lojas. Na outra, a parte antiga da cidade, popularmente conhecida como Old Town (ou cidade velha).
No meio do caminho, vê-se os traços de uma cidade que cheia contrastes. O mochileiro vai passar por diversos cafés, lojas típicas e monumentos coloridos até chegar na praça que homenageia o físico Copérnico, primeira parada pra uma foto. Poucos passos pra frente e você encontra a imensa igreja por onde já passou o Papa João Paulo II, o Palácio Presidencial e os portões da Universidade de Varsóvia. Todos imperdíveis!
Fachada do Castelo Real de Varsóvia. Foto: Spens03 (CC BY-SA 3.0)
Continuando a caminhada, é possível apreciar sebos e pequenos museus até chegar na Royal Area (ou área real) onde está o Castelo Real de Varsóvia, melhor passeio na minha opinião. E para fechar o tour, pela bagatela de 5 złotys (menos de 5 reais), é possível subir na torre mais alta do castelo, ter uma visão privilegiada da cidade e bater uma foto daquelas de colocar no vídeo de casamento. Espetacular! Vale a pena enfrentar os rangidos de dente, tamanho o frio.
Old Town (a cidade velha)
Viajante que é viajante quer sempre mais, é compreensível. E mesmo tendo uma lista de mais infinitos próximos destinos, posso dizer que até agora não vi lugar tão lindo como a cidade velha de Varsóvia. Seguindo a romaria pela Nowy Świat, se avista facilmente a entrada para uma ida ao passado. Nessa hora o que eu recomendo é se desapegar ao horário e vagar entre as incontáveis vielas da cidadezinha escondida.
O aspecto medieval e encantador revela muito. A vista confortável da cidade velha já foi, aos gritos da guerra, totalmente devastada e reconstruída ao longo da segunda metade do século 20. Cada tijolo parece contar, com pesar, o medo que assolava o local. O lance é ir andando sem pressa, apreciando cada cantinho, taverna e resquício de uma cidade tão retalhada pelos males da guerra. O momento de reflexão e epifania faz parte do pacote.
Alguns minutos se perdendo pelas ruas estreitas e você vai acabar chegando no “coração” de Old Town. Uma praça cheia de atrações, artistas de rua, restaurantes históricos e, por ser inverno, uma pista de gelo para os destemidos se meterem a patinadores. Os preços lá são um pouco mais salgados, por ser um ponto essencialmente turístico, mas nada de mais. Aí é só provar um Pierogi – espécie de ravióli frito -, tomar uma dose de vodka para aquecer e pronto: você teve uma experiência tipicamente polonesa!
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Amo Varsóvia,já tive a grande alegria de visitar por duas vezes.Afinal,sou descendente de poloneses, meu pai nasceu lá. É uma capital belíssima,que graças à garra do povo polonês foi reconstruída quase em sua totalidade.Recomendo sempre.
Realmente, é uma cidade ignorada pela grande maioria dos turistas, que visitam Cracóvia e desconsideram a capital. O centro histórico é realmente uma belezura, é difícil imaginar que tudo aquilo foi destruído durante a guerra e reconstruído.