Difícil encontrar um belo-horizontino que nunca tenha ouvido falar da ilustre loira do Bonfim. Essa e outras histórias de lugares assombrados de BH fazem parte do imaginário regional.
Minas Gerais sempre foi um terreno fértil para a imaginação. O fantástico faz parte da tradição popular e vive nos casos que misturam verdade e fantasia como se elas fossem uma coisa só.
Quando Belo Horizonte foi construída, as pessoas que vieram para cá trouxeram essas histórias e a capital acabou ganhando suas próprias lendas, que fazem parte da história da cidade.
Nós reunimos as mais famosas para criar um roteiro por lugares assombrados de Belo Horizonte. Se você tiver sorte, pode se juntar ao clube dos que juram de pé junto que viram fantasmas pelas ruas de BH.
Leia também:
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Roteiro pelo lugares assombrados de BH
1. O Cemitério do Bonfim
A lenda urbana da alma penada que habita o Cemitério do Bonfim, localizado no bairro de mesmo nome, surgiu na década de 1940 e conta a história de uma bela mulher de cabelos que anda sozinha pelas ruas da capital mineira na madrugada, boladona.
Sempre usando roupas brancas, ela costuma parar motoristas boêmios e pedir uma carona. Seduzidos pela estonteante beleza da moça, eles concordam em deixá-la em casa. Ao se aproximarem do endereço informado, no entanto, eles percebem que a menina mora mesmo é no cemitério. Ela desce do carro e anda tranquilamente entre os túmulos até desaparecer. Mais um motivo para não beber e dirigir, hein?
Tem sempre quem curte dar uma passada nos cemitérios das cidades que visita. Se esse é seu caso, o Bonfim pode ser a parada mórbida mais interessante de BH. É ali que foram enterrados os grandes nomes da tradicional família mineira do século passado, e as lápides e túmulos são bonitos e suntuosos e acabam dando um ar macabro ao local.
Antigamente, o medo da Loira do Bonfim era tão, mas tão grande, que os motoristas de táxi pararam de aceitar chamadas de madrugada e os motoristas da linha de bonde que passava por ali se recusavam a pegar a escala de trabalho noturna.
2. Palácio da Liberdade
Foto: Vinicius Depizzol (CC)
Belo Horizonte foi construída onde antes ficava o povoado de Curral del Rey. O lugar, que um dia foi um importante ponto de abastecimento, estava parado no tempo desde o declínio da mineração de ouro na região.
Era formado por casebres e habitado por gente pobre. Por isso, foi demolido sem dó nem piedade. As pessoas que moravam ali tiveram suas casas derrubadas e foram expulsas da área, sendo obrigadas a buscaram morada fora dos limites da Avenida do Contorno, que, na época, traçava o limiar entre a moderna capital e a periferia rural e atrasada.
O ponto mais alto da cidade foi escolhido para ser a sede do poder. Ali foram construídas a Praça e o Palácio da Liberdade, atrações que fazem parte do roteiro de qualquer turista. Mas o que quase ninguém sabe é que a antiga residência dos governadores de Minas tem a fama de assombrada.
Reza a lenda que os antigos moradores do Curral del Rey amaldiçoaram a cidade e até hoje voltam para assombrar os governadores. Quatro deles, Silviano Brandão (1902), João Pinheiro (1908) e Raul Soares (1924) e Olegário Maciel (1933) morreram dentro do Palácio, o que reforçou a crença.
Mais recentemente, Itamar Franco afirmou que sentia estranhas presenças no local. Deve ser por isso que os governadores fugiram de lá.
Dá para fazer uma visita guiada e gratuita ao Palácio aos domingos, das 9h às 13h. Basta agendar online.
3. As ruas do centro de Belo Horizonte
Foto: Clarissa Pacheco (CC)
Quem passa pelo movimentado centro não imagina que aquelas ruas também fazem parte do roteiro de lugares assombrados de BH.
É que outra habitante do antigo Curral del Rey que não ficou nada satisfeita em ter sua vida destruída pela construção da capital foi Maria Papuda. Até hoje, há quem diga que ela pode ser vista em pé por lá, como se estivesse sobre um túmulo, amaldiçoando a cidade e seus moradores.
4. A rua do Ouro
Para se encontrar com o Fantasma do Pai da Sé, você precisa ir à esquina da Rua do Ouro com Avenida do Contorno, em uma noite fria de junho, pontualmente às 0h30. Ele para junto ao portão das casas, sempre com seu terno e guarda-chuva, um respeitável funcionário público do fim do século 19.
Não se sabe ao certo quem ele foi ou o que ele quer, além de tocar o terror nos moradores do Serra.
5. Viaduto Santa Tereza
Foto: Josep (CC)
Cartão-postal absoluto da cidade e viaduto mais famoso pelas bandas de cá, o Viaduto Santa Tereza também é um dos lugares assombrados de BH. O Aventesma da Lagoinha é uma aparição sem rosto, pouco mais que uma sombra excêntrica, que chora convulsivamente e cheira a enxofre. Antigamente, ele gostava de assustar os motoristas dos bondes, sentando-se imóvel nos veículos.
Com o fim de seu meio de transporte favorito, ele passou a se pendurar nas bordas dos viadutos, entre eles, o Santa Tereza, para assustar os motoristas e pedestres que passam por ali. Cumprida a tarefa, ele se dissolve no ar, como se nunca tivesse existido.
6. Ruas da Savassi
Se você vai curtir a noite em BH, é provável que você passe pela Savassi. Nesse caso, fique atento a qualquer mulher vestida de branco que exale um perfume de jasmim.
Pode ser que ela seja a Moça-Fantasma, uma aparição que percorre as ruas daquelas bandas recolhendo as dores dos amores perdidos. Não me espanta o fato de que ela escolheu justo aonde as pessoas vão para afogarem as mágoas.
7. A quadra do Vilarinho
Fantasma é fichinha. Uma quadra no Vilarinho, na região de Venda Nova, contou com a presença do Coisa Ruim em pessoa. Durante um baile funk no local, em 1989, o som rolava solto quando um belo rapaz usando chapéu chegou e começou a causar. Ele impressionou a todos com sua beleza e habilidade na pista.
Depois de algumas músicas, ele convidou uma das meninas para dançar, e eles ficaram juntos até altas horas. Já no fim da festa, quando se preparava para se despedir, ele deixou cair o chapéu, revelando um par de chifres.
Ao ver aquilo, a moça gritou, desesperada. A comoção foi geral, mas na correria ninguém conseguiu capturar o demônio, que desapareceu pelas ruas do bairro. Há quem afirme que, durante a fuga, suas patas de bode também foram reveladas. O incidente chegou a ser noticiado nos jornais e rádios da época, mas o Coisa Ruim nunca mais foi visto por ali.
Dica: No Memorial Minas-Vale, que fica bem ali no Circuito Cultural da Praça da Liberdade, tem uma sala que conta a história de Belo Horizonte por meio dessas lendas. A visita é gratuita e conta com várias outras exposições interessantes sobre a cultura de Minas.
Quer fazer passeios diferentes em Belo Horizonte?
O Rafael Sette Câmara, aqui do 360meridianos, organiza duas caminhadas culturais pela cidade: a Boemia e Literatura nos anos 1920 percorre uma BH que não existe mais, usando como fonte de informação os livros de Carlos Drummond, Pedro Nava e companhia. É uma viagem no tempo cheia de histórias incríveis e já esquecidas.
O outro passeio é a Nostálgicos FC, uma caminhada cultural que mistura futebol, cervejas especiais e petiscos mineiros – sim, tudo incluso. Na Nostálgicos, o foco é o surgimento do esporte na cidade.
Quer participar? Chama ele no Instagram ou clicando aqui.
Onde ficar em Belo Horizonte (sem assombração)
Se você vem a turismo, alguns dos bairros mais recomendados para hospedagem são:
- Savassi
- Lourdes
- Centro
- Pampulha
- Floresta e Santa Tereza
Tirando a Pampulha, todos os outros são bairros relativamente centrais. Todos contam com boa infraestrutura gastronômica e hoteleira e você terá fácil acesso a diversas atrações turísticas.
- Recomendamos o Hotel Holiday Inn, de onde saem vans diárias para o Inhotim.
- Vivenzo Savassi e Ibis BH Savassi, são outras opções.
- Na Pampulha, o Bristol Pampulha Liel e vira e mexe recebe times de futebol.
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Tenho o mesmo sobrenome que a jornalista!!1
Ahh vc deve ser parente do meu pai, rs
Procuro pessoas que tenham interesse pelo o assunto e que tenha sugestões de lugares assombrados em Minas gerais e que aceitem fazer uma investigação pessoalmente no local,mais precisamente no período da noite
Contato 31975372381 Adriano
Me interesso pelo assunto,gostaria de fazer uma investigação, mas p isso preciso de jornais da época q falam a respeito p dar credibilidade,obrigada
Olá Andrea, já tentou consultar no acervo da biblioteca nacional?
Cara, amo essas lendas, faltou só o túnel que da acesso a estação central pra ficar completo, apesar que nunca ouvir nenhuma lenda específica sobre o local, mas é um ótimo trabalho parabéns…
Gabriel,
Não conheço a história envolvendo esse túnel! Você sabe me contar se há algo assombrado por ali? hahah
Abraços!
Com certeza o túnel que da aceso ao metro na praça da estação deveria estar na lista
hahahah sim! Passar por ali a noite é mto assustador!
moro do lado do vilarinho ouço essa historia a anos
por favor entre em contato comigo
Curti muito! 🙂
Obrigada, Jonatass!
Tenho um trabalho sobre lendas pra fazer, e essas ajudaram muito
Thanks!
Fico feliz de saber, Tuane! Boa sorte com o trabalho!
Abraços!
descubra santa luzia e suas lendas esta muito pobre , investigação por la sobre este assunto
Como não amar Belo Horizonte?
Moro em Itaúna (bem ao lado) e sou apaixonado por esse lugar, as histórias, pessoas e arquitetura fascinante…
Comecei a ler o blog hoje e já fiquei super feliz e muito orgulhoso de saber que vocês são daqui, e levam minas pelo mundo todo…
Aliás, só podiam ser! Ser mineiro é diferente!
Parabéns pelo trabalho… Já sou fã de carteirinha!
Um abraço, com cheirinho de pão de queijo mineiro e café fresquinho…
Sucesso sempre!
Ei Nathan! Obrigada! =)
Fiquei feliz com o comentário. Minas é realmente um lugar especial 😉